Os desafios e as oportunidades do setor do aço foram debatidos durante a reunião-almoço da Associação do Aço do Rio Grande do Sul (AARS) nesta quinta-feira (3). Entre os principais problemas apontados estão o aumento da importação de aço chinês no Brasil a preços subsidiados e a falta de medidas que protejam o setor nacional. A palestra foi apresentada pelo presidente da Usiminas, Marcelo Chara.
"Quando há importação de aço chinês nessa escala, também se está importando mão de obra, porque é emprego que deixa de ser gerado no país", ressaltou ele, enfatizando que a importação de aço, tanto em sua forma bruta quanto em produtos manufaturados, afeta toda a cadeia industrial brasileira. "Quando a indústria de um país está bem, significa que o país é desenvolvido", disse.
Segundo dados apresentados no painel, em duas décadas, a produção de aço da China evoluiu de 25% para mais de 50% da produção mundial, enquanto o Brasil se manteve estagnado ou perdeu força em alguns indicadores. Em dez anos, apesar de continuar posicionado entre os dez maiores produtores mundiais, o Brasil passou de 33 milhões de toneladas em 2004 para 22 milhões até agosto deste ano. Já a China foi de 273 milhões de toneladas para 691 milhões. "O mercado consumidor da China estagnou nos últimos anos e, a partir daí, o país cresceu exponencialmente nas exportações, tanto em termos de produtos siderúrgicos quanto de bens finais", afirmou Chara.
O consumo aparente per capita brasileiro, por sua vez, é um dos menores dentre os países em desenvolvimento. E mesmo com o crescimento do consumo neste ano por parte da indústria e dos serviços, esse aumento é absorvido pela importação. Assim, o efeito é em cascata. A participação da manufatura no Produto Interno Bruto (PIB) nacional despencou desde a década de 1980. Naquela época, correspondia a 30%. Em 2000, caiu para menos da metade, chegando a 13%, número que se mantém até hoje.
Como consequência, também diminuiu o percentual de produtos industrializados exportados pelo Brasil. Em 2005, 59% das exportações eram de produtos industrializados; hoje, esse número caiu para 33%, enquanto 67% correspondem a produtos primários (principalmente alimentos). A queda também se reflete em praticamente todos os segmentos relacionados ao aço, como a produção de veículos leves, máquinas agrícolas e máquinas rodoviárias.
Chara ponderou que o Brasil deveria contar com mais mecanismos de defesa comercial. Até 23 de setembro, 85% da cota de aços planos teve licença de importação concedida. Ele defendeu a medida que eleva o imposto de importação para 25% em volumes que excedam a cota. Por outro lado, o presidente da Usiminas destacou que a economia brasileira está crescendo, com projeções do PIB alcançando 3%, apesar dos juros considerados altos.
"Quando há importação de aço chinês nessa escala, também se está importando mão de obra, porque é emprego que deixa de ser gerado no país", ressaltou ele, enfatizando que a importação de aço, tanto em sua forma bruta quanto em produtos manufaturados, afeta toda a cadeia industrial brasileira. "Quando a indústria de um país está bem, significa que o país é desenvolvido", disse.
Segundo dados apresentados no painel, em duas décadas, a produção de aço da China evoluiu de 25% para mais de 50% da produção mundial, enquanto o Brasil se manteve estagnado ou perdeu força em alguns indicadores. Em dez anos, apesar de continuar posicionado entre os dez maiores produtores mundiais, o Brasil passou de 33 milhões de toneladas em 2004 para 22 milhões até agosto deste ano. Já a China foi de 273 milhões de toneladas para 691 milhões. "O mercado consumidor da China estagnou nos últimos anos e, a partir daí, o país cresceu exponencialmente nas exportações, tanto em termos de produtos siderúrgicos quanto de bens finais", afirmou Chara.
O consumo aparente per capita brasileiro, por sua vez, é um dos menores dentre os países em desenvolvimento. E mesmo com o crescimento do consumo neste ano por parte da indústria e dos serviços, esse aumento é absorvido pela importação. Assim, o efeito é em cascata. A participação da manufatura no Produto Interno Bruto (PIB) nacional despencou desde a década de 1980. Naquela época, correspondia a 30%. Em 2000, caiu para menos da metade, chegando a 13%, número que se mantém até hoje.
Como consequência, também diminuiu o percentual de produtos industrializados exportados pelo Brasil. Em 2005, 59% das exportações eram de produtos industrializados; hoje, esse número caiu para 33%, enquanto 67% correspondem a produtos primários (principalmente alimentos). A queda também se reflete em praticamente todos os segmentos relacionados ao aço, como a produção de veículos leves, máquinas agrícolas e máquinas rodoviárias.
Chara ponderou que o Brasil deveria contar com mais mecanismos de defesa comercial. Até 23 de setembro, 85% da cota de aços planos teve licença de importação concedida. Ele defendeu a medida que eleva o imposto de importação para 25% em volumes que excedam a cota. Por outro lado, o presidente da Usiminas destacou que a economia brasileira está crescendo, com projeções do PIB alcançando 3%, apesar dos juros considerados altos.
Além disso, novas obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), juntamente com os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), fortalecem a demanda no setor de infraestrutura e em toda a cadeia do aço, que envolve não apenas a matéria-prima, mas também maquinários. A potência energética também anima o setor. "Ainda precisamos impulsionar o gás natural como combustível de transição energética e para aumentar a competitividade industrial", afirmou.
Usiminas investe R$ 2 bilhões em políticas sustentáveis
A Usiminas realizou investimentos da ordem de R$ 3,5 bilhões em suas plantas. "Foi nosso maior ciclo de investimentos", afirmou Marcelo Chara, presidente da empresa. Segundo ele, R$ 2 bilhões foram destinados a políticas sustentáveis, com a meta de reduzir em 15% a emissão de gás carbônico até 2030.
Chara também explicou que a Usiminas está investindo em tecnologia para aumentar a eficiência. Atualmente, a empresa conta com 13 mil colaboradores e possui capacidade de produzir 2,1 milhões de toneladas de aço. A receita líquida em 2023 foi de R$ 27,6 bilhões, e os principais clientes são dos setores automotivo, de óleo e gás, maquinário industrial, agrícola, implementos rodoviários e eletrodomésticos.
Chara também explicou que a Usiminas está investindo em tecnologia para aumentar a eficiência. Atualmente, a empresa conta com 13 mil colaboradores e possui capacidade de produzir 2,1 milhões de toneladas de aço. A receita líquida em 2023 foi de R$ 27,6 bilhões, e os principais clientes são dos setores automotivo, de óleo e gás, maquinário industrial, agrícola, implementos rodoviários e eletrodomésticos.