A repetição de temporais que vêm assolando diversas cidades gaúchas nos últimos dias, principalmente na área de abrangência da CEEE Equatorial, está causando dificuldades para que a distribuidora faça o restabelecimento de todos os seus clientes que ficaram sem energia, desde a semana passada. E a situação pode se agravar, adverte o presidente da concessionária, Riberto Barbanera, se forem confirmadas as previsões para esta quinta-feira (26), que apontam o risco de novos temporais no entorno da Lagoa dos Patos na Metade Sul, parte do Litoral Norte e na região de Porto Alegre.
Até às 14h desta quarta-feira (25), o dirigente informa que eram 113 mil clientes sem luz. Ele alerta que, retornando o clima adverso, esse número poderá voltar a se elevar e ultrapassar o patamar de 200 mil. O executivo ressalta que, se esse cenário realmente se concretizar, será a terceira onda de tempestades que afetaram municípios atendidos pela companhia (como Bagé, Tapes, Canguçu, Pelotas, Alvorada, Balneário Pinhal, Mostardas e a capital gaúcha) no espaço de oito dias. Ele cita que em Camaquã chegou a ocorrer uma microexplosão atmosférica com a incidência de raios e granizo.
De acordo com Barbanera, no pico das quedas de luz (que começaram a ser verificadas na quinta-feira da semana passada (19), quando ventos de 122 quilômetros por hora foram registrados), cerca de 223 mil consumidores da CEEE Equatorial ficaram sem energia. Esse número chegou a cair para 85 mil, mas um novo evento climático fez subir novamente para em torno de 180 mil usuários desligados. A companhia atende hoje aproximadamente 1,9 milhão de unidades consumidoras.
O dirigente explica que alguns consumidores podem ficar mais tempo sem ter a energia restabelecida porque o setor elétrico dá prioridade para resolver a falta de luz em instituições como hospitais, postos de saúde, unidades de segurança pública, supermercados, entre outros. Quando um temporal sucede a outro, muitas vezes esses pontos prioritários voltam a ficar sem energia e regressam ao topo da fila de urgência, deixando outros consumidores em segundo plano.
Barbanera afirma que a distribuidora já tem cerca de 2 mil colaboradores atuando nas emergências e ainda contará com o apoio de equipes de concessionárias do grupo Equatorial de outros estados, da RGE, Celesc e das cooperativas Certel e Coopernorte. Essa iniciativa deve adicionar mais 70 a 100 equipes (que são compostas em média por três pessoas) na força tarefa da empresa.
“O Rio Grande do Sul cada vez mais será desafiado (pelos eventos climáticos severos) e vamos precisar de redes elétricas com mais resiliência”, prevê o presidente da CEEE Equatorial. Ele frisa que neste ano, entre outras ações, a empresa fez a substituição de 29 mil postes de madeira, reforçou a automação da rede com mais 300 novos religadores automáticos (mais 250 serão acrescidos a esse total até dezembro) e incrementou em 32% sua força de trabalho (passando de aproximadamente 4,5 mil colaboradores para cerca de 7 mil).