Mesmo com a tragédia climática de maio que causou prejuízos em diversos municípios gaúchos, a retomada da atividade econômica no Rio Grande do Sul tem sido positiva porque houve o aporte de uma série de recursos financeiros ao Estado como a antecipação de benefícios sociais e a ajuda do governos federal. A avaliação foi feita pelo economista chefe da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Giovani Baggio, que nesta segunda-feira (14) foi o palestrante da reunião-almoço do Sindicato da Construção Civil do Rio Grande do Sul (Sinduscon/RS). "Os recursos permitiram que a economia gaúcha fosse retomada de forma mais rápida", destaca.
Segundo o economista-chefe da Fiergs, existem empresas que ainda não conseguiram retomar suas atividades. Porém, há setores, como o moveleiro, na Serra gaúcha, que estão com uma demanda muito forte de serviços. O receio dos economistas, segundo Baggio, é que comece a faltar recursos financeiros quando passar mobilização de reconstrução do Estado. "Os recursos que foram antecipados pode fazer falta o que pode resultar em uma desaceleração na economia gaúcha", comenta. Baggio abordou o impacto do processo eleitoral na atividade econômica e o balanço e as perspectivas da indústria e da construção civil gaúcha, na sede do Sinduscon/RS, em Porto Alegre. A palestra fez parte das comemorações de 75 anos do sindicato que serão celebrados nesta terça-feira (15).
Sobre a Construção Civil, Baggio afirma que o segmento tem sido muito importante para a retomada da economia do Rio Grande do Sul. "A destruição causada pelas enchentes na infraestrutura privada e pública tem demandado mais o setor. Existe indicadores que mostram um aumento na geração de empregos na construção civil", acrescenta.
Com relação ao processo eleitoral, Baggio destaca que a atividade econômica está impactada pelas eleições municipais. "As obras públicas que são importantes para a infraestrutura do Estado são impactadas durante o processo eleitoral e a retomada dos trabalhos deve demorar porque existe uma legislação que proíbe gastos neste período", acrescenta. Para Baggio, os eleitores querem que retomada das obras tenha como foco a criação de um sistema de proteção contra enchentes.
O economista disse também que a economia do Rio Grande do Sul sofre com a falta de trabalhadores, com a saída de pessoas do Estado e com a questão demográfica que não joga a favor do crescimento do Rio Grande do Sul. "Temos que fazer um esforço muito grande para mostrar que o Estado se tornou a prova de enchentes porque se não vamos perder os investimentos que temos e não vamos conseguir atrair novas empresas para o Estado", destaca. Baggio defende um alinhamento entre os governos federal, estadual e municipal para tratar sobre as questões de prevenção.
Durante a reunião-almoço, o presidente do Sinduscon/RS, Claudio Teitelbaum, anunciou uma série de atividades que marcam as comemorações dos 75 anos do sindicato celebrados nesta terça-feira (15). A direção do Sindicato e do Hospital Moinhos de Vento assinaram um termo de cooperação que institui a telemedicina aos trabalhadores do setor e seus familiares. Será disponibilizado por meio da adesão das empresa filiadas ao sindicato o atendimento de saúde.
No dia 4 de novembro, será realizado um jantar na Associação Leopoldina Juvenil para comemorar os 75 anos do sindicato. Durante a solenidade, será feita a abertura da conferência Internacional Greenbuilding Brasil 2024 + Inovar Sinduscosn/RS. A conferência acontece nos dias 5 e 6 de novembro, no teatro da Unisinos, em Porto Alegre. Também haverá um congresso online no dia 7 de novembro, com mais de 40 conteúdos inéditos. Em comemoração aos 75 anos, Teitelbaum apresentou a nova marca do sindicato. "A mudança da identidade e o novo posicionamento do Sinduscon/RS traduzem os propósitos desta gestão com foco na conexão, construção e transformação", ressalta. A nova marca do sindicato foi criada por Caio Costa, Gabriel Araújo e Vicente Campos, da John & Hackmann.