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Publicada em 29 de Agosto de 2024 às 16:25

Presidente do Sinduscon-RS projeta crescimento da construção civil no segundo semestre

No almoço-palestra da ADCE, Claudio Teitelbaum apresentou ações do Sinduscon-RS após as enchentes no Estado

No almoço-palestra da ADCE, Claudio Teitelbaum apresentou ações do Sinduscon-RS após as enchentes no Estado

THAYNÁ WEISSBACH/JC
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Bárbara Lima
Bárbara Lima Repórter
O setor da construção civil no Rio Grande do Sul deve ter um desempenho melhor no segundo semestre deste ano em comparação com os primeiros seis meses. Essa foi a avaliação do presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do RS (Sinduscon-RS), Claudio Teitelbaum, em entrevista à reportagem antes do almoço-palestra da Associação de Dirigentes Cristãos de Empresa (ADCE), realizado nesta quinta-feira (29) no salão da Catedral Metropolitana de Porto Alegre, no Centro Histórico.Assim como aconteceu durante a pandemia de coronavírus, ele considera que as enchentes geraram mudanças no mercado da construção civil. "Estamos percebendo uma procura efetiva por imóveis em outras áreas mais seguras das cidades", disse. Além disso, ele destacou que o investimento em habitação popular impulsiona o setor, uma vez que muitas pessoas perderam totalmente suas residências e precisarão deixar de morar em regiões alagáveis.Nesse sentido, o aumento da atividade econômica já pode ser mensurado pelo crescimento de empregos no setor. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de julho, cerca de 2 mil vagas foram abertas a partir da construção civil. "Isso falando só de empregos diretos, sem contar os indiretos. Vamos experimentar alguns meses de crescimento do setor em função da reconstrução, tanto de moradias quanto de infraestrutura", explicou o presidente da entidade.Ele acredita, no entanto, que o crescimento poderia ser maior, não fossem, justamente, as enchentes. "O mercado está se acomodando. Os lançamentos e vendas em junho e julho aumentaram em ritmo menor do que poderia acontecer." Já sobre as cidades do interior, da Serra e do Vale do Taquari, ele considera que locais muito afetados pelas cheias terão impactos realmente negativos, mas que o litoral, por exemplo, continua "performando bem".Comparando o crescimento deste segundo semestre com o mesmo período do ano passado, Teitelbaum pondera que será menor. "O segundo semestre costuma ser mais movimentado, mas, além das enchentes, há outros fatores que influenciam um crescimento menor neste ano, como a reforma tributária e a taxa de juros. Esperávamos uma queda maior nos juros, que se mantiveram estáveis. Vamos ter um crescimento, mas inferior em relação ao ano passado em termos de vendas e lançamentos. Isso servirá para o mercado se acomodar e crescer em 2025."Outra transformação decorrente das enchentes, na visão dele, é a preocupação com a resiliência das construções. "A construção precisa ser mais resiliente e mais rápida. A reforma tributária vai trazer a necessidade de mais industrialização. Vejo, também, que esse olhar para a construção popular exigirá mais tecnologia para ser entregue de forma mais rápida, em sistemas modulares", explicou. O setor da construção civil é responsável por 3,7% do PIB do Brasil e por 17,7% do PIB do setor industrial. São gerados mais de 800 mil empregos diretos e indiretos.No almoço-palestra intitulado "O fortalecimento da Construção Civil para a produção de moradias neste momento histórico do RS", que teve a presença de líderes religiosos, empresariais e políticos, Teitelbaum também fez um balanço das ações do Sinduscon-RS nas enchentes de 2023 e 2024. "Isso mostra que nós, dos setores produtivos, podemos nos unir e fazer a diferença", incentivou. Em abril deste ano, foram entregues casas no Vale do Taquari. Até o final deste ano, o sindicato pretende entregar 31 casas em um terreno cedido pela prefeitura no bairro Partenon para os afetados pelas enchentes. O projeto, que prevê 50 casas no total, custa cerca de R$ 8 milhões, dos quais metade já foi arrecadada.
O setor da construção civil no Rio Grande do Sul deve ter um desempenho melhor no segundo semestre deste ano em comparação com os primeiros seis meses. Essa foi a avaliação do presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do RS (Sinduscon-RS), Claudio Teitelbaum, em entrevista à reportagem antes do almoço-palestra da Associação de Dirigentes Cristãos de Empresa (ADCE), realizado nesta quinta-feira (29) no salão da Catedral Metropolitana de Porto Alegre, no Centro Histórico.

Assim como aconteceu durante a pandemia de coronavírus, ele considera que as enchentes geraram mudanças no mercado da construção civil. "Estamos percebendo uma procura efetiva por imóveis em outras áreas mais seguras das cidades", disse. Além disso, ele destacou que o investimento em habitação popular impulsiona o setor, uma vez que muitas pessoas perderam totalmente suas residências e precisarão deixar de morar em regiões alagáveis.

Nesse sentido, o aumento da atividade econômica já pode ser mensurado pelo crescimento de empregos no setor. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de julho, cerca de 2 mil vagas foram abertas a partir da construção civil. "Isso falando só de empregos diretos, sem contar os indiretos. Vamos experimentar alguns meses de crescimento do setor em função da reconstrução, tanto de moradias quanto de infraestrutura", explicou o presidente da entidade.

Ele acredita, no entanto, que o crescimento poderia ser maior, não fossem, justamente, as enchentes. "O mercado está se acomodando. Os lançamentos e vendas em junho e julho aumentaram em ritmo menor do que poderia acontecer." Já sobre as cidades do interior, da Serra e do Vale do Taquari, ele considera que locais muito afetados pelas cheias terão impactos realmente negativos, mas que o litoral, por exemplo, continua "performando bem".

Comparando o crescimento deste segundo semestre com o mesmo período do ano passado, Teitelbaum pondera que será menor. "O segundo semestre costuma ser mais movimentado, mas, além das enchentes, há outros fatores que influenciam um crescimento menor neste ano, como a reforma tributária e a taxa de juros. Esperávamos uma queda maior nos juros, que se mantiveram estáveis. Vamos ter um crescimento, mas inferior em relação ao ano passado em termos de vendas e lançamentos. Isso servirá para o mercado se acomodar e crescer em 2025."

Outra transformação decorrente das enchentes, na visão dele, é a preocupação com a resiliência das construções. "A construção precisa ser mais resiliente e mais rápida. A reforma tributária vai trazer a necessidade de mais industrialização. Vejo, também, que esse olhar para a construção popular exigirá mais tecnologia para ser entregue de forma mais rápida, em sistemas modulares", explicou. O setor da construção civil é responsável por 3,7% do PIB do Brasil e por 17,7% do PIB do setor industrial. São gerados mais de 800 mil empregos diretos e indiretos.

No almoço-palestra intitulado "O fortalecimento da Construção Civil para a produção de moradias neste momento histórico do RS", que teve a presença de líderes religiosos, empresariais e políticos, Teitelbaum também fez um balanço das ações do Sinduscon-RS nas enchentes de 2023 e 2024. "Isso mostra que nós, dos setores produtivos, podemos nos unir e fazer a diferença", incentivou. Em abril deste ano, foram entregues casas no Vale do Taquari. Até o final deste ano, o sindicato pretende entregar 31 casas em um terreno cedido pela prefeitura no bairro Partenon para os afetados pelas enchentes. O projeto, que prevê 50 casas no total, custa cerca de R$ 8 milhões, dos quais metade já foi arrecadada.
 

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