Porto Alegre,

Anuncie no JC
Assine agora

Publicada em 18 de Setembro de 2024 às 20:14

Gaúchos se engajam em projetos para reconstruir o Estado

Ponto sobre o rio Caí ligando Caxias do Sul a Nova Petrópolis foi uma das ações

Ponto sobre o rio Caí ligando Caxias do Sul a Nova Petrópolis foi uma das ações

/ISAAC MERLO/DIVULGAÇÃO/JC
Compartilhe:
Osni Machado
Osni Machado Colunista
Empresários e lideranças comunitárias gaúchas unem esforços para a reconstrução do Rio Grande do Sul. O espírito resiliente se sobressai, mais uma vez, em iniciativas que não dependem somente do poder público. Como, por exemplo, ações de apoio na realização de pequenas obras de infraestrutura em municípios afetados pela maior catástrofe climática ocorrida no Estado, em maio deste ano.
Empresários e lideranças comunitárias gaúchas unem esforços para a reconstrução do Rio Grande do Sul. O espírito resiliente se sobressai, mais uma vez, em iniciativas que não dependem somente do poder público. Como, por exemplo, ações de apoio na realização de pequenas obras de infraestrutura em municípios afetados pela maior catástrofe climática ocorrida no Estado, em maio deste ano.
São iniciativas que permitem que as comunidades possam rapidamente restabelecer as suas rotinas diárias e as suas economias, viabilizadas por mecanismos que independem de ações governamentais e que geralmente são demoradas para serem viabilizadas.
Dentro dessas iniciativas, no momento, 25 projetos estão passando pela análise do conselho do Programa Reconstrói RS, que conta com recursos disponíveis ao redor de R$ 85 milhões. Esses valores estão sendo destinados para reconstruir obras de infraestrutura. O programa foi idealizado pelo empresário William Ling e coordenado através do Instituto Ling e conta também com a parceria da Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul) e do Instituto Cultural Floresta.
A Família Ling foi responsável pela criação de um fundo com a doação inicial de
R$ 50 milhões. Essa iniciativa recebeu também contribuições espontâneas de outras empresas, famílias e amigos. De acordo com o presidente da Federasul, Rodrigo de Sousa Costa, 15 projetos foram aprovados, sendo na sua maioria pontes de pequeno porte, e agora outros 10 estão passando pela verificação do conselho especializado. "O objetivo desse programa é contribuir com iniciativas de lideranças locais, que imbuídas de espírito comunitário e associativo, estejam assumindo a responsabilidade pela realização de projetos de recuperação e melhorias de infraestrutura essenciais prejudicadas pelos fenômenos climáticos ocorridos no Estado", salienta.
O dirigente informa que o primeiro projeto aprovado trata da obra da ponte no Rio das Antas, ligando os municípios de Cotiporã e Bento Gonçalves. Esse projeto foi encaminhado pela Associação Comercial, Cultural e Industrial de Veranópolis. O orçamento desta ponte é de R$ 4 milhões e essa obra irá beneficiar, quando concluída, ao redor de 50 mil pessoas. A previsão de término é para o final deste mês.
"Trata-se de uma ligação importante da Região Nordeste com municípios ao Sul do Estado e incluindo toda a Região Metropolitana, permitindo o escoamento de produção e de chegada de matéria-prima. É uma via alternativa importante para dar vazão ao fluxo da BR 470", lembra.
Segundo Rafael Sittoni Goelzer, vice-presidente de Integração da Federasul, existe algo de diferente e que envolve um projeto como esse, ou seja, são obras mais "pensadas" às condições climáticas e também pelo legado que fica, resultante do vínculo de confiança criado entre a comunidade e a sua capacidade de gerar ações transformadoras.
Outro projeto que foi encaminhado pela Associação Comercial, Cultural e Industrial de Veranópolis diz respeito ao asfaltamento na ERS-437 entre Vila Flores e o município de Antônio Prado, absorvendo a demanda de tráfego que antes circulava pela BR-470. Essa obra está estimada em R$ 10 milhões e o seu término está previsto para 30 de janeiro de 2025. A ERS-473 permite uma ligação importante com os municípios da região Nordeste do Rio Grande do Sul, também sendo um trajeto de turismo. A estrada também é uma via rápida para acessar o Litoral pela Rota do Sol. A ERS-437 passa a ser uma via alternativa para desafogar a BR-470.
O município de Encantado tem projeto aprovado para o bairro Santa Clara, com estudos geotécnicos em área de 200 hectares, levantamentos geológicos e contenção de taludes. Os trabalhos incluem a execução de curvas de nível, desvio e drenagem de água e muros de arrimo, aterros e limpeza de solo instável, afetados por deslizamentos de terras ocorridos em maio.
Esse projeto foi encaminhado pela Associação Comunitária Altos de Santa Clara e está orçado em
R$ 1,3 milhão, beneficiando entre 5 mil e 10 mil pessoas. A previsão de término desta obra é para 3 de julho de 2025. Essas benfeitorias do bairro Santa Clara vão dar segurança, permitir a mobilidade na região, garantia de moradias e auxiliar empresas impactadas pelos deslizamentos. Já a Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Ponte Preta encaminhou projeto, que já está aprovado, para o alargamento de ponte na divisa do município com Jacutinga, permitindo o escoamento da produção agrícola local e dando mais segurança à população. O município de Ponte Preta está em estado de calamidade e Jacutinga em estado de emergência. A obra está orçada em R$ 1 milhão e o seu término está previsto para 31 de março de 2025.
A Câmara da Indústria, Comércio e Serviços do Vale do Taquari (CIC - Taquari) encaminhou projeto para edificação de ponte de concreto e estrutura de aço para atender a comunidade de Canhada Funda, no interior do município de Pouso Novo. Essa obra está estimada em R$ 600 mil e o seu término está previsto para ocorrer no dia 27 de novembro deste ano. De acordo com a CIC - Taquari, a ponte irá permitir o escoamento da produção agrícola, dar mobilidade aos moradores, garantir o transporte escolar, além de beneficiar as pessoas em busca do sistema de saúde.
A Associação Comercial e Industrial de Montenegro (ACI - Montenegro) também teve o seu projeto aprovado. Trata-se da criação de um sistema de monitoramento, que parte do município de Montenegro e acompanha o fluxo do rio Cai. Esse monitoramento será feito de duas maneiras. Uma delas, digital, ou seja, empregado instrumentação para medição do nível do rio Caí e o monitoramento analógico, com a utilização de câmeras e réguas.
A ideia desse projeto é enviar dados para a central da Defesa Civil dos municípios de Montenegro, Pareci Novo, São Sebastião do Caí e cidades próximas. Também está previsto o uso de um drone equipado com câmera e instrumento de leitura de nível de rio.
Esse projeto, orçado em R$ 1 milhão, também contempla a instalação de sistema de sirenes nos bairros alagáveis, assim como o desenvolvimento de um aplicativo para auxiliar na distribuição de mensagem e na apresentação de dados da coleta pelos instrumentos de medição. Essa iniciativa irá permitir o auxílio de 10 mil a 50 mil pessoas nos alertas climáticos, informando o tamanho da cheia, as cotas previstas e a amplitude da mancha de água. Também irá permitir que prefeituras da região tenham um planejamento para remoção de pessoas, animais e mobiliário, quando necessário. A execução do projeto está prevista para 31 de dezembro.
A ACI - Montenegro também encaminhou outro projeto (aprovado) com o objetivo de instalar 300 bueiros inteligentes em áreas alagáveis do município. A ideia dos bueiros inteligentes prevê uma rotina de limpeza desse sistema para que em períodos de cheia isso seja facilitado, impedindo a entrada de maior parte dos resíduos cheguem à área de drenagem. Estão previstas também melhorias nas caixas de passagem. Esse projeto está orçado em R$ 680 mil e a previsão de término é para 30 de abril de 2025.
 

