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Publicada em 04 de Outubro de 2024 às 18:28

Dólar fecha em queda de 0,33%, a R$ 5,45, de olho em diferencial de juros

Conflito no Oriente Médio e relatório de emprego nos EUA também estiveram no radar

Conflito no Oriente Médio e relatório de emprego nos EUA também estiveram no radar

Arte/Jc
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Agência Estado
O relatório de emprego payroll dos Estados Unidos, acima do esperado, engatou uma valorização do dólar ante rivais fortes. Contudo, o real conseguiu se apreciar ante a divisa norte-americana nesta sexta-feira (4) com a entrada de fluxo comercial por operações de carry trade — pela expectativa positiva para o diferencial entre juros interno e externo — e também apoiado pela nova alta do petróleo. Ainda assim, na semana, a divisa acumulou valorização de 0,36%.O dólar à vista fechou em queda de 0,33%, a R$ 5,4556 nesta sexta-feira, com o real tendo o terceiro melhor desempenho entre divisas emergentes (atrás apenas de peso colombiano e do peso mexicano). Já o índice DXY, que mede o dólar contra uma cesta de seis moedas fortes, registrou alta de 0,52% hoje, aos 102,520 pontos, e ganho de mais de 2% na semana.O tão aguardado relatório payroll dos Estados Unidos apontou a criação de 254 mil empregos nos EUA em setembro, acima da mediana do Projeções Broadcast de 140 mil.As chances de um corte de apenas 0,25 ponto porcentual pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) em novembro ganharam força (plataforma do CME Group aponta que esta probabilidade é de 98,9%), mas investidores continuaram focando na perspectiva positiva de um diferencial de juros com a possibilidade de alta mais expressiva da taxa Selic. "Suporte ao real é principalmente fruto da expectativa de aumento da taxa Selic, apesar da diminuição da expectativa sobre magnitude de corte pelo Fed", afirma Elson Gusmão, diretor de câmbio da corretora Ourominas.O diferencial de juros favorece o real, porque "os investidores acabam tomando dinheiro em um lugar com taxa de juros mais baixa e trazendo para um mercado de maior risco, como o Brasil, que tem um prêmio mais alto", no chamado carry trade, segundo o especialista em câmbio da Manchester Investimentos, Thiago Avallone.Ambos afirmam que o mercado teve uma aversão a risco global elevada ao longo da semana, principalmente relacionada ao conflito no Oriente Médio. Contudo, a falta de grandes desdobramentos hoje abriu uma brecha para certo apetite a risco. "O mercado aguarda retaliação de Israel ao Irã, e por enquanto ainda não se sucedeu. Então acabou ajudando no apetite de risco global, e isso fez com que moedas de países emergentes acabassem se sobressaindo um pouco", diz Gusmão, da Ourominas.Avallone, da Manchester, cita ainda que a valorização do petróleo dá suporte adicional ao real, visto que o Brasil é um dos principais exportadores da commodity. Na semana, o barril WTI avançou 9,0% e o Brent, 8,4%.
O relatório de emprego payroll dos Estados Unidos, acima do esperado, engatou uma valorização do dólar ante rivais fortes. Contudo, o real conseguiu se apreciar ante a divisa norte-americana nesta sexta-feira (4) com a entrada de fluxo comercial por operações de carry trade — pela expectativa positiva para o diferencial entre juros interno e externo — e também apoiado pela nova alta do petróleo. Ainda assim, na semana, a divisa acumulou valorização de 0,36%.

O dólar à vista fechou em queda de 0,33%, a R$ 5,4556 nesta sexta-feira, com o real tendo o terceiro melhor desempenho entre divisas emergentes (atrás apenas de peso colombiano e do peso mexicano). Já o índice DXY, que mede o dólar contra uma cesta de seis moedas fortes, registrou alta de 0,52% hoje, aos 102,520 pontos, e ganho de mais de 2% na semana.

O tão aguardado relatório payroll dos Estados Unidos apontou a criação de 254 mil empregos nos EUA em setembro, acima da mediana do Projeções Broadcast de 140 mil.

As chances de um corte de apenas 0,25 ponto porcentual pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) em novembro ganharam força (plataforma do CME Group aponta que esta probabilidade é de 98,9%), mas investidores continuaram focando na perspectiva positiva de um diferencial de juros com a possibilidade de alta mais expressiva da taxa Selic. "Suporte ao real é principalmente fruto da expectativa de aumento da taxa Selic, apesar da diminuição da expectativa sobre magnitude de corte pelo Fed", afirma Elson Gusmão, diretor de câmbio da corretora Ourominas.

O diferencial de juros favorece o real, porque "os investidores acabam tomando dinheiro em um lugar com taxa de juros mais baixa e trazendo para um mercado de maior risco, como o Brasil, que tem um prêmio mais alto", no chamado carry trade, segundo o especialista em câmbio da Manchester Investimentos, Thiago Avallone.

Ambos afirmam que o mercado teve uma aversão a risco global elevada ao longo da semana, principalmente relacionada ao conflito no Oriente Médio. Contudo, a falta de grandes desdobramentos hoje abriu uma brecha para certo apetite a risco. "O mercado aguarda retaliação de Israel ao Irã, e por enquanto ainda não se sucedeu. Então acabou ajudando no apetite de risco global, e isso fez com que moedas de países emergentes acabassem se sobressaindo um pouco", diz Gusmão, da Ourominas.

Avallone, da Manchester, cita ainda que a valorização do petróleo dá suporte adicional ao real, visto que o Brasil é um dos principais exportadores da commodity. Na semana, o barril WTI avançou 9,0% e o Brent, 8,4%.

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