O fortalecimento e a qualificação do modelo cooperativo, com ênfase na atualização de conceitos e uso da inovação e da tecnologia para avançar com velocidade está no centro da meta da Semana de Competitividade. O evento, que começou nesta segunda-feira, é promovido pelo Sistema Ocergs e ocorre até quarta-feira no Barra Shopping Sul, em Porto Alegre.
Durante os três dias, uma série de palestras, workshops e atividades serão desenvolvidas, com o objetivo de ajudar a impulsionar a competitividade do setor.
“O mundo, desde a pandemia, desde as secas, desde a chuvarada, mudou em velocidade muito grande. Temos de ser mais rápidos, mais ágeis. Vão permanecer no mercado os ágeis. Nem mesmo os maiores, mas os mais ágeis, com mais capacidade de se adaptar e construir um futuro novo em cada organização”, disse o presidente do sistema Ocergs, Darci Pedro Hartmann, antes da abertura dos trabalhos.
O evento é dirigido a técnicos e dirigentes de cooperativas, dentro de um contexto atual de mercado. E busca aumentar a competitividade e agregar valor dentro das cooperativas, das suas gestões e das suas comunidades.
“Competição deve ser um estímulo para o crescimento coletivo. Queremos reafirmar a ideia de que o cooperativismo é um sistema de negócio viável, sustentável e lucrativo”, acrescentou o dirigente.
Até quarta-feira, painelistas qualificados passarão pelo palco do Centro de Eventos do Barra Shopping Sul. Entre eles estará o pesquisador Alexandre Pellaes, expert em novos modelos de gestão e futuro do trabalho. Ele será o responsável pela palestra magna desta terça (29), às 9h10min.
Destaque ainda para Zeina Latif, sócia-diretora da Gibraltar Consulting, considerada uma das economistas mais influentes do mercado brasileiro. Ela fará a palestra magna do último dia do evento, abordando o tema Cenários Econômicos, às 10h30min.
Primeiro destaque do evento, na tarde desta segunda-feira, o co-fundador da ONG de prevenção e resposta a desastres Humanitarian US (Humus), Leo Farah, atuou em diversos cenários. Entre eles o rompimento da barragem de Brumadinho (MG), ainda como bombeiro em seu Estado natal, e as enchentes do RS. E trouxe relatos sobre sua visão a respeito da postura dos gaúchos durante a catástrofe de maio para exaltar a força do Estado.
“É nos momentos de dificuldade que os heróis são revelados. E aqui vi pessoas que perderam tudo, olhando e atuando para diminuir a dor do próximo antes de pensar em si mesmas. Procurando ajudar quem estava em situação ainda pior, com um pensamento de que apesar da tragédia, era preciso agir. Que só assim poderiam amenizar os problemas de todos”, observou.
Farah compartilhou conceitos que dialogam com o universo cooperativo, como a importância de montar um time qualificado para as missões que poderão surgir pelo caminho, o aprimoramento da equipe e a confiança mútua. Destacou a importância de identificar fatores geradores de crise e preparar o grupo para enfrentá-los com assertividade.
“Assim como na minha atividade anterior, como bombeiro, o sistema cooperativo entende que o todo é mais importante que o indivíduo. E que para construir algo forte, é preciso fortalecer o todo. E isso só será possível entendendo o problema de cada um. Quem atua nesse universo já internaliza isso. Fortalecendo o todo, o crescimento é coletivo”, disse o especialista em desastres ao JC.
Ele acentuou ainda que grandes crises só podem ser superadas com união de esforços, experiências e habilidades.
“O sistema cooperativo nada mais é do que isso. A corrente precisa estar muito forte. Uma corrente é tão forte quanto seu elo mais fraco. Se não fortalecermos cada um dos elos, a corrente será fraca”, concluiu.