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Publicada em 26 de Novembro de 2024 às 20:03

CEO do Carrefour entrega carta de retratação a produtores do Brasil

Bompard não informou se as unidades do grupo na França vão retomar a compra de carnes do Mercosul

Bompard não informou se as unidades do grupo na França vão retomar a compra de carnes do Mercosul

Tânia Meinerz/JC
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Agência Estado
Sob pressão desde que os frigoríficos suspenderam novas entregas a suas lojas no Brasil - com o apoio de políticos e do próprio ministro da Agricultura, Carlos Fávaro -, o Carrefour publicou nesta terça-feira, 26, carta de retratação, dizendo que "a agricultura brasileira fornece carne de alta qualidade, respeito às normas e sabor". A carta é assinada pelo CEO global da rede, Alexandre Bompard, que na semana passada abriu uma crise ao anunciar que o Carrefour na França deixaria de vender carne proveniente do Mercosul, sugerindo que o produto não seguiria as mesmas regras de sanidade impostas a produtores franceses.
Sob pressão desde que os frigoríficos suspenderam novas entregas a suas lojas no Brasil - com o apoio de políticos e do próprio ministro da Agricultura, Carlos Fávaro -, o Carrefour publicou nesta terça-feira, 26, carta de retratação, dizendo que "a agricultura brasileira fornece carne de alta qualidade, respeito às normas e sabor". A carta é assinada pelo CEO global da rede, Alexandre Bompard, que na semana passada abriu uma crise ao anunciar que o Carrefour na França deixaria de vender carne proveniente do Mercosul, sugerindo que o produto não seguiria as mesmas regras de sanidade impostas a produtores franceses.
Na carta, endereçada a Fávaro, Bompard se diz um "amigo de longa data do País". "O Carrefour é um grupo descentralizado e enraizado em cada país onde está presente, francês na França e brasileiro no Brasil."

Ontem mesmo, o Carrefour anunciou que começou a receber novas encomendas - o boicote teve início no fim de semana passado -, e o próprio ministro da Agricultura deu o caso por encerrado. "Agora, é bola para frente", reagiu Fávaro (mais informações na página B2).

Mas o esforço da varejista francesa não conseguiu esfriar todas as críticas. Ex-ministra da Agricultura, a senadora Tereza Cristina (PP-MS) disse que se tratou de "uma desculpa protocolar". Para o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a carta "foi muito fraca dado o estrago de imagem que o CEO do Carrefour produziu". Lira voltou a dizer que articula a votação de um requerimento de urgência para a tramitação de projeto sobre "reciprocidade ambiental", de autoria do deputado Tião Medeiros (PP-PR).

Apresentado em abril passado, o PL 1.406/24 proíbe o governo de propor ou assinar acordo internacional com cláusulas ambientais que restrinjam a exportação de produtos brasileiros sem que os países signatários adotem medidas de proteção ambiental equivalentes. "E as conversas seguirão, conjuntas, entre Câmara e Senado. Há um projeto mais antigo, do senador Zequinha Marinho (Podemos-PA), que tramita no Senado sob a relatoria da senadora Tereza Cristina, mais adiantado, com mais audiências, com mais discussões, com mais informações, e os dois vão se comunicar", acrescentou Lira.

Na carta apresentada ao governo brasileiro, Bompard não informou se as unidades do grupo na França vão retomar a compra de carnes do Mercosul. Mesmo com o impacto comercial pequeno, parte do mercado esperava alguma menção ao tema, dado que o acesso ao mercado francês é considerado sinônimo de qualidade. Segundo apurou o Estadão/Broadcast, mesmo antes da crise aberta pelas declarações dadas na semana passada, o Carrefour francês já não comprava carnes brasileiras.

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