Porto Alegre,

Anuncie no JC
Assine agora

Publicada em 06 de Setembro de 2024 às 17:07

Sindienergia-RS propõe pontuação no Fundopem para quem comprar energia gaúcha

Presidente da entidade, Daniela Cardeal, comenta que tema será debatido com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico

Presidente da entidade, Daniela Cardeal, comenta que tema será debatido com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico

TÂNIA MEINERZ/JC
Compartilhe:
Jefferson Klein
Jefferson Klein Repórter
Como uma forma de apoiar projetos energéticos no Estado, assim como para auxiliar na retomada econômica pós-enchentes, o Sindicato da Indústria de Energias Renováveis do Rio Grande do Sul (Sindienergia-RS) está sugerindo que empresas que adquiram energia de novas usinas gaúchas ganhem pontos no Fundopem. A ferramenta é o principal incentivo tributário concedido pelo governo estadual e para as companhias se habilitarem ao benefício elas precisam preencher uma pontuação baseada em critérios como postos de trabalho criados e reflexos ambientais positivos do empreendimento.
Como uma forma de apoiar projetos energéticos no Estado, assim como para auxiliar na retomada econômica pós-enchentes, o Sindicato da Indústria de Energias Renováveis do Rio Grande do Sul (Sindienergia-RS) está sugerindo que empresas que adquiram energia de novas usinas gaúchas ganhem pontos no Fundopem. A ferramenta é o principal incentivo tributário concedido pelo governo estadual e para as companhias se habilitarem ao benefício elas precisam preencher uma pontuação baseada em critérios como postos de trabalho criados e reflexos ambientais positivos do empreendimento.
A presidente do Sindienergia-RS, Daniela Cardeal, comenta que esse assunto será tratado com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec). O diretor financeiro do sindicato, Juliano Pereira, acrescenta que outra medida que está sendo debatida é a possibilidade de o governo do Estado comprar energia gerada por complexos gaúchos para abastecer prédios públicos.
Daniela diz que essa ideia pode ser estendida para municípios que adquirem energia em maiores volumes, através de consórcios. Essa modalidade também poderia ser adotada, comenta a dirigente, por setores da economia como o metalomecânico e o moveleiro. Outra possibilidade para viabilizar mais usinas no Estado é a diversificação da autoprodução de energia. A diretora de operações Sindienergia-RS, Alessandra Guarda, lembra que a Honda foi uma das pioneiras nesse campo no Rio Grande do Sul, com seu parque eólico em Xangri-Lá voltado para atender à demanda elétrica das suas unidades.
Neste momento, enfatiza Daniela, somente em projetos eólicos com licença ambiental de instalação e outorgas, o Rio Grande do Sul conta com uma carteira de empreendimentos que somam uma potência instalada de cerca de 2 mil MW (em torno de metade da demanda média de energia do Estado). Justamente para essas usinas saírem do papel, a principal lacuna que precisa ser preenchida é a demanda por essa geração.
O diretor de eólicas do Sindienergia-RS, Guilherme Sari, estima que seriam necessários cerca de R$ 14 bilhões para concretizar esses complexos. Ele considera que o Rio Grande do Sul pode ter uma representação mais relevante no setor elétrico nos próximos anos, como já ocorreu no passado.
De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), de janeiro até o final de agosto deste ano, o Rio Grande do Sul foi o 9º estado quanto à contribuição para a expansão da matriz elétrica brasileira, participando com 139 MW no total de 7 mil MW que foram acrescidos em capacidade instalada no País. O líder do ranking foi a Bahia, com a adição de 1,9 mil MW. No território gaúcho, o principal agente responsável pelo aumento da potência foi o complexo eólico Coxilha Negra, que está sendo construído por etapas em Santana do Livramento pela Eletrobras.
Sobre a atual questão da seca no Brasil e como esse cenário está afetando a geração de energia, Daniela argumenta que, futuramente, as hidrelétricas com reservatórios podem funcionar como “baterias” naturais, armazenando recursos e possibilitando reduzir a ativação de termelétricas fósseis. Ela ressalta que barramentos de geração hídrica também contribuiriam para atenuar possíveis impactos de futuras enchentes.
Uma sugestão dada pela presidente do Sindienergia-RS é que sejam reavaliados e atualizados os projetos hidrelétricos de Garabi e Panambi, que seriam construídos no Rio Uruguai, na fronteira do Estado com a Argentina. “Estamos falando em dois grandes empreendimentos que dão respaldo quanto à geração de energia”, assinala a dirigente. Esses aproveitamentos hidrelétricos somariam 2,2 mil MW de capacidade instalada.

Biomassa é outro potencial a ser explorado no Estado

Visita da Diretoria do Sindienergia-RS. Rafael Salamoni, vice presidente; Daniela Cardeal, presidente; Giovanni Jarros Tumelero;  Alessandra Guarda, diretora de operações; Juliano Pereira, diretor financeiro.  Visita ao Jornal do Comércio.

Visita da Diretoria do Sindienergia-RS. Rafael Salamoni, vice presidente; Daniela Cardeal, presidente; Giovanni Jarros Tumelero; Alessandra Guarda, diretora de operações; Juliano Pereira, diretor financeiro. Visita ao Jornal do Comércio.

TÂNIA MEINERZ/JC
A vocação da biomassa (geração de energia a partir de resíduos orgânicos) no Estado é outra área que deve ser melhor trabalhada nos próximos anos, defende o vice-presidente da Sindienergia-RS, Rafael Salamoni. Ele informa que o potencial do Rio Grande do Sul é para produzir até 5,4 milhões de metros cúbicos ao dia de biometano (o que seria praticamente o dobro da capacidade de fornecimento de gás natural que chega aos gaúchos através do gasoduto Bolívia-Brasil, o Gasbol).
Salamoni frisa que há uma enorme oportunidade para essa atividade na região da fronteira, a partir de dejetos bovinos. Hoje, praticamente é inexistente a produção do biometano no Estado, no entanto o integrante do Sindienergia-RS adianta que a partir de 2025 a expectativa é contar com uma capacidade de cerca de 100 mil metros cúbicos ao dia do biogás purificado. A diretoria do Sindienergia-RS esteve nessa sexta-feira (6) visitando o Jornal do Comércio quando foi recebida pelo diretor-presidente do JC, Giovanni Jarros Tumelero.

Notícias relacionadas