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Publicada em 22 de Outubro de 2024 às 17:59

Prorrogação do contrato da Ecosul divide opiniões em pesquisas realizadas com usuários

Com concessão até 2026, Ecosul administra Polo Rodoviário de Pelotas em trechos das BR-116 e BR-392

Com concessão até 2026, Ecosul administra Polo Rodoviário de Pelotas em trechos das BR-116 e BR-392

ECOSUL/DIVULGAÇÃO/JC
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Bárbara Lima
Bárbara Lima Repórter
Uma pesquisa realizada pela Fetransul (Federação das Empresas de Logística e Transporte de Cargas no Rio Grande do Sul) aponta que 89% dos usuários do Polo Rodoviário de Pelotas entrevistados acreditam que uma nova licitação com outra empresa reduziria as tarifas e aumentaria os investimentos na região. Atualmente, administrada pela Ecosul, a taxa de pedágio nas rodovias é considerada uma das mais caras do Brasil, no valor de R$ 19,60 para carros de passeio. O contrato de concessão termina em 2026, mas a empresa busca a prorrogação sob novos moldes. Em contrapartida, a Ecosul afirma que, em pesquisa realizada pelo Instituto de Opinião Pública (IPO), 72,6% dos entrevistados concordam com a proposta de prorrogação da concessão com um novo modelo de contrato com a empresa.O levantamento da Fetransul também traz outros dados: 96% dos entrevistados consideram o pedágio caro; 68% avaliam os serviços e a segurança viária da Ecosul como regulares ou ruins; e 62% se declaram insatisfeitos. Além disso, 86% dos pesquisados são da Zona Sul do Estado, e 89% usam as rodovias diariamente ou semanalmente.Segundo o presidente da Fetransul, Francisco Cardoso, o contrato de concessão é muito antigo e, em sua visão, as condições não fazem mais sentido nos dias de hoje. "Não havia necessidade de quase nenhum investimento pelo contrato. Tanto que a maioria das obras de duplicação foi feita pelo governo federal, com recursos do contribuinte", ponderou. Para ele e para as entidades que representa, é necessário realizar uma nova licitação, permitindo que outras empresas concorram e ofereçam uma administração mais eficiente.Cardoso também destaca a necessidade de uma audiência pública envolvendo entidades e a população da Zona Sul do estado, incluindo produtores rurais e comerciais-industriais. "É preciso redefinir o projeto e incluir outros trechos. O valor do pedágio afeta a competitividade da Zona Sul. As transportadoras não pagam o pedágio, mas isso aumenta o custo para os embarcadores, o que encarece o transporte de carga e afeta o trabalho", explicou.
Uma pesquisa realizada pela Fetransul (Federação das Empresas de Logística e Transporte de Cargas no Rio Grande do Sul) aponta que 89% dos usuários do Polo Rodoviário de Pelotas entrevistados acreditam que uma nova licitação com outra empresa reduziria as tarifas e aumentaria os investimentos na região. Atualmente, administrada pela Ecosul, a taxa de pedágio nas rodovias é considerada uma das mais caras do Brasil, no valor de R$ 19,60 para carros de passeio. O contrato de concessão termina em 2026, mas a empresa busca a prorrogação sob novos moldes. Em contrapartida, a Ecosul afirma que, em pesquisa realizada pelo Instituto de Opinião Pública (IPO), 72,6% dos entrevistados concordam com a proposta de prorrogação da concessão com um novo modelo de contrato com a empresa.

O levantamento da Fetransul também traz outros dados: 96% dos entrevistados consideram o pedágio caro; 68% avaliam os serviços e a segurança viária da Ecosul como regulares ou ruins; e 62% se declaram insatisfeitos. Além disso, 86% dos pesquisados são da Zona Sul do Estado, e 89% usam as rodovias diariamente ou semanalmente.

Segundo o presidente da Fetransul, Francisco Cardoso, o contrato de concessão é muito antigo e, em sua visão, as condições não fazem mais sentido nos dias de hoje. "Não havia necessidade de quase nenhum investimento pelo contrato. Tanto que a maioria das obras de duplicação foi feita pelo governo federal, com recursos do contribuinte", ponderou. Para ele e para as entidades que representa, é necessário realizar uma nova licitação, permitindo que outras empresas concorram e ofereçam uma administração mais eficiente.

