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Publicada em 03 de Outubro de 2024 às 15:04

Entidades gaúchas enviam proposta ao governo federal para expansão do setor de energia eólica

Estado tem projetos com licença ambiental que somam cerca de 7 mil MW em potência instalada

Estado tem projetos com licença ambiental que somam cerca de 7 mil MW em potência instalada

TÂNIA MEINERZ/JC
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Agências
Entidades empresariais e associativas do Rio Grande do Sul e o governo do Estado encaminharam um documento ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços propondo a implantação de parques eólicos para reconstrução do Estado e o desenvolvimento da cadeia de energia renovável gaúcha. Liderada pelo Sindicato da Indústria de Energias Renováveis do Rio Grande do Sul (Sindienergia-RS), a proposta destaca que a expansão dos parques eólicos vai atrair mais investimentos para indústrias competitivas, inovadoras e descarbonizadas.
Entidades empresariais e associativas do Rio Grande do Sul e o governo do Estado encaminharam um documento ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços propondo a implantação de parques eólicos para reconstrução do Estado e o desenvolvimento da cadeia de energia renovável gaúcha. Liderada pelo Sindicato da Indústria de Energias Renováveis do Rio Grande do Sul (Sindienergia-RS), a proposta destaca que a expansão dos parques eólicos vai atrair mais investimentos para indústrias competitivas, inovadoras e descarbonizadas.
“Pretendemos através da união de todas as forças do setor, do governo estadual, integrado com o governo federal, possibilitar a instalação desses parques eólicos no Estado, atraindo investidores nacionais e estrangeiros, gerando emprego e renda para diversos setores da economia gaúcha. Inclusive para centenas de proprietários de terras atingidos pela catástrofe (climática)”, argumenta a presidente do Sindienergia-RS, Daniela Cardeal.

De acordo com a presidente do Sindienergia-RS, os levantamentos atuais apontam um forte potencial eólico no Estado, com a existência de dezenas de projetos sólidos. Ela destaca que há aproximadamente 7 mil MW de projetos com licença ambiental (o que é mais do que três vezes a capacidade eólica instalada hoje no Estado). Deste total, 1,5 mil MW possuem licença de instalação e 5,3 mil MW têm licenças prévias, além de um mesmo volume de projetos em estudos ambientais avançados, aliados ao fato da existência de conexão elétrica ao Sistema Interligado Nacional (SIN).
As medidas propostas, segundo Daniela, não impactarão nos orçamentos do Estado e do País e poderão gerar milhares de empregos. “Além disso, vão trazer condições de permanência e incremento de indústrias de componentes e equipamentos e empresas de prestação de serviços para o setor de energia eólica no País, evitando o desmanche da cadeia produtiva já instalada em outras regiões do Brasil”, afirma.
O documento entregue ao secretário da Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Rodrigo Rollemberg, reforça o grave momento vivido pela cadeia nacional de indústria de peças e equipamentos para o setor eólico no País. O cenário é originado, principalmente, pela inviabilidade de implantação a curto prazo de usinas eólicas em regiões do Brasil sem margens de conexão no Sistema Interligado Nacional, o baixo consumo regional, dificuldades logísticas de transporte de equipamentos de grande dimensão e custos de geração distantes do centro de carga consumidora.

Solicitações encaminhadas ao governo federal:
1. Financiamento para energia eólica no Rio Grande do Sul

Criar condições de financiamento, pelo Bndes, para os projetos eólicos no Rio Grande do Sul similar às condições oferecidas por fundos constitucionais para garantir a equiparação de juros incentivados e assim colocar maior equilíbrio com outras regiões do país com acesso aos fundos como fundo do Centro-Oeste (FCO), fundos do Norte (FNO) e fundos do Nordeste (FNE), com as seguintes condições:
Taxas de juros competitivas;
Prazo de financiamento longo, de pelo menos 15 anos;
Prazos de liberação adequados e início da liberação em até quatro meses após o pedido;
Alavancagem maximizada, de pelo menos 60% do investimento.

2. Leilão de energia de reserva
Leilão de Energia de Reserva com critério de habilitação que exija disponibilidade de conexão conforme mapa de margem publicado pelo Operador Nacional do Sistema (NOS).

3. Sinal locacional para energia eólica no Rio Grande do Sul

Solicitada a não aprovação do PL 365, mantendo as resoluções da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), sob pena do aumento do custo da energia elétrica para os consumidores brasileiros. Atualmente a comercialização de energia elétrica no Brasil não considera adequadamente o sinal locacional da usina a ser conectada no sistema elétrico (similar a um pedágio do fio que a menor distância seja compensada em relação a distâncias maiores).
Esta distorção resulta em altos investimentos em sistemas de transmissão de energia, cujo custo é pago por todos os consumidores brasileiros. O sinal locacional adequado resultaria na viabilização da geração com menor custo real aos consumidores em todo território nacional, tornando, de fato, a energia mais barata a todos.
A Aneel está tentando corrigir essa distorção, por meio das Resoluções REN 1024/2022 e 1041/2022, resultado de quatro anos de estudos técnicos da agência. O PL 365 propõe a revogação das resoluções da Aneel. Já foi aprovado na Câmara dos Deputados e está em apreciação no Senado Federal.
Assinam o documento as instituições:
Sindicato da Indústria de Energias Renováveis do Rio Grande do Sul (Sindienergia-RS)

Frente Parlamentar Pró-Energia Renováveis do Rio Grande do Sul

Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura do Rio Grande do Sul

Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico do Rio Grande do Sul

Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs)

Federação de Entidades Empresariais do RS (Federasul)

Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs)

Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio Grande do Sul (CREA-RS)

Sindicato dos Engenheiros do Rio Grande do Sul (Senge-RS)

Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Rio Grande do Sul (Sinduscon-RS)

Federação das Cooperativas de Energia, Telefonia e Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul (Fecoergs)

Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul

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