Projetos

Ponte Rio das Antas - ACI - Veranopolis
Veranopolis - R$ 4 milhões - término em 30/09/2024
Asfaltamento - Entre Vila Flores e Antonio Prado ACI - Veranópolis
Veranopolis - R$ 10 milhões - término em 31/01/2025
Santa Clara -Associação Comunitária - Altos de Santa Clara
Encantado - R$ 1,3 milhões - término em 03/07/2025
Alargamento de Ponte na divisa entre Ponte Preta e Jacutinga
Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Ponte Preta
Ponte Preta - R$ 1 milhão - término em 31/03/2025
Ponte – Canhada Funda - CIC – Vale do Taquari
Pouso Novo - R$ 600 mil - término em 27/11/2024
Sistema de Alarmes e Avisos Montenegro - ACI
Montenegro - R$ 1 milhão - término em 31/12/2024
Bueiros Inteligentes - ACI
Montenegro - R$ 680 mil - término em 30/04/2025
Ponte - Roca Sales - Associação Amigos Reconstruindo Roca Sales
Roca Sales - R$ 2 milhões - término em 30/12/2025
Ponte mista em galeria – Rio Caí - CDL – Nova Petrópolis
Caxias do Sul - R$ 1 milhão e oitocentos e cinquenta - término em 20/09/2024
Ponte São Miguel - CIC – Vale do Taquari
Travesseiro - R$ 489.600,00 - término em 06/12/2024
Ponte Linha Tunas – Itapuca, Anta Gorda - CIC – Vale do Taquari
Anta Gorda - R$ 800 mil - término em 30/12/2024
Ponte Linha Usina Ilópolis - CIC – Vale do Taquari
Ilópolis - R$ 780 mil - término em 30/12/2024
Ponte Linha Miguelzinho - CIC – Vale do Taquari
Putinga - R$ 780 mil - término em 30/12/2024
Redenção da Barragem Santa Lucia - ACI - Putinga
Putinga - R$ 1 milhão - término em 30/04/2025
Reconstrução de Ponte – Estrada Julio Schnack - CIC – Vale do Taquari
Arroio do Meio - R$ 786.420,46 - término em 31/12/2024

Notícias relacionadas