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Publicada em 10 de Setembro de 2024 às 12:18

Corsan diz que lançamento de efluentes em Tramandaí destravará Litoral Norte

Assunto foi debatido em uma reunião de trabalho na Federasul

Assunto foi debatido em uma reunião de trabalho na Federasul

Sérgio Gonzalez/Divulgação/JC
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Mauro Belo Schneider
Mauro Belo Schneider Editor-executivo
A Federasul reuniu, na manhã desta terça-feira (10), em Porto Alegre, a direção da Corsan Aegea e empreendedores do Litoral Norte para debater o envio do esgoto tratado de Xangri-Lá e outras praias a Tramandaí. O assunto tem gerado protestos e fez, inclusive, com que o Tribunal de Justiça determinasse a paralisação das obras do emissário na semana passada.
A Federasul reuniu, na manhã desta terça-feira (10), em Porto Alegre, a direção da Corsan Aegea e empreendedores do Litoral Norte para debater o envio do esgoto tratado de Xangri-Lá e outras praias a Tramandaí. O assunto tem gerado protestos e fez, inclusive, com que o Tribunal de Justiça determinasse a paralisação das obras do emissário na semana passada.
Fabiano Dallazen, diretor de Relacionamento Institucional da Aegea, questionou a decisão durante o evento na Federasul. “O Litoral Norte pode parar até 2030? A gente quer resolver o Litoral. É uma solução segura ambientalmente, correta e resolve a ausência da infraestrutura”, diz ele, sobre a construção da tubulação, acrescentando que o ramo da construção civil estava embargado desde 1996 pela falta de sistemas de saneamento.
O licenciamento ambiental do projeto começou a ser discutido em 2020 e em 2021 foi contratada a empresa Rhama Analysis Consultoria Ambiental, que concluiu haver capacidade de o Rio Tramandaí receber efluentes provenientes de sistemas de esgotamento sanitário de Xangri-Lá, Capão da Canoa, Tramandaí e Imbé. Em 2023, a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) emitiu Licença Prévia e de Instalação para Alteração (LPIA) sobre o emissário.
Até que, em março deste ano, ao iniciarem as obras, movimentos contrários passaram a promover manifestações no Litoral e a convocar a imprensa para tratar do assunto. A alegação é que a Bacia do Rio Tramandaí, que inclui a Lagoa dos Quadros, possa, entre outros problemas, ficar poluída e ter sua fauna atingida.
Mobilização reuniu pessoas contra a emissão de efluentes no Rio Tramandaí | PREFEITURA DE TRAMANDAÍ/DIVULGAÇÃO/CIDADES
Mobilização reuniu pessoas contra a emissão de efluentes no Rio Tramandaí PREFEITURA DE TRAMANDAÍ/DIVULGAÇÃO/CIDADES
Dallazen considera que “o Litoral Norte do Rio Grande do Sul tem dificuldade de discutir planos diretores”, e afirma que isso não pode barrar a discussão. “A falta de saneamento sempre foi uma trava. O que estamos propondo agora é saneamento, por questões de desenvolvimento”, ponderou, ao lado da presidente da empresa, Samanta Takimi.
A Corsan Aegea prevê investir R$ 550 milhões na região até 2033 com uma solução definitiva que “vai representar uma virada de página”. “Teremos o Litoral Norte resolvido até 2052”, prevê Dallazen.
Sobre as críticas de que a companhia estaria protegendo alguns municípios em detrimento de outros, foram apresentados números separadamente. Tramandaí receberá investimento de R$ 9 milhões em saneamento ao longo deste ano. Imbé, R$ 4,8 milhões. “Estamos olhando o Litoral como um todo, pois não tem como ser uma solução individualizada”, reiterou Dallazen.
A Corsan Aegea informa, ainda, que em vez dos 14 pontos de monitoramento recomendados pela licença no Rio Tramandaí, serão instalados 32. E que as emissões chegarão a 300 litros por segundo, mas que o avanço será de forma gradual, começando com 20 litros por segundo.
O grupo de empreendedores questionou se o aumento da população somado à chuva em períodos como Natal, Ano Novo e Carnaval não elevaria as chances de extravasamento do rio. A Corsan Aegea, no entanto, explicou que as estações estão sendo preparadas para receber o pico da população.
O presidente da Federasul, Rodrigo Sousa Costa, deixou registrado que o assunto é uma preocupação da diretoria regional da entidade no Litoral e que o encontro tinha o objetivo de avaliar a proposta no campo das ideias de forma técnica.

Como está a situação hoje

A suspensão da obra do emissário do Rio Tramandaí foi determinada pela 3ª Vara Civil da Comarca de Tramandaí a partir de pedido do vereador Antônio Augusto Galash (PDT), acatado pelo juiz substituto Paulo de Souza Avila. Procurado pela reportagem, o TJ informa que "não há mudança na situação desde a decisão". 

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