A Petrobras já começou o levantamento sísmico de partes da Bacia de Pelotas, iniciativa que deverá continuar ao longo de 2025 inteiro. As ações servem para obter informações sobre reservatórios de petróleo e gás natural como se fosse uma “ultrassonografia” que busca achar condições adequadas que permitem o armazenamento desses elementos. “E após vamos fazer os estudos de interpretação (dos dados)”, adianta a diretora executiva de Exploração e Produção (E&P) da Petrobras, Sylvia dos Anjos.
A Bacia de Pelotas é uma área que envolve toda a costa gaúcha, se estendendo do Sul de Santa Catarina até a fronteira com o Uruguai. Em dezembro do ano passado, em leilão realizado pela Agência Nacional do Petróleo e Biocombustíveis (ANP), 44 blocos dessa região foram arrematados, sendo que 29 deles pela Petrobras (que contou com parceiras como a Shell Brasil e a chinesa CNOOC).
Sylvia prefere não estimar uma data para que sejam iniciados os poços para a prospecção de petróleo na Bacia de Pelotas, medida que seria uma etapa mais avançada do empreendimento. No entanto, ela assinala que serão necessários de um a dois anos, pelo menos, para fazer a seleção dos poços e conseguir as licenças ambientais para depois fazer as perfurações. A diretora executiva de E&P da Petrobras reforça que somente é possível fazer a confirmação da descoberta de petróleo com a perfuração. O último poço perfurado na Bacia de Pelotas foi em 2001.
Além da questão da busca de petróleo na costa gaúcha, a Petrobras está envolvida no Rio Grande do Sul com o desmantelamento da plataforma P-32. Essa estrutura chegou ao Estaleiro Rio Grande, da Ecovix, também em dezembro de 2023, após ser arrematada pela Gerdau para aproveitar a sucata metálica como matéria-prima para produção de aço.
No entanto, depois de atracada no complexo naval da Metade Sul do Estado, foi constatada a presença de diesel marítimo e água oleosa dentro da plataforma que precisam ser retirados. A situação criou um impasse até hoje sobre quem arcaria com o custo dessa operação, interrompendo os trabalhos.
O diretor executivo de Logística, Comercialização e Mercados da Petrobras, Claudio Romeo Schlosser, afirma que a estatal está atualmente conversando com a Gerdau para tratar sobre os procedimentos e o padrão da limpeza da plataforma para dar continuidade ao processo. No entanto, ele não especificou um prazo para que isso ocorra.
O dirigente ressalta que a forma de destinação da P-32, através do aproveitamento de suas partes desmontadas, coloca a Petrobras em um modelo de sustentabilidade que poucas companhias possuem, contribuindo com a economia circular. “E está muito alinhado para contribuir com a indústria de aço no Brasil”, frisa.
Schlosser e Sylvia participaram nesta sexta-feira (8) de entrevista coletiva sobre os resultados financeiros da Petrobras no terceiro trimestre do ano. A companhia alcançou um lucro líquido de R$ 32,5 bilhões, crescimento de 22,3% em relação ao mesmo período de 2023, revertendo o prejuízo de R$ 2,6 bilhões registrado no segundo trimestre. A presidente da empresa, Magda Chambriard, enfatiza que o desempenho foi além das expectativas do mercado. “É um resultado sólido e consistente”, finaliza a dirigente.