A cesta básica de Porto Alegre teve um aumento de 2,4% em outubro, em comparação com o mês anterior, passando a custar R$ 774,32. Com a variação, a capital do Rio Grande do Sul é a terceira com maior custo na avaliação mensal, conforme aponta o levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Em comparação com outubro de 2024, o valor registrou alta de 4,75%, em 12 dos 13 itens.
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A Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, que realiza o levantamento em 17 capitais, aponta que os maiores custos do conjunto são nas cidade de São Paulo (R$ 805,84), seguida por Florianópolis (R$ 796,94) e a capital gaúcha. Em contrapartida, as maiores variações positivas são Campo Grande (5,10%), Brasília (4,18%) e Fortaleza (4,13%).
Na avaliação mensal, houve aumento de custos de oito produtos da cesta, sendo os maiores o tomate, o óleo de soja e a carne, que variaram 15,44%, 6,03% e 5,26%, respectivamente. Também ficaram mais caros o café (3,52%), o feijão (1,19%), o leite (1,11%) o pão (0,42%) e a manteiga (0,36%). Na avaliação anual, 11 dos 13 itens analisados aumentaram de preço. A maior variação anual ocorreu com a batata, em 32,65%, com o café em pó, com 29,89%, e com a banana, em 21,93%, sendo que no caso do leite UHT, entre todas as cidades, Porto Alegre foi o local com maior aumento, de 22,32%.
Segundo o DIEESE, a carne bovina de primeira também foi um produto que aumentou em todas as cidades analisadas. Os preços no varejo aumentaram devido, principalmente, às estiagens e queimadas, que prejudicaram o pasto.Os bois em confinamento também, segundo o Departamento, não foram suficientes para manter o nível de oferta. A alta geral também ocorreu com o óleo de soja, pelo aumento na demanda por óleo bruto, que manteve elevado o volume de exportação e o preço, apesar das expectativas positivas em relação à produção nacional.
Adicionalmente, o café em pó foi um produto que encareceu em 16 das 17 capitais analisadas, com exceção de Brasília, principalmente porque o clima seco pode comprometer a nova safra, o que provocou, nos últimos meses, um aumento de preço.
Em contrapartida, cinco produtos também ficaram mais baratos, sendo que a maior redução de custo foi da batata, em 9,95%. O produto é seguido pela banana e arroz, com variação de -3,30% e -0,92%, respectivamente. Também tiveram diminuição o açúcar (-0,66%) e a farinha de trigo (-0,15%). Em comparação com o mesmo mês do ano passado, porém, somente dois itens ficaram mais baratos: o tomate (-24,81%) e o açúcar (-4,84%).
O único produto a ter diminuição de preços em grande parte das capitais foi também a batata, em oito das 10 capitais da região Centro-Sul, sendo a maior variação em Porto Alegre. O Departamento cita que, apesar da menor oferta de batata, a demanda também diminuiu.
A pesquisa ainda ressalta que, no mês de agosto, considerando o salário mínimo, após o desconto de 7,5% da Previdência, o trabalhador de Porto Alegre precisou trabalhar 120 horas e 38 minutos para adquirir a Cesta Básica. Ainda, para a compra, precisaria comprometer 59,28% da remuneração para adquirir os produtos, o que seria suficiente para alimentar um adulto durante um mês. No mesmo período do ano passado, quando o salário mínimo era de R$ 1.320, o tempo de trabalho necessário foi 123 horas e 12 minutos, enquanto a renda comprometida, 60,54%.
Com base na cesta mais cara, em São Paulo, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, a entidade calcula que o valor necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 6.769,87 ou 4,79 vezes o mínimo de R$ 1.412,00.