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Publicada em 14 de Outubro de 2024 às 17:15

Especialistas apontam caminhos para o Rio Grande do Sul avançar

Evento realizado no dia 10 de outubro atraiu cerca de 500 pessoas ao Instituto Caldeira

Evento realizado no dia 10 de outubro atraiu cerca de 500 pessoas ao Instituto Caldeira

THAYNÁ WEISSBACH/JC
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Bárbara Lima
Bárbara Lima Repórter
Um debate sobre os principais desafios para a retomada econômica do Estado, além de uma análise do cenário atual de investimentos foram os dois eixos da segunda edição do Fórum Econômico do Rio Grande do Sul, realizado no dia 10 de outubro no Instituto Caldeira, em Porto Alegre.
Um debate sobre os principais desafios para a retomada econômica do Estado, além de uma análise do cenário atual de investimentos foram os dois eixos da segunda edição do Fórum Econômico do Rio Grande do Sul, realizado no dia 10 de outubro no Instituto Caldeira, em Porto Alegre.
Painelistas de renome apontaram caminhos para a reconstrução e para o futuro do desenvolvimento em solo gaúcho. Especialistas de instituições financeiras e profissionais que atuam no mercado financeiro também contribuíram com suas visões sobre investimentos em âmbito nacional e internacional.
Cerca de 500 pessoas participaram do evento, realizado entre 14h e 19h. O primeiro painel do Fórum Econômico tratou de "Propostas para a Retomada Econômica do RS", com os economistas Antonio da Luz, da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), e Aod Cunha, ex-secretário da Fazenda do Estado.

Com o intuito de aproximar os principais players locais, o Fórum também incluiu dois painéis voltados ao mercado financeiro, tanto para profissionais da área quanto para novos investidores. Ao discutirem o "Cenário e Investimentos no Brasil", Frederico Vontobel, da Vokin Investimentos, Rafael Weber, da RJI Investimentos, e Werner Roger, da Trigono Capital, indicaram uma possível alta no mercado de ações brasileiro.
A necessidade de pensar o futuro a partir da iniciativa privada e de investir em infraestrutura foram temas destacados na abertura do evento. Pedro De Cesaro, representando a Propósito Boutique Financeira – idealizador do evento junto com o Jornal do Comércio – destacou a importância de reconhecer a robustez histórica da economia gaúcha para projetar os próximos passos.
Citou o fato de o Rio Grande do Sul se manter entre os principais PIBs dos estados estados brasileiros, bem como a participação dos gaúchos no mercado financeiro. Segundo ele, mesmo que o Estado enfrente um cenário diferente do passado, é importante ver o lado positivo das adversidades. "Após as enchentes, a economia se reergueu. Nossa ideia é pautar o que podemos fazer no Estado, com uma economia forte, pensando no futuro, para além das fragilidades", ponderou.

O diretor-presidente do Jornal do Comércio, Giovanni Jarros Tumelero, destacou a sintonia do diário de economia e negócios do Rio Grande do Sul com o Fórum de Investimentos. O dirigente lembrou que o JC, desde a sua funação há 91 anos, sempre focou em informações estratégicas para os negócios.
"Começou informando aos atacadistas da época sobre as mercadorias que chegavam ao porto da capital gaúcha. E segue apostas em informações exclusivas, incentivando o desenvolvimento econômico e defendendo a economia como propulsora do desenvolvimento econômico e social do nosso Estado", afirmou. Tumelero ainda observou que, após as enchentes, o jornal tem divulgado iniciativas que mostram força e a retomada do Rio Grande do Sul.

Iniciativa privada à frente do desenvolvimento do RS

O vice-prefeito de Porto Alegre, Ricardo Gomes, participou da abertura do evento e refletiu sobre o que considera essencial para o desenvolvimento do Rio Grande do Sul. Ele destacou a iniciativa privada como carro-chefe dos investimentos e pontuou que o Rio Grande do Sul perdeu relevância política e, consequentemente, econômica nas últimas décadas.
"O único trecho não duplicado da BR-290 entre Buenos Aires e Fortaleza (CE) é no Rio Grande do Sul. Como ainda estamos discutindo isso em um eixo tão importante, inclusive para o Mercosul?", exemplificou, referindo-se ao trecho entre Eldorado Sul e Uruguaiana.
Gomes também ressaltou que a demora na duplicação da BR-116, que conecta a Capital à Região  Sul prejudica o Estado. "Há quanto tempo o RS não cresce na média dos estados do Nordeste?", questionou. Segundo o vice-prefeito, isso se deve, em parte, ao foco das discussões ao longo dos últimos 20 anos.
"Estamos discutindo equilíbrio fiscal do governo. Isso consumiu o espaço para debater o desenvolvimento econômico impulsionado pelo setor privado", considerou. Para Gomes, a iniciativa privada e a competitividade oferecida pelo Estado, incluindo a carga tributária, deveriam conduzir os investimentos em infraestrutura. "Precisamos virar a chave. Deixamos o ICMS e o endividamento dominarem o debate", afirmou.

Ele usou o próprio Instituto Caldeira como exemplo. A ideia inicial era que o espaço ajudasse a desenvolver a região (4º Distrito de Porto Alegre) e provocasse o setor público a investir em infraestrutura, além de facilitar o ambiente de negócios. "A retomada será conduzida pelo setor privado, e esse setor precisa propor mais a agenda econômica", concluiu.

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