De forma geral, o mercado residencial gaúcho apresentou queda em lançamentos (-31%) e em vendas (-41%) no primeiro semestre de 2024 na comparação com o acumulado dos últimos seis meses de 2023. Em webinar na manhã desta quarta-feira (14), o Sinduscon-RS apresentou a pesquisa Brain – Inteligência Estratégica, que mostrou, ainda, um corte de 50% nas ofertas de novos empreendimentos em Porto Alegre em relação ao mesmo período do ano anterior.
Na opinião do CEO da Brain, Fábio Tadeu, os números são reflexo das enchentes que atingiram o Estado em de maio. “Se avaliarmos em valores, percebemos que a redução foi maior nos imóveis das classes média e alta, que têm preços mais altos. De janeiro a junho de 2023, somou-se R$ 4 milhões em vendas, contra R$ 2 milhões no intervalo correspondente nesse ano."
Segundo o vice-presidente do Sinduscon-RS, Rafael Garcia, a expectativa é de que, “a partir de agosto, os lançamentos que ficaram represados por causa da tragédia climática comecem a sair e o setor volte aos patamares pré-enchente”. Para a Capital, ele acredita no foco das construtoras em apartamentos-estúdios, com um quarto, “mas em terrenos mais valorizados para elevar os preços por metro quadrado”.
O tema foi debatido em webinar promovido pelo Sinduscon-RS
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Já o presidente da entidade, Claudio Teitelbaum, ressalta que um dos principais desafios do setor será o incremento no custo das construções (que sobem de forma inversamente proporcional ao poder aquisitivo das famílias gaúchas). “A mão de obra vai desaparecer e precisaremos industrializar os processos. Além disso, teremos de ser mais assertivos no conhecimento das demandas de nossos públicos, conhecendo-os melhor para nos aproximar mais do que eles buscam”, analisa.
Ao se comparar o desempenho por regiões, verifica-se que em Rio Grande o número de unidades lançadas no primeiro semestre deste ano frente ao período anterior subiu mais de 125%. As demais cidades analisadas, exceto Caixas do Sul (com crescimento de 6,9%), apresentaram índices negativos.
No entanto, a representante do município serrano, Maria Inês Menegotto de Campo, lembra que a construção civil local sofreu com as políticas públicas do último governo. “As construtoras saíram, e muitos empreendimentos pararam no meio do caminho. Mas hoje esses esqueletos que ficaram no meio da cidade estão sendo retomados. Por isso, acredito em um segundo semestre deve ser melhor”, destaca a VP.