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Publicada em 11 de Outubro de 2024 às 01:25

Especialistas apontam caminhos para a recuperação

Palestra Aod Cunha

Palestra Aod Cunha

/Tânia Meinerz/JC
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Claudio Medaglia
Claudio Medaglia Repórter
O primeiro painel do Fórum Econômico do Rio Grande do Sul 2024 propôs um olhar sobre gargalos e caminhos para a retomada. O evento contou com a participação dos economistas Antonio da Luz, da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), e Aod Cunha. Primeiro a falar no painel Propostas para a Retomada Econômica do RS, Aod destacou que as chuvas extremas de abril e maio foram apenas um dos obstáculos ao desenvolvimento e que há necessidade de o Estado recuperar a capacidade de mobilização estratégica.
O primeiro painel do Fórum Econômico do Rio Grande do Sul 2024 propôs um olhar sobre gargalos e caminhos para a retomada. O evento contou com a participação dos economistas Antonio da Luz, da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), e Aod Cunha. Primeiro a falar no painel Propostas para a Retomada Econômica do RS, Aod destacou que as chuvas extremas de abril e maio foram apenas um dos obstáculos ao desenvolvimento e que há necessidade de o Estado recuperar a capacidade de mobilização estratégica.
"Temos secas, que são recorrentes, e impactam drasticamente a economia gaúcha. A enchente foi um grande problema. Mas há outros, mais antigos, como a necessidade de melhorias na qualidade da educação, no enfrentamento da dívida pública, o envelhecimento da nossa população, as dificuldades para ampliar a área agrícola com irrigação e uma política de desenvolvimento defasada, por exemplo", observou. Segundo ele, esses e outros aspectos travam o crescimento econômico do Rio Grande do Sul. Aod apontou ainda a baixa taxa de imigração para o Estado, pela falta de atratividade para profissionais de outras regiões do País. "Precisamos nos tornar um local atrativo para o fluxo de talentos."
Antonio da Luz agregou outros componentes como responsáveis pelos problemas do Estado. Comparou as performances brasileira e americana em diferentes segmentos e apontou uma desproporção nos índices de produtividade dos trabalhadores dos dois países, com ampla vantagem para o modelo adotado pelos Estados Unidos.
"Além da baixa produtividade, temos uma infraestrutura precária. Para o transporte de grãos, por exemplo, seríamos muito mais eficientes com ferrovias e hidrovias. Estamos correndo com uma bola de ferro presa ao tornozelo", analisou o economista da Farsul, para quem a baixa qualidade nas estruturas de comunicação, energia e fragilidade fiscal são, também, gargalos importantes a obstruir o desenvolvimento do Estado.
Um dos caminhos para reverter esse cenário é a melhoria dos ambientes de negócios. E construir um lugar melhor para se viver e atrair pessoas. "Dobramos a produção agrícola a cada 12 anos, mas a infraestrutura não acompanha. Temos de melhorar nossa autocrítica e entender por que, com bons diagnósticos, não nos mobilizamos para fazer as coisas do jeito certo".
Na sequência, Haroldo Stumpf, do Banco Topazio; Cláudio Berquó, do BTG Pactual, Claudio Gastal, do Badesul, e Gerson Kunkel, do Sicredi, também falaram sobre o papel das instituições financeiras no processo de recuperação do Estado.  O cenário e investimentos no Brasil reuniu no palco Frederico Vontobel (Vokin Investimentos), Rafael Weber (RJI Investimentos) e Werner Roger (Trígono Capital). O evento foi encerrado com o painel Investimentos Globais e Regulação, com a participação de Carlos Klein Zanini, MBZ Advogados, Marcelo Nascimento, Avenue, e Pedro De Cesaro, Propósito.

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