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Publicada em 24 de Outubro de 2024 às 12:34

Setor calçadista investe na capacitação de sapateiros

A Escola de Sapateiro, da Arezzo&Co, já beneficiou mais de 200 pessoas ao longo deste ano

A Escola de Sapateiro, da Arezzo&Co, já beneficiou mais de 200 pessoas ao longo deste ano

Nicole Oliveira/Arezzo&Co/Divulgação/JC
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Maria Amélia Vargas
Maria Amélia Vargas Repórter
A indústria calçadista gera mais de 293 mil postos diretos de trabalho, sendo 85,8 mil no Rio Grande do Sul. Entretanto, o segmento vem enfrentando problemas no abastecimento de mão de obra. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), os principais problemas são o aumento da demanda represada pela pandemia de Covid-19 e competição com setores que envolvem maior tecnologia embarcada.
A indústria calçadista gera mais de 293 mil postos diretos de trabalho, sendo 85,8 mil no Rio Grande do Sul. Entretanto, o segmento vem enfrentando problemas no abastecimento de mão de obra. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), os principais problemas são o aumento da demanda represada pela pandemia de Covid-19 e competição com setores que envolvem maior tecnologia embarcada.
Para o presidente-executivo da entidade, Haroldo Ferreira, a digitalização impôs “uma concorrência desleal imposta pela pirataria de calçados, que atrai pessoal com promessas de maiores salários, justamente pela ilicitude e não pagamentos de impostos, e sem nenhuma garantia de cumprimento da legislação trabalhista”.
Entretanto, o dirigente sustenta que os trabalhadores que ingressam nesse mercado têm a possibilidade de galgar posições ao longo de sua carreira na atividade conforme aumenta a sua especialização na respectiva área de atuação. “Hoje, são muitos os casos de trabalhadores que iniciaram na fabricação de calçados que se tornaram gerentes, diretores, CEOs e até mesmo proprietários de fábricas utilizando o conhecimento aprendido na profissão”, destaca Ferreira.
O segmento envolve mais de 150 processos envolvidos para o desenvolvimento do produto, sendo que boa parte deles só pode ser desenvolvido de forma manual. Para a fomentar a qualificação, existem cursos específicos em escolas técnicas, como o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), e cursos tecnólogos promovidos por universidades, caso da Feevale, em Novo Hamburgo.
As empresas do setor também investem na capacitação do seu pessoal, como é o caso da Arezzo&Co, que criou a Escola do Sapateiro. O programa interno busca capacitar novos talentos e desenvolver seus colaboradores. Até o momento, a iniciativa já beneficiou mais de 200 pessoas (sendo a metade no RS) em mais de 2 mil horas de treinamentos neste ano.
O projeto foi desenhado baseado em três pilares: Entrada, Profissionalizante e Liderança. O primeiro eixo é composto por duas iniciativas, uma de capacitação de jovens profissionais e outra conhecida como Projeto PSAI (Programa Senai de Ações Inclusivas), que tem o foco em promover a inclusão de pessoas com deficiência e proporcionar oportunidades de desenvolvimento pessoal e profissional. As formações são realizadas em parceria com CIEE, SENAI, APAE, AFAD, entre outros.
O segundo eixo é composto por cursos de especialização, tanto para o processo de confecção do calçado, quanto da supervisão de processos industriais. E o terceiro eixo é dedicado às conexões e desenvolvimento de novas lideranças, realizado em conjunto com consultorias externas parceiras. A Escola também conta com um programa de formação escolar, que tem como meta garantir a conclusão do ensino fundamental e médio para os colaboradores. Desta forma, é possível que uma mesma pessoa em diferentes épocas profissionais consiga se especializar em algum ou todos os eixos a depender do momento atual.
O colaborador Adamantino de Moura Almeida está entre os 100 beneficiados com o projeto em 2024 | Arezzo&Co/Divulgação/JC
O colaborador Adamantino de Moura Almeida está entre os 100 beneficiados com o projeto em 2024 Arezzo&Co/Divulgação/JC
O colaborador Adamantino de Moura Almeida está entre os 100 beneficiados com o projeto em 2024
Entre os beneficiados, está o gaúcho Adamantino de Moura Almeida: “Minha trajetória começou em 1980 quando, aos 14 anos, ingressei no curtume, onde atuava com couro e pesagem de materiais. Depois de mais de 10 anos no setor de pré-fabricados, migrei para a produção de sapatos e estou há sete anos na Schutz. Hoje faço o EJA na fábrica, graças à Arezzo&Co. Poder voltar a estudar está sendo fundamental para o meu desenvolvimento pessoal e profissional. Estou sempre em busca de aprimorar minhas habilidades e o apoio dentro do grupo é essencial nessa jornada”.

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