O giro de negócios foi baixo para o câmbio nesta segunda-feira (28), e o dólar rondou a estabilidade na maior parte do pregão, cambaleando entre leve queda e leve alta. Por fim, a moeda a vista manteve o nível em que fechou na última sexta-feira (25), tendo hoje alta de 0,06%, a R$ 5,7088.
O dólar futuro para novembro tinha leve baixa de 0,04%, a R$ 5,7110 por volta das 17h15min, com giro de negócios de cerca de US$ 7,15 bilhões. O DXY, que mede a divisa americana ante uma cesta de rivais fortes teve alta de 0,06%, aos 104,316 pontos.
A segunda-feira viu o mercado sem novidades sobre as medidas de corte de gastos prometidas pela equipe econômica do governo federal para depois das eleições municipais, e monitorando uma acirrada eleição nos Estados Unidos. Já as commodities tiveram desempenho misto, com o petróleo recuando 6% após a retaliação de Israel contra o Irã ser mais contida do que o esperado por investidores, enquanto o minério de ferro subiu mais de 2% após Pequim prometer intensificar ajustes anticíclicos de sua política fiscal.
"Dólar está oscilando ao redor de R$ 5,70, mostrando que o mercado está rígido e não quer ficar vendido. Muito pelo contrário, qualquer tendência negativa faz o dólar ir para cima", avalia o sócio e economista-chefe da Equador Investimentos, Eduardo Velho.
O motivo da rigidez, segundo o economista, é tanto externo quanto interno. Primeiro porque as pesquisas mostram que é razoável que o candidato republicano Donald Trump vença a eleição norte-americana, com o mercado especulando quanto a maior risco geopolítico e protecionismo, o que geraria maior inflação mundial e consequentemente valorizaria o dólar, em detrimento de moedas emergentes, diz.
Já no Brasil, não houve grandes mudanças. "O mercado espera, a qualquer momento, uma medida de contingenciamento de gastos que o governo ainda não aprovou, e o possível impacto para dólar cair dependeria do tamanho desse corte", avalia Velho.
Além disso, o Boletim Focus "trouxe notícias desanimadoras para a nossa economia, com revisão da inflação e do câmbio para cima", destaca o gerente comercial e analista da B&T Câmbio, Diego Gardi.