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Publicada em 10 de Outubro de 2024 às 16:59

"Não vai ser perfeito", adianta a CEO da Fraport Brasil sobre retorno do Salgado Filho

Andreea Pal participou de fórum promovido pela Câmara Brasil-Alemanha no Rio Grande do Sul

Andreea Pal participou de fórum promovido pela Câmara Brasil-Alemanha no Rio Grande do Sul

Karine Viana/Divulgação/JC
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Jefferson Klein
Jefferson Klein Repórter
A esperada volta da operação do aeroporto Salgado Filho após as enchentes está próxima de acontecer, com data marcada para 21 deste mês. No entanto, os usuários não devem esperar ainda uma atividade dentro das condições de normalidade, pré-catástrofe climática. “O mais importante era cumprir o prazo para abrir o aeroporto, mas não vai ser perfeito”, avisa a CEO da Fraport Brasil, Andreea Pal.
A esperada volta da operação do aeroporto Salgado Filho após as enchentes está próxima de acontecer, com data marcada para 21 deste mês. No entanto, os usuários não devem esperar ainda uma atividade dentro das condições de normalidade, pré-catástrofe climática. “O mais importante era cumprir o prazo para abrir o aeroporto, mas não vai ser perfeito”, avisa a CEO da Fraport Brasil, Andreea Pal.
Ela detalha que a pista de pousos e decolagens, neste primeiro momento, ficará limitada a uma extensão de 1.730 metros. Além disso, serão aproveitadas apenas parte do pátio das aeronaves e cinco pontes de embarque. “O check-in dos passageiros (para voos nacionais) vai acontecer por um tempo na parte internacional e aí vai dar um pouco de congestionamento, porque não vamos ter, provavelmente, suficiente espaço”, antecipa Andreea. Ela detalha que essa situação é devido à reforma do sistema de bagagens.
O ar-condicionado também não funcionará à plena carga, assim como o Wi-Fi. “E acho que não vai acontecer, mas pode ocorrer um apagão, pois temos ainda uma conexão de energia temporária”, diz Andreea. A volta da operação do aeroporto em condições normais, inclusive com a recuperação da pista completa (3,2 mil metros) e da infraestrutura do terminal de passageiros, é prevista para 16 de dezembro.
No entanto, o Instrument Landing System (ILS) categoria 2 (CAT II), sistema de pouso por instrumentos que auxilia a movimentação de aeronaves em condições atmosféricas adversas, ainda não deverá estar funcionando neste verão. A perspectiva é que o equipamento esteja atuando antes do próximo inverno, quando as ocorrências de neblinas são mais rotineiras.
Para o dia 21 de outubro, já estão previstas 71 atividades no Salgado Filho (entre pousos e decolagens) e o horário de operação do complexo será de 8h às 22h. Com a volta do aeroporto da capital gaúcha, deixam de ser realizados os voos comerciais a partir da base aérea de Canoas, feitos desde o final de maio como medida alternativa.
Sobre a possibilidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva vir alguns dias antes da reabertura do Salgado Filho para visitar a estrutura do aeroporto, a CEO da Fraport Brasil comenta que não é algo confirmado, mas a concessionária já está se preparando para recebê-lo. Ela estima que o investimento total para a recuperação do aeroporto deverá ficar entre R$ 400 milhões a R$ 450 milhões.
Quanto à demanda de passageiros, Andreea espera que haja uma procura por voos domésticos superior ao que se verificava antes da catástrofe climática. “O sentimento é que todo mundo quer viajar”, argumenta a dirigente. No ano passado, o aeroporto porto-alegrense registrou o fluxo de aproximadamente 7,4 milhões de passageiros, além de trabalhar com cerca de 38,8 mil toneladas em cargas.
Neste novo começo, o aeroporto só irá atuar com voos domésticos, sendo que os internacionais deverão voltar em dezembro (com a possível exceção da ligação Porto Alegre – Lisboa, feita pela TAP). No cenário nacional, Andreea cita que deverá haver mais conexões entre a capital gaúcha e Brasília. A CEO da Fraport Brasil foi uma das palestrantes nesta quinta-feira (10) da 12ª edição do Fórum Internacional de Infraestrutura e Logística realizado pela Câmara Brasil-Alemanha no Rio Grande do Sul (AHK-RS), no Hotel Deville Prime, em Porto Alegre
O coordenador do Comitê do Fórum e Vice-Presidente da AHK-RS, Renê Wlach, ressalta que o evento vem abordando os problemas de infraestrutura no Rio Grande do Sul há mais de uma década e ainda existem muitos temas a serem debatidos. O dirigente enfatiza que os efeitos das enchentes foram bastante fortes nesse setor. "Eles criaram muitos prejuízos na malha rodoviária e problemas de reconstrução que devem levar de três a quatro anos para serem resolvidos", frisa.
Além disso, Wlach lembra a necessidade da dragagem da hidrovia gaúcha para solucionar o assoreamento desse modal logístico. O integrante da Câmara Brasil-Alemanha defende ainda que, quando o aeroporto Salgado Filho estiver totalmente operacional, é importante atrair novas companhias aéreas e estimular o transporte de cargas por esse meio.

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