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Publicada em 11 de Outubro de 2024 às 18:59

ONG Habitat recupera casas afetadas pela enchente no Rio Grande do Sul

A organização está promovendo obras em casas das comunidades Fazendinha e Asa Branca

A organização está promovendo obras em casas das comunidades Fazendinha e Asa Branca

ONG Habitat / Divulgação / JC
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Miguel Campana
Miguel Campana
Embora os trabalhos de reconstrução no bairro Sarandi, em Porto Alegre, estejam longe de serem concluídos, a população da região conta com o apoio da ONG Habitat para a Humanidade Brasil. A organização já trabalhou na reparação de moradias afetadas por desastres socioambientais em outras ocasiões, como em Pernambuco e na Bahia.
Embora os trabalhos de reconstrução no bairro Sarandi, em Porto Alegre, estejam longe de serem concluídos, a população da região conta com o apoio da ONG Habitat para a Humanidade Brasil. A organização já trabalhou na reparação de moradias afetadas por desastres socioambientais em outras ocasiões, como em Pernambuco e na Bahia.
O plano de auxílio da ONG Habitat consiste na reparação de estruturas físicas das casas que foram diretamente danificadas durante a enchente. A iniciativa dá continuidade ao Programa de Resposta aos Desastres da Habitat Brasil, que teve a sua primeira etapa realizada em junho. Naquela oportunidade, foram distribuídos kits emergenciais de higiene e de habitabilidade às famílias.
Para que fosse possível realizar a segunda fase do projeto, a ONG Habitat angariou fundos através de doações de outras instituições e também por meio de uma campanha de arrecadação. Como os recursos da iniciativa ainda são limitados, a Habitat procura recuperar exatamente as estruturas que foram danificadas durante a enchente, como pisos, paredes, portas e janelas.
"Há uma série de reformas que nós podemos fazer para que a casa volte ao estado em que estava antes das chuvas. Por exemplo, nós estamos fazendo a pintura das moradias que ficaram muito manchadas pela quantidade de água que entrou", explica a gerente de Programas da Habitat Brasil, Mohema Rolim.
A ONG Habitat identificou as famílias que se encaixavam no perfil do projeto a partir de conversas com organizações comunitárias do bairro Sarandi. "Nós trabalhamos com famílias de baixa renda, que ganham até três salários mínimos, e que possuem casa própria. Além disso, é importante que as casas estejam em condições de serem reparadas", ressalta Mohema.
Antes do início das obras, a Habitat faz uma visita social e técnica em cada casa apontada pelas organizações comunitárias, a fim de conhecer melhor as famílias e as condições dos imóveis.
De acordo com a gerente da Habitat, as obras de reparação no Sarandi estão em diferentes estágios, considerando as especificidades de cada casa. A maioria das famílias permanece nas próprias casas, mesmo durante as reformas, por não haver outra alternativa. Assim, a ONG Habitat procura conciliar o cronograma das obras com o dia a dia dos moradores.
"As pessoas perderam tantas coisas, como móveis e roupas, que nós jamais condicionaríamos uma família a utilizar recursos para se manter em outro lugar durante os dias da obra", explica Mohema.
No momento, a Habitat está trabalhando em 50 casas diferentes, que se localizam nas comunidades Fazendinha e Asa Branca. A perspectiva da organização é aumentar esse número para 100 até o final deste ano, e para 300 até o último mês de 2025.
 

Instituição ofereceu base de operações para as obras

A aproximação entre a ONG Habitat Brasil e as famílias do bairro Sarandi foi intermediada pela organização Aldeias Infantis SOS (traduzido de SOS Children's Villages). Instalada há 57 anos no bairro do norte de Porto Alegre, a instituição indicou as comunidades da região que necessitavam de ajuda.
"Nós conhecemos muito bem o bairro Sarandi, tanto que uma das nossas sedes administrativas no Rio Grande do Sul se encontra ali. Por conta disso, conseguimos atuar em conjunto com a Habitat Brasil", explica o gestor da Ação de Emergência da Aldeias Infantis SOS no RS, Alex Thomazi.
Como o próprio nome sugere, a Aldeias Infantis SOS é focada em oferecer proteção para crianças, adolescentes, jovens e suas famílias. A organização atua junto a pessoas que estão em risco de perder o cuidado parental, ou que já o perderam. No projeto de recuperação das casas afetadas pela enchente, o objetivo da Aldeias é justamente evitar que as famílias das crianças do bairro Sarandi fiquem desassistidas.
"Nós estamos atuando para que as 2 mil pessoas que estamos atendendo possam sair dessa situação de vulnerabilidade, e também para evitar que ocorram rompimentos de vínculos familiares", destaca Thomazi.
Além da indicação das famílias, a Aldeias ofereceu uma estrutura física dentro do seu próprio condomínio, para que a ONG Habitat pudesse montar uma espécie de base de operações. De acordo com Thomazi, a Aldeias já investiu cerca de R$5,5 milhões no projeto, e planeja colocar mais R$3,2 milhões durante os próximos 12 meses.
A Aldeias também participou da primeira fase do Programa de Resposta aos Desastres da Habitat Brasil, que proporcionou a distribuição de mais de 14 toneladas de kits emergenciais. A iniciativa promoveu a entrega de colchões, cobertores, produtos de higiene pessoal e de limpeza, água e cestas básicas. Também foram oferecidos materiais escolares, roupeiros e fogões.
 

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