Cardoso também destaca a necessidade de uma audiência pública envolvendo entidades e a população da Zona Sul do estado, incluindo produtores rurais e comerciais-industriais. "É preciso redefinir o projeto e incluir outros trechos. O valor do pedágio afeta a competitividade da Zona Sul. As transportadoras não pagam o pedágio, mas isso aumenta o custo para os embarcadores, o que encarece o transporte de carga e afeta o trabalho", explicou.

Metodologia Fetransul

A pesquisa foi desenvolvida em duas etapas. Na primeira fase, por meio digital, foram coletadas 3.447 respostas de pessoas vinculadas a entidades empresariais que, devido às suas atividades, utilizam o sistema rodoviário do RS. Entre essas entidades, estão os 13 sindicatos de empresas de transporte e logística do estado, garantindo abrangência estadual à amostra.

Na segunda etapa, foi realizada uma pesquisa presencial entre os dias 28/08 e 02/09. As entrevistas ocorreram em postos de abastecimento nas rodovias BR-116 e BR-392, nas cidades de Pelotas, Canguçu e Rio Grande. A amostra incluiu 1.085 questionários, divididos proporcionalmente entre usuários de automóveis e caminhões, de acordo com a média de passagens diárias nas praças de pedágio, por tipo de veículo. A margem de erro da pesquisa é de até 10%, conforme os critérios técnicos de amostragem.

Cardoso explicou que, para obter uma amostra representativa dos usuários das rodovias concedidas à Ecosul, "consideramos o VDM das vias (cerca de 30 mil veículos por dia) e determinamos uma margem de acerto de 90%. Para isso, seriam necessárias 748 entrevistas." Apesar disso, foram feitas 1.085 entrevistas. "O que está em jogo é o fim deste contrato e uma nova licitação. Queríamos saber o que os usuários pensam sobre isso, mas também medimos a satisfação de forma acessória", afirmou.

Ecosul diz que 72,6% dos entrevistados em pesquisa concordam com a proposta para a prorrogação da concessão

 
A prorrogação do contrato também foi tema de uma pesquisa do Instituto de Opinião Pública (IPO), afirmou a Ecosul, concessionária que administra as rodovias. De acordo com o levantamento realizado pelo IPO, 72,6% dos entrevistados concordam com a proposta de prorrogação da concessão com um novo modelo de contrato com a Ecosul apresentado ao governo federal.

"Essa proposta prevê a redução imediata da tarifa e importantes obras, entre elas a duplicação da BR-392, do quilômetro zero ao quilômetro 9, a recuperação da Ponte do Canal São Gonçalo, o alteamento e substituição de três pontes na BR-116, o alargamento e adequação de todas as pontes, a construção de um ponto de parada e descanso para caminhoneiros, além de melhorias como a implantação de sistemas de monitoramento por câmeras, descontos para veículos de passeio que sejam usuários frequentes e a modernização dos parâmetros operacionais", detalhou a empresa.

A Ecosul ressalta que as alternativas com um novo contrato preveem a redução imediata da tarifa de pedágio. "Não se trata de uma simples prorrogação do contrato atual, mas de uma repactuação, com redução da tarifa e a obrigação de realizar obras importantes", esclareceu.

À reportagem, a empresa informou ainda que a proposta de extensão da concessão está em análise pelo Ministério dos Transportes, "sem atualizações recentes". Sobre a pesquisa da Fetransul, a Ecosul afirmou desconhecer a metodologia, mas ressaltou que "a pesquisa recente realizada pelo IPO apontou que 68% dos usuários consideram ótimos ou bons os serviços prestados pela concessionária, e 22,5% os avaliam como regulares."

Metodologia IPO

A pesquisa do IPO é quantitativa, probabilística e estratificada por tipo de veículo (passeio e carga), praça de pedágio e tipo de passagem (normal e AVI/via fácil). Os motoristas foram entrevistados nas praças de pedágio e nos postos de combustíveis no entorno do Polo Rodoviário da Ecosul. O levantamento foi realizado entre os dias 17 e 27 de abril de 2024, com um total de 900 entrevistas, sendo 566 com veículos de passeio e 334 com veículos de carga/caminhões. A margem de erro é de 3,0 pontos percentuais, com um intervalo de confiança de 95%.

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