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Publicada em 06 de Novembro de 2024 às 16:44

Cooperativas gaúchas de energia integram projeto sobre mercado livre

Experiência busca apontar reflexos de migração de clientes residenciais para outro ambiente de contratação

Experiência busca apontar reflexos de migração de clientes residenciais para outro ambiente de contratação

CLAUDIO FACHEL/ARQUIVO/JC
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Jefferson Klein
Jefferson Klein Repórter
Três cooperativas de energia do Rio Grande do Sul (Certaja, Certel e Coprel) vão participar de um projeto autorizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para analisar o comportamento do consumidor de baixa tensão (que abrange os clientes residenciais) com a perspectiva da ampliação do mercado livre de energia. Esse ambiente de contratação prevê que os consumidores possam escolher a origem da geração que será adquirida para atender à sua demanda.
Três cooperativas de energia do Rio Grande do Sul (Certaja, Certel e Coprel) vão participar de um projeto autorizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para analisar o comportamento do consumidor de baixa tensão (que abrange os clientes residenciais) com a perspectiva da ampliação do mercado livre de energia. Esse ambiente de contratação prevê que os consumidores possam escolher a origem da geração que será adquirida para atender à sua demanda.
Atualmente, essa opção no Brasil é limitada a grandes consumidores (como indústrias, shopping centers, entre outros). No entanto, a expectativa é que nos próximos anos essa situação seja estendida a todos os consumidores, inclusive aos residenciais. Assim, em vez de aceitar o “pacote fechado” oferecido pela sua concessionária, em que na conta de luz já está embutido o custo da geração, esse consumidor poderá adquirir separadamente a energia, muitas vezes em condições mais competitivas e de fontes renováveis, e pagando à distribuidora apenas o serviço de “fio”, ou seja, de entrega dessa energia.
A ação que será conduzida nas três cooperativas gaúchas, além da catarinense Cerbranorte, é considerada como um Sandbox Tarifário (projetos para experimentação de novas modalidades tarifárias ou formas de faturamento). O projeto com a Certaja (que tem sede em Taquari), a Certel (Teutônia) e a Coprel (Ibirubá) vai começar a etapa de experimentação com os consumidores a partir deste mês de novembro e a previsão de conclusão é em dezembro de 2025, com a participação de 3,15 mil unidades consumidoras.
A adesão será mediante autorização dos consumidores para participar da iniciativa. Serão ofertadas modalidades tarifárias diferentes para cada grupo de controle. De acordo com a Aneel, o objetivo é analisar a reação dos usuários na livre contratação, além da sensibilidade pela fonte de energia (eles poderão escolher se querem de origem eólica, solar etc), preço, escolha da comercializadora (para fazer a migração de ambientes de contratação saindo do cativo e indo para o livre), entre outros.
O facilitador de Energia da Coprel, Herton Azzolin, informa que na cooperativa ibirubense, que atende a 72 municípios e possui mais de 55 mil associados, serão cerca de 1,5 mil cooperantes envolvidos na pesquisa. “A meta é medir o retorno desses consumidores para entender o nível de engajamento deles, como será a resposta deles frente a um novo assunto e como vamos ter que se comunicar com esse consumidor para ele entender os componentes de uma fatura de energia, por exemplo”, comenta.
Conforme o integrante da Coprel, o estudo servirá para a cooperativa ir se adiantando para se adaptar ao novo cenário que se aproxima. “A ideia é testar e ir se preparando para estar com uma modelagem adequada”, ressalta. Azzolin estima que essa abertura total do mercado livre possa acontecer por volta de 2027 e 2028 e deverá ocorrer uma curva de aprendizado para a baixa tensão. Ele lembra ainda que a migração será opcional e não obrigatória.
Para Azzolin, a ação que será desenvolvida agora nas cooperativas poderá servir de modelo para ser empregado em outras partes do Brasil como subsídio de dados. O projeto, que terá um custo de aproximadamente R$ 520 mil, será financiado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop), com contrapartida das permissionárias por meio da Confederação Nacional das Cooperativas de Infraestrutura (Infracoop).

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