Depois de duas embarcações (o Eva Shangai e o Mount Taranaki) terem recentemente encalhado no Canal de Itapuã, que faz a conexão do Guaíba com a Lagoa dos Patos, mais um terceiro incidente ocorreu no local, desta vez com o navio João Mallmann, da Navegação Aliança. De acordo com informações da empresa pública Portos RS, que faz a gestão das hidrovias gaúchas, o problema ocorreu por volta das 20h de quinta-feira (14), mas já na sexta-feira (15), pelas 16h30, a situação tinha sido resolvida.
A perspectiva, devido à recorrência dessa dificuldade, é que o Canal de Itapuã seja dragado nos próximos dias. Essa ação deverá absorver um investimento de aproximadamente R$ 10 milhões por parte da Portos RS.
Particularmente sobre o João Mallmann, trata-se de uma embarcação com cerca de 101 metros de comprimento, com uma “boca” de 15,5 metros e capacidade para movimentar 4,7 mil toneladas, podendo atingir uma velocidade de até 8 nós (cada nó equivale a 1,852 quilômetros por hora). Com cerca de dez anos de atividade, o objetivo da sua construção foi para atender ao transporte de celulose (produzida pela planta da CMPC Celulose Riograndense na cidade de Guaíba) e a movimentação de granéis sólidos.
O diretor da Trevisa (proprietária da Navegação Aliança) e presidente do Sindicato dos Armadores de Navegação Interior dos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul (Sindarsul), Fernando Becker, afirma que o problema com o João Mallmann foi sem maiores consequências. Ele ressalta que o evento não chegou a bloquear o canal e o navio foi desencalhado com a ajuda de outra embarcação da frota da Aliança.
O dirigente destaca ainda que participou de uma reunião realizada com o secretário estadual de Logística e Transportes Juvir Costella, na qual foi enfatizada a preocupação com a dragagem do Canal de Itapuã. “Ouvindo a forma determinada com que o secretário se expressou, incluindo a declaração de que há disponibilidade de verbas, ficamos confiantes que realmente as dragagens começarão e brevemente começaremos a ver resultados”, assinala Becker.