A Cesta Básica de Porto Alegre registrou queda de 3,78% em agosto de 2024, passando a custar R$ 740,82, segundo levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Conforme a pesquisa, é a quarta queda mais acentuada do País, atrás de Fortaleza, João Pessoa e Goiânia. Mesmo assim, a capital gaúcha segue sendo a quarta capital com maior custo do conjunto, sendo que a primeira é São Paulo, com custo de R$ 786,35; a segunda é Florianópolis, com R$ 756,31; e a terceira, Rio de Janeiro, com custo da cesta básica de R$ 745,64.
Na avaliação mensal, em Porto Alegre, foram oito produtos que compõem a cesta e tiveram redução de preços médios. A maior redução deles foi na batata, que diminuiu 27,42%, seguida pelo tomate, com -18,36%, e o açúcar, que apresentou redução de -5,19%. Já os produtos que ficaram mais caros foram a banana, com aumento de 9,31%, o café, custando 3,83% a mais, e o pão, que aumentou 1%.
O tomate, inclusive, diminuiu em todas as capitais. Segundo a Dieese, a maior oferta, devido ao calor, abaixou os preços no varejo. O café, por outro lado, também aumentou no cenário nacional. O motivo, segundo o órgão, se deve a oferta restrita de grão no Vietnã, o aumento do preço internacional, a desvalorização do real em relação ao dólar e as oscilações no volume da colheita devido às mudanças climáticas.
De janeiro a agosto, ainda, a Cesta registra queda de 3,35% e, em 12 meses, o valor registrou recuo de 2,60%, segundo os dados da Capital. No período compreendido desde janeiro de 2024, o tomate foi o produto com maior queda nos preços, recuando 34,41%, seguido pelo o feijão, que diminuiu 9,30%, e pelo açúcar, que teve recuo de 6,73%. COmponentes da Cesta que tiveram maior aumento foram o leite, custando 22,23% a mais, o café, que aumentou 21,35%, e o arroz, com aumento de 10,68% nas prateleiras.
A pesquisa ainda ressalta que, no mês de agosto, considerando o salário mínimo, após o desconto de 7,5% da Previdência, o trabalhador de Porto Alegre precisou trabalhar 115 horas e 26 minutos para adquirir a Cesta Básica. Ainda, para a compra, precisaria comprometer 56,72% da remuneração para adquirir os produtos, o que seria suficiente para alimentar um adulto durante um mês. No mesmo período do ano passado, quando o salário mínimo era de R$ 1.320, o tempo de trabalho necessário foi 126 horas e 46 minutos, enquanto a renda comprometida, 62,29%.
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Com base na cesta mais cara, em São Paulo, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, a entidade calcula que o valor necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 6.606,13 ou 4,68 vezes o mínimo de R$ 1.412,00.