A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) manteve suas expectativas para a oferta de combustíveis líquidos do Brasil, mas elevou a perspectiva de avanço do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2024, em relatório mensal publicado nesta terça-feira (10). O cartel também manteve o Brasil como um dos três países de fora da Opep que mais deverão impulsionar o avanço da oferta global em 2024, atrás apenas de EUA e Canadá.
A Opep espera que a oferta de combustíveis líquidos do Brasil suba 100 mil barris por dia (bpd) neste ano, para uma média de 4,3 milhões de bpd. Para o próximo ano, a projeção é de alta de 180 mil bpd, a 4,5 milhões de bpd. Ambas as projeções permaneceram inalteradas em relação a última publicação.
Em relação às estimativas para 2024, o cartel alerta que problemas técnicos e possíveis greves podem atrasar o início da produção programada em algumas plataformas, como os projetos Atlanta, Mero 3, Wahoo e Maria Quitéria. Em 2025, a Opep também prevê atrasos provocados por aumento nos custos de produção offshore e da inflação, além de um arrefecimento do crescimento econômico de curto prazo.
A produção brasileira de petróleo bruto caiu 60 mil bpd em julho, à média de 3,3 milhões de bpd, abaixo do esperado, segundo a Opep, graças à "manutenção extensiva e problemas operacionais". Já a produção total de combustíveis líquidos recuou 70 mil bpd em junho, ainda em uma média de 4,2 milhões de bpd. Contudo, o cartel destaca que a produção total está 150 mil bpd menor em uma base de comparação anual.
PIB
Em relação ao PIB, o cartel prevê que o Brasil crescerá 2,2% neste ano, avanço ante o 1,8% do relatório anterior. No cenário do Opep, o BC do Brasil deve retomar o ciclo de relaxamento monetário em setembro, o que, junto com a força do setor de serviços, deve impulsionar o crescimento econômico no segundo semestre.
O cartel acrescenta ainda que o plano fiscal revelado pelo governo brasileiro no mês passado e as reformas tributárias devem impulsionar a confiança do investidor em 2025. No entanto, considerando o aumento da inflação, a incerteza da política monetária e potenciais aumentos de juros, a Opep decidiu manter a projeção para o PIB no próximo ano, em 1,9%, inalterada em relação ao relatório anterior.