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Publicada em 30 de Setembro de 2024 às 17:48

Haddad: ou fiscal e monetário andam juntos virtuosamente, ou haverá problema econômico

Segundo Haddad, quanto mais o arcabouço for respeitado, maior será o espaço para o BC voltar a cortar os juros

Segundo Haddad, quanto mais o arcabouço for respeitado, maior será o espaço para o BC voltar a cortar os juros

Lula Marques/Agência Brasil/Divulgação/JC
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Agência Estado
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu, na manhã desta segunda-feira, 30, um alinhamento das políticas fiscal, comandada por sua pasta, e monetária, executada pelo Banco Central, como condição para a economia crescer de forma sustentada. "Ou fiscal e monetário andam juntos virtuosamente, ou vamos ter um problema econômico", afirmou durante entrevista à rádio CBN, onde por diversas vezes pregou respeito aos limites do arcabouço fiscal.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu, na manhã desta segunda-feira, 30, um alinhamento das políticas fiscal, comandada por sua pasta, e monetária, executada pelo Banco Central, como condição para a economia crescer de forma sustentada. "Ou fiscal e monetário andam juntos virtuosamente, ou vamos ter um problema econômico", afirmou durante entrevista à rádio CBN, onde por diversas vezes pregou respeito aos limites do arcabouço fiscal.
Segundo Haddad, quanto mais o arcabouço for respeitado, maior será o espaço para o BC voltar a cortar os juros.
Com juros mais baixos, emendou, o Brasil vai atrair investimentos e, assim, aumentar a capacidade de crescimento, aliviando a inflação. O crescimento da economia acima do potencial foi um dos motivos que levaram o BC a subir os juros na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).
Haddad frisou que a dívida pública, por gerar incerteza no mercado, precisa ser administrada com "muito cuidado". Após lembrar das ações de rating positivas recebidas pelo Brasil, ele disse que as notas de risco de crédito vão parar de subir se o País não cuidar da dívida.
Embora tenha ponderado que a Previdência terá que ser observada com atenção por todos os governos, mesmo após a reforma de 2019, o ministro considerou que o susto com a escalada dos gastos previdenciários passou. As despesas nesta rubrica das contas públicas, lembrou, subiram de fevereiro a março, mas se acomodaram a partir de maio.
Reoneração
O ministro da Fazenda reforçou mais uma vez que, se a reoneração integral da folha de pagamento de alguns setores da economia e de municípios tivesse sido aprovada neste ano, como era o desejo da pasta, os problemas fiscais do País estariam "mais bem equacionados".
"Se nós tivéssemos aprovado a Medida Provisória da reoneração, nós teríamos cravado déficit zero este ano, que é o primeiro ano de orçamento do governo Lula. 2023 foi orçamento do governo anterior", disse Haddad.
O ministro salientou ainda que, a despeito disso, o governo vai "continuar lutando" para atingir os resultados que a economia brasileira precisa e que o reequilíbrio das contas não é "um capricho" do ministério da Fazenda. "A economia brasileira precisa se reencontrar, depois de mais de dez anos, praticamente, de déficit e baixo crescimento", avaliou Haddad.
O ministro pontuou também que muitas vezes a necessidade de ajuste fiscal no passado recaiu sobre quem "mais precisa do Estado" e que o governo atual não pretende fazer isso e sim aliar o ajuste fiscal cobrando de quem pode pagar e reduzindo o gasto tributário do País.

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