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Publicada em 09 de Agosto de 2024 às 17:31

Automóveis e setor moveleiro puxam melhora da indústria gaúcha em junho

Segmentos registram crescimento da atividade industrial, mas impactos das cheias na economia gaúcha ainda são grandes

Segmentos registram crescimento da atividade industrial, mas impactos das cheias na economia gaúcha ainda são grandes

Jeferson Soldi/DIVULGAÇÃO/CIDADES
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Bárbara Lima
Bárbara Lima Repórter
A indústria gaúcha cresceu 9,9% em junho, recuperando parte da perda de 11,6% registrada em maio em decorrência das enchentes que assolaram o Estado. O resultado foi divulgado em pesquisa da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs) nesta quinta-feira (8).
A indústria gaúcha cresceu 9,9% em junho, recuperando parte da perda de 11,6% registrada em maio em decorrência das enchentes que assolaram o Estado. O resultado foi divulgado em pesquisa da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs) nesta quinta-feira (8).
O Índice de Desempenho Industrial (IDI-RS) da Fiergs mostra que, assim como no mês anterior, em junho a atividade industrial foi impactada pelos componentes faturamento real e compras industriais. Cresceram, respectivamente, 14,2% e 37,7%, após caírem, na mesma ordem, 19% e 29,9%, em maio. As altas foram puxadas pelos setores de Automóveis  (9,4%) e Móveis (6,4%).
De acordo com o  presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí (Sinmgra), Valcir Ascari, as atividades laborais no complexo da GM em Gravataí sofreram poucos impactos em razão das enchentes, o que pode ter contribuído para o resultado positivo do setor. "Paramos pouco, trabalhamos dentro da normalidade para o período. No começo, tivemos alguma dificuldade com a chegada de autopeças, mas depois a logística foi retomada", explicou. Ele informa, também, que ao menos 100 trabalhadores do complexo, que inclui empresas sistemistas, foram afetados pelas enchentes.
A Associação das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul (Movergs) afirmou que a indústria moveleira gaúcha também sentiu os impactos, mas que, de modo geral, está conseguindo contornar as "turbulências do cenário econômico". A Movergs também verificou aumento do faturamento no período – puxado especialmente pela venda de móveis seriados, como roupeiros, cadeiras e mesas.
A Associação fez uma ressalva, no entanto, ponderando que o crescimento não significa mais lucro. "Mesmo que os dados apontem crescimento, é importante salientar que não necessariamente significa maior lucro, visto que, além de enfrentarem adversidades, muitas indústrias, em gesto de solidariedade, abriram mão de parte dos seus lucros para fazer doações em prol da população afetada, ou até mesmo flexibilizaram as negociações para ajudar tanto o varejo quanto o consumidor final", avaliou a associação.

Apesar do crescimento positivo dos setores, em 12 dos 16 segmentos incluídos na pesquisa de junho da Fiergs, o cenário ficou negativo, com o nível de atividade tendo recuado na comparação entre o primeiro semestre de 2024 e o de 2023. A queda mais impactante foi a de Máquinas e equipamentos (-14,4%). Outras participações negativas importantes foram de Couros e calçados (-4,8%), de Alimentos (-1,9%) e de Equipamentos de informática e eletrônicos (-10,6%).
Na comparação anual com junho de 2023, ainda, os resultados seguem predominantemente negativos. O IDI-RS recuou 1,6%, com quatro dos seis componentes em queda, com destaque para o faturamento real (-4,5%) e para as compras industriais (-4,2%).


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