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Publicada em 03 de Setembro de 2024 às 15:29

Almoço fora de casa pode comprometer 64% de um salário mínimo no RS

Apesar do crescimento do valor do almoço ser abaixo do nacional, trabalhador do RS que não recebe benefício e precisa almoçar 20 dias por mês gasta, em média, R$ 900

Apesar do crescimento do valor do almoço ser abaixo do nacional, trabalhador do RS que não recebe benefício e precisa almoçar 20 dias por mês gasta, em média, R$ 900

Marcelo Camargo/Ag?ncia Brasil/JC
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Bárbara Lima
Bárbara Lima Repórter
Almoçar fora está mais caro. De acordo com a pesquisa +Valor, realizada pela Ticket, o preço médio da refeição completa (prato, bebida, sobremesa e café) no Rio Grande do Sul é de R$ 45,00. Em 2019, esse valor era, em média, R$ 34,03, o que representa um aumento de 32,2%. Na prática, isso significa que, se o trabalhador não recebe benefício de refeição e almoça fora de segunda a sexta, precisa desembolsar R$ 900,00 por mês (considerando 20 dias úteis), o que compromete 64% do salário mínimo, que atualmente é de R$ 1.412.Apesar disso, o aumento do almoço em bares e restaurantes foi 9 pontos percentuais abaixo do aumento do salário mínimo - cenário contrário ao da média nacional, onde o aumento da refeição superou o aumento do salário. Na média nacional, de acordo com o levantamento, o valor médio de uma refeição em 2019 era de R$ 34,62. Em 2024, custa, em média, R$ 51,61, o que representa um aumento de 49%. O salário mínimo, conforme dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), era de R$ 998 cinco anos atrás e, atualmente, está em R$ 1.412, ou seja, um crescimento de 41%. Quem não recebe vale-refeição precisaria desembolsar R$ 1.032,23 por mês para garantir o almoço de segunda a sexta, durante aproximadamente 20 dias, o que configura 73% do salário mínimo.Ao contrário do cenário nacional, que mostra um aumento no preço médio da refeição acima da inflação (de R$ 34,62 em 2019 para R$ 51,61 em 2024, ou seja, +49,07%), no Rio Grande do Sul o incremento ficou abaixo. Na visão da presidente da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) no Rio Grande do Sul, os empreendimentos do setor, diferentemente de outras regiões do país, seguem com o desafio de repassar a inflação, o endividamento e o aumento de custos após a pandemia e as enchentes. "O que vemos no Estado é um crescimento natural. Houve um grau de endividamento grande por parte dos empreendedores, mas tudo aumentou, seja no mercado, seja nos restaurantes", refletiu. Além disso, ela destaca a diminuição do poder aquisitivo da população como um dos fatores que influenciam na queda da pujança do setor.Para reverter este quadro, ela acredita que são necessárias políticas públicas efetivas. "Precisamos de uma reforma tributária melhor para o setor. Precisamos que a renda da população aumente e que a economia gire. Com o aumento da renda, as pessoas procuram bares e restaurantes também para o lazer, além do almoço executivo, o que é muito importante para o setor. O empreendedor da área precisa de melhores condições; é uma área que gera muitos empregos e renda", ponderou.Para Natália Ghiotto, diretora de Produtos da Ticket, o fato de o preço da alimentação fora de casa comprometer grande parte de um salário mínimo pode trazer prejuízos para os colaboradores. "Esse cenário  reforça a importância do benefício de refeição oferecido pelas empresas como garantia de acesso a uma refeição completa e de qualidade, que é fundamental para a produtividade e o bem-estar das pessoas", comentou em nota.
Almoçar fora está mais caro. De acordo com a pesquisa +Valor, realizada pela Ticket, o preço médio da refeição completa (prato, bebida, sobremesa e café) no Rio Grande do Sul é de R$ 45,00. Em 2019, esse valor era, em média, R$ 34,03, o que representa um aumento de 32,2%. Na prática, isso significa que, se o trabalhador não recebe benefício de refeição e almoça fora de segunda a sexta, precisa desembolsar R$ 900,00 por mês (considerando 20 dias úteis), o que compromete 64% do salário mínimo, que atualmente é de R$ 1.412.

Apesar disso, o aumento do almoço em bares e restaurantes foi 9 pontos percentuais abaixo do aumento do salário mínimo - cenário contrário ao da média nacional, onde o aumento da refeição superou o aumento do salário. Na média nacional, de acordo com o levantamento, o valor médio de uma refeição em 2019 era de R$ 34,62. Em 2024, custa, em média, R$ 51,61, o que representa um aumento de 49%. O salário mínimo, conforme dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), era de R$ 998 cinco anos atrás e, atualmente, está em R$ 1.412, ou seja, um crescimento de 41%. Quem não recebe vale-refeição precisaria desembolsar R$ 1.032,23 por mês para garantir o almoço de segunda a sexta, durante aproximadamente 20 dias, o que configura 73% do salário mínimo.

Ao contrário do cenário nacional, que mostra um aumento no preço médio da refeição acima da inflação (de R$ 34,62 em 2019 para R$ 51,61 em 2024, ou seja, +49,07%), no Rio Grande do Sul o incremento ficou abaixo. Na visão da presidente da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) no Rio Grande do Sul, os empreendimentos do setor, diferentemente de outras regiões do país, seguem com o desafio de repassar a inflação, o endividamento e o aumento de custos após a pandemia e as enchentes. "O que vemos no Estado é um crescimento natural. Houve um grau de endividamento grande por parte dos empreendedores, mas tudo aumentou, seja no mercado, seja nos restaurantes", refletiu. Além disso, ela destaca a diminuição do poder aquisitivo da população como um dos fatores que influenciam na queda da pujança do setor.

Para reverter este quadro, ela acredita que são necessárias políticas públicas efetivas. "Precisamos de uma reforma tributária melhor para o setor. Precisamos que a renda da população aumente e que a economia gire. Com o aumento da renda, as pessoas procuram bares e restaurantes também para o lazer, além do almoço executivo, o que é muito importante para o setor. O empreendedor da área precisa de melhores condições; é uma área que gera muitos empregos e renda", ponderou.

Para Natália Ghiotto, diretora de Produtos da Ticket, o fato de o preço da alimentação fora de casa comprometer grande parte de um salário mínimo pode trazer prejuízos para os colaboradores. "Esse cenário  reforça a importância do benefício de refeição oferecido pelas empresas como garantia de acesso a uma refeição completa e de qualidade, que é fundamental para a produtividade e o bem-estar das pessoas", comentou em nota.

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