Já com uma planta de biometano em construção avançada em Minas do Leão, outro aterro da Companhia Riograndense de Valorização de Resíduos (CRVR) servirá para alimentar mais um complexo de produção do biogás purificado, desta vez em São Leopoldo. Conforme o diretor-presidente da empresa, Leomyr Girondi, os serviços de terraplanagem nessa estrutura devem iniciar neste segundo semestre, o empreendimento já conta com licença ambiental de instalação e a operação deve ocorrer em meados de 2026.
“Na verdade, a gente está replicando o projeto de biometano em Minas do Leão agora em uma segunda planta em São Leopoldo”, explica o executivo. Ele ressalta que isso faz parte da estratégia do grupo em, percebendo a viabilização econômica de adotar novas tecnologias, ir disseminando essas soluções em suas diversas bases.
O biogás purificado é obtido através da decomposição dos resíduos orgânicos. A unidade em São Leopoldo terá a capacidade para a produção de 33 mil metros cúbicos diários de biometano e a estimativa atualmente do investimento necessário para concluir o projeto é de aproximadamente R$ 100 milhões. Já a planta de Minas do Leão deve implicar um aporte de R$ 130 milhões para a geração de 66 mil metros cúbicos ao dia do biogás purificado. “Mesmo sendo menor (a estrutura leopoldense), ela não reduz em custo proporcionalmente”, comenta Girondi.
O empreendimento em Minas do Leão sofreu atrasos em suas obras devido a fatores como a catástrofe climática que atingiu o Rio Grande do Sul e hoje a perspectiva é que essa planta seja inaugurada em maio de 2025. De acordo com o diretor-presidente da CRVR, as obras dessa iniciativa estão no momento com um avanço na ordem de 65%.
Nesta quarta-feira (9), no Palácio Piratini, o anúncio oficial do investimento na estrutura em São Leopoldo foi confirmado com a presença do governador Eduardo Leite. Girondi recorda que o projeto em Minas do Leão já foi enquadrado dentro dos incentivos tributários do Fundopem, concedido pelo governo do Estado, e a ideia é encaminhar a documentação para que a ação em São Leopoldo também possa contar com esse apoio.
O executivo considera o mercado do biometano bastante promissor, especialmente devido à questão ambiental, pois muitas companhias buscam atender metas de descarbonização. Ele lembra ainda que existe a possibilidade de usar o biogás purificado como combustível veicular e para o uso industrial ou residencial. Girondi assinala que a iniciativa está alinhada com os temas de transição energética, fortalecimento de fontes renováveis e dar competitividade ao Rio Grande do Sul na área de infraestrutura.
O dirigente adianta que a expectativa é que, futuramente, também se produza biometano nos aterros que a empresa possui em Santa Maria, Victor Graeff e Giruá. Os cinco aterros da CRVR recebem diariamente em torno de 6 mil a 6,5 mil toneladas de resíduos provenientes de mais de 300 municípios do Rio Grande do Sul.