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Publicada em 16 de Setembro de 2024 às 18:57

Economistas preveem retomada da alta dos juros em reunião do Copom nesta semana

Mercado volta a aumentar a trajetória da Selic no Focus, com corte só em julho de 2025

Mercado volta a aumentar a trajetória da Selic no Focus, com corte só em julho de 2025

GERD ALTMANN/PIXABAY/DIVULGAÇÃO/JC
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Os analistas ouvidos pelo Banco Central (BC) esperam que o Comitê de Política Monetária (Copom) suba a taxa básica de juros para 10,75% nesta semana. O comitê se reúne nesta terça (17) e quarta (18)para definir a nova Selic. Segundo o boletim Focus, divulgado nesta segunda (16), o mercado prevê que haverá um aumento de 0,25 ponto percentual no patamar atual de 10,50%.
Os analistas ouvidos pelo Banco Central (BC) esperam que o Comitê de Política Monetária (Copom) suba a taxa básica de juros para 10,75% nesta semana. O comitê se reúne nesta terça (17) e quarta (18)para definir a nova Selic. Segundo o boletim Focus, divulgado nesta segunda (16), o mercado prevê que haverá um aumento de 0,25 ponto percentual no patamar atual de 10,50%.
Os dados mais recentes disponíveis, da sexta-feira, sugerem que a Selic deve subir 0,25 ponto percentual na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), a partir desta quarta-feira, e chegar a 11,50% em janeiro de 2025. A partir dali, seriam três reuniões de estabilidade, com a possibilidade de um primeiro corte só em julho do ano que vem.
Nesse mês, a mediana indica uma Selic de 11,4275% - ou seja, está dividida entre um corte de 0,25 ponto porcentual ou manutenção dos juros em 11,5%. A trajetória restante embutida sugere queda da taxa a 11,0% em setembro de 2025, seguida por uma baixa para 10,75% em novembro e, finalmente, para 10,5% em dezembro.
Apesar da expectativa consensual sobre qual deve ser a rota escolhida pela autoridade monetária, nem todos os agentes econômicos concordam com o caminho que parece mais provável nesta reunião -a primeira desde que Gabriel Galípolo, atual diretor de Política Monetária, foi indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à presidência do BC.
Alguns acham que o Copom precisa ser mais agressivo na largada, com uma alta de 0,5 ponto percentual, enquanto outros defendem que a melhor opção seria manter os juros no patamar atual, na visão deles já bastante restritivo.
O economista-chefe da XP e ex-assessor no Ministério da Economia, Caio Megale, considera acertada a possibilidade de o BC iniciar um novo ciclo de subida de juros com uma elevação de 0,25 ponto percentual da Selic. "Quando se tem pouca visibilidade e muita incerteza, é melhor começar devagar e, ao longo do tempo, ir calibrando (o ritmo de ajuste). Se precisar, acelera (o passo) ou não. Mas começar de forma gradual, com 0,25 faz sentido", diz. "Até outro dia eles estavam cortando os juros. É uma reversão de percepção de cenário", acrescenta.
Para Tony Volpon, ex-diretor do BC e professor adjunto da Georgetown University, o Copom deveria dar um passo maior no primeiro movimento de alta para sinalizar com mais clareza ao mercado o tamanho do seu compromisso com a meta de inflação, sobretudo nesse momento em que a credibilidade da instituição está na mira devido à transição de comando.
Mas o economista considera que os dados mais recentes de inflação geram um "constrangimento" do ponto de vista político a um aumento de juros mais agressivo.
Outra previsão que subiu, mas pela nona semana seguida, foi a inflação, que saltou a 4,35%, contra 4,30% da semana anterior. O mercado também elevou a expectativa do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) para 2025 (de 3,92% para 3,95%) e 2026 (3,6% para 3,61%). Um juro médio maior ao longo do ano que vem deveria fazer a inflação convergir mais rapidamente. Mas o Focus também mostrou que a projeção do mercado para a inflação acumulada em 12 meses em março de 2026 - o horizonte relevante do Copom - aumentou, de 3,77% na semana anterior para 3,81% nesta, com base nas projeções mensais. Na sua última reunião, o comitê estimava que manter a Selic estável em 10,5% seria suficiente para levar a inflação a 3,2% nesse mesmo horizonte.
Na semana passada, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que se preocupa que a seca que assola parte do País deve aumentar "um pouquinho" a inflação, e a sua pasta já revisou a expectativa do índice neste ano para 4,25%, contra 3,9% anteriormente. O dólar também está com uma previsão mais alta nesta segunda-feira, com os economistas projetando a cotação de R$ 5,40 para o término deste ano. Na semana passada, ele estava em R$ 5,35.
 As medianas do Sistema Expectativas de Mercado, que subsidia o relatório Focus, continuam indicando um ciclo total de aumento de 1 ponto porcentual na taxa Selic, a 11,5% em janeiro de 2025. Mas também passaram a sugerir menos cortes nos juros no ano que vem, com uma taxa média mais alta ao longo de todo o horizonte relevante do Banco Central.
Os dados mais recentes disponíveis, da sexta-feira, sugerem que a Selic deve subir 0,25 ponto percentual por reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) a partir desta quarta-feira, e chegar a 11,50% em janeiro de 2025. A partir dali, seriam três reuniões de estabilidade, com a possibilidade de um primeiro corte só em julho do ano que vem.
Nesse mês, a mediana indica uma Selic de 11,4275% - ou seja, está dividida entre um corte de 0,25 ponto porcentual ou manutenção dos juros em 11,5%. A trajetória restante embutida sugere queda da taxa a 11,0% em setembro de 2025, seguida por uma baixa para 10,75% em novembro e, finalmente, para 10,5% em dezembro.
No relatório Focus anterior, com dados até o dia 6 de setembro, o mercado já esperava um ciclo de quatro altas de 0,25 ponto porcentual nos juros, mas já trabalhava com cotes a partir da segunda reunião de 2025, em março.
Um juro médio maior ao longo do ano que vem deveria fazer a inflação convergir mais rapidamente. Mas o Focus também mostrou que a projeção do mercado para a inflação acumulada em 12 meses em março de 2026 - o horizonte relevante do Copom - aumentou, de 3,77% na semana anterior para 3,81% nesta, com base nas projeções mensais. Na sua última reunião, o comitê estimava que manter a Selic estável em 10,5% seria suficiente para levar a inflação a 3,2% nesse mesmo horizonte.
 

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