A nova fábrica de celulose da CMPC, em Barra do Ribeiro, e o complexo logístico capitaneado pelo Grupo Lebes, em Guaíba, previstos para entrarem completamente em operação em 2029, irão proporcionar um grande volume de novos postos de trabalho no Rio Grande do Sul. O chamado projeto Natureza da CMPC deve acarretar 12 mil empregos em sua construção e mais 1,5 mil postos de trabalho diretos e indiretos após a conclusão da obra. Já o ecossistema logístico Ellosul, situado na beira da rodovia BR-116, deve significar cerca de 3 mil empregos diretos na operação do complexo totalmente finalizado e, pelo menos, mais o dobro em funções indiretas.
O presidente do Grupo Lebes, Otelmo Drebes, e o diretor-geral da CMPC, Antonio Lacerda, falaram sobre as ações de suas empresas na reunião-almoço Tá na Mesa promovida nesta quarta-feira (7), na Federasul. Drebes recorda que o primeiro pavilhão do complexo logístico guaibense foi inaugurado em julho. Ele ressalta que a área não foi afetada pelas enchentes que impactaram boa parte do Rio Grande do Sul. “Mostrou-se mais uma vez bem acertada a decisão de investir ali”, avalia o executivo.
Drebes salienta que o centro logístico, quando totalmente finalizado, será composto por sete pavilhões. O espaço já inaugurado, de 38 mil metros quadrados, será utilizado pela própria Lebes e os outros por empresas terceiras. Cada novo pavilhão deve levar de nove a doze meses para ser implementado e a ideia é arrendá-los. O dirigente acrescenta que as estruturas poderão ser aproveitadas de forma modulada, por mais de uma companhia.
Tanto o Grupo Lebes como a CMPC darão preferência pelo aproveitamento de mão-de-obra local. O diretor-geral da empresa de celulose adianta que a iniciativa da companhia prevê também a capacitação dessa mão-de-obra. “A gente já tem uma fábrica em Guaíba, então essas pessoas serão treinadas em uma unidade em operação”, frisa o dirigente. Essa capacitação, assinala Lacerda