A companhia Sagres foi a vencedora do leilão da área no Porto de Rio Grande conhecida como RIG 10 em certame recentemente promovido pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). Entre os principais objetivos com a ação está o aprimoramento do transporte de celulose que a operadora logística já realiza para a CMPC, que possui fábrica em Guaíba e utiliza a hidrovia para levar sua produção até o porto na Metade Sul e dali para outras regiões do planeta.
O diretor de Operações da Sagres Operações Portuárias, Leonardo Maurano, adianta que a perspectiva é que o investimento que será feito no terminal seja superior ao mínimo exigido nas contrapartidas do edital de licitação, que era de cerca de R$ 7,7 milhões. De acordo com o dirigente, o cálculo é que sejam injetados no complexo em torno de R$ 8,5 milhões. “São aportes em infraestrutura, em armazéns mais antigos que precisam ser modernizados”, detalha o dirigente.
O RIG 10, que tem área de cerca de 8,6 mil metros quadrados, é composto pelos armazéns A6, C1 e C2, pela Central de GLP e pelo anexo do armazém B3. O diretor da Sagres diz que serão feitas obras em pisos, telhados, portões, ajuste na segurança da operação, entre outras medidas. O tempo previsto para a realização das obras, segundo consta no edital, é de um ano a partir da assinatura do contrato, o que deve ocorrer em 90 dias a 120 dias.
Maurano aponta que o projeto BioCMPC, que envolve R$ 2,75 bilhões em investimentos e anunciado em 2021 pela CMPC, previa aumentar a capacidade de produção de celulose da planta de Guaíba em mais 350 mil toneladas anuais (um incremento de 18%). Os aprimoramentos no terminal RIG 10, enfatiza o representante da Sagres, serão realizados, principalmente, para atender a essa demanda.
No entanto, ele acrescenta que o complexo logístico pode ser aproveitado para a movimentação de carga geral como, além da celulose, madeira serrada, tratores, colheitadeiras e outros rodantes pesados. Sobre a futura logística do projeto da CMPC em Barra do Ribeiro, que implicará aporte de R$ 24 bilhões para implantação de uma nova unidade de produção de celulose com capacidade para mais 2,5 milhões de toneladas ao ano, Maurano prefere não comentar o assunto por enquanto.
A Sagres já atua no porto rio-grandino há 22 anos e no local do RIG 10, através de um contrato de transição. Já a nova concessão vencida no leilão terá duração de dez anos. Maurano afirma que a empresa pretende continuar investindo no porto, mas, no momento, por questões de contrato de confidencialidade, ele não pode revelar as próximas iniciativas.
Ao comentar o resultado do leilão do RIG 10, o presidente da Portos RS, Cristiano Klinger, afirmou que o desfecho do certame demonstra o quanto as empresas acreditam no complexo portuário do Rio Grande. “Receber os investimentos nesse momento de reconstrução é fundamental e vem ao encontro do nosso planejamento estratégico, no que diz respeito à atração de investimentos, melhoria operacional e competitividade”, ressalta o dirigente da empresa pública responsável por administrar o sistema hidroportuário no Rio Grande do Sul. Além da contrapartida em investimentos, para conquistar a concessão do terminal RIG 10, a Sagres ofereceu uma outorga no valor de R$ 50 mil.