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Publicada em 19 de Agosto de 2024 às 17:45

Projeto eólico Três Divisas é redimensionado e reduz aporte para R$ 3 bilhões

Governo do Estado firmou protocolo de intenções com empreendedores

Governo do Estado firmou protocolo de intenções com empreendedores

Jürgen Mayrhofer/Secom/Divulgação/JC
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Jefferson Klein
Jefferson Klein Repórter
Inicialmente com a previsão de ser implantado com uma potência de 810 MW, o Complexo Eólico Três Divisas, que será construído em áreas dos municípios de Alegrete, Quaraí e Uruguaiana, reduziu a sua projeção de capacidade instalada para 400 MW (o equivalente a cerca de 22% da potência das usinas eólicas em operação atualmente no Rio Grande do Sul). Com isso, o investimento na iniciativa, que anteriormente era calculado em R$ 3,6 bilhões, passou para cerca de R$ 3 bilhões.
Inicialmente com a previsão de ser implantado com uma potência de 810 MW, o Complexo Eólico Três Divisas, que será construído em áreas dos municípios de Alegrete, Quaraí e Uruguaiana, reduziu a sua projeção de capacidade instalada para 400 MW (o equivalente a cerca de 22% da potência das usinas eólicas em operação atualmente no Rio Grande do Sul). Com isso, o investimento na iniciativa, que anteriormente era calculado em R$ 3,6 bilhões, passou para cerca de R$ 3 bilhões.
O empreendimento é conduzido pela joint venture Vento Pampeiro Empreendimentos de Energia Renovável, formada pelas empresas Renobrax e Vestas. O sócio-diretor da Renobrax, Stevan da Silveira, explica que o replanejamento tem como objetivo otimizar o aproveitamento do recurso eólico e também atenuar o impacto socioambiental. “Nós descobrimos restrições ambientais que nos dirigem para retirar algumas turbinas, redimensionar e reposicionar. Foi uma decisão extremamente técnica”, assinala o dirigente.
A perspectiva no momento é que o parque seja composto por 89 aerogeradores (anteriormente eram 180 unidades). Sobre a redução do valor de investimento não ter sido tão expressiva quanto a diminuição da capacidade de geração, Silveira afirma que o preço de construção de uma usina como essa depende de muitas variáveis. “Quando a gente fez uma análise, lá atrás, tínhamos muitas incertezas associadas e hoje conseguimos entender um pouco melhor”, diz o sócio-diretor da Renobrax. O valor envolvido pode alterar, conforme o dirigente, de acordo com custos de itens como o aço, turbina e dólar.
Silveira esteve na tarde desta segunda-feira (19) no Palácio Piratini quando o governador Eduardo Leite assinou um protocolo de intenções em relação ao projeto Três Divisas. O governador enfatiza que o protocolo é um mecanismo utilizado pelo governo do Estado em casos de empreendimentos que se encontram em fases adiantadas de estudos por parte do investidor. Leite salienta que a ferramenta serve para estabelecer um “canal expresso dentro do Estado para viabilizar as autorizações, as permissões e acessos aos instrumentos de financiamento e subsídios existentes na legislação gaúcha”.
O governador acrescenta que quando se firma um documento como esse há uma sinalização bastante positiva do ponto de vista da evolução do investimento. “É claro que, nesse caso, envolve ainda estudos que serão feitos para levar (o empreendimento) ao mercado”, destaca Leite. O sócio-diretor da Renobrax confirma que o avanço do projeto, e por consequência a sua materialização, dependerá de uma etapa de comercialização de energia. “Que aí sim vai trazer a realidade de um início de obras, de operação”, comenta o empresário.
Ele adianta que não há uma pré-definição sobre em que ambiente será comercializada a energia, se através de leilão (promovidos pelo governo federal) ou mercado livre (em que grandes consumidores escolhem de quem vão comprar a energia). No entanto, a tendência é que a geração seja vendida através desse último mecanismo. Já o vice-presidente de desenvolvimento para a América Latina da Vestas, Frederic Guillaume, revela que, mais adiante, serão procurados novos investidores para se juntar ao projeto.
O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Ernani Polo, reforça que o complexo será importante para a economia da Fronteira Oeste, mas também para o Estado como um todo. Ele ressalta que a implantação do parque eólico deve gerar em torno de 1 mil postos de trabalho. A secretária do Meio Ambiente e Infraestrutura, Marjorie Kauffmann, acrescenta que se trata de um projeto onshore (em terra), o que facilitará a questão de agilidade para começar a sua construção.
Por sua vez, o deputado estadual Frederico Antunes (PP), presente na assinatura do protocolo de intenções, frisa que iniciativas como o parque Três Divisas possibilitarão que, futuramente, o Rio Grande do Sul seja autossuficiente na área de energia. O parlamentar recorda que, hoje, o Estado ‘importa’ cerca de 30% da energia que consome de outras regiões do País. 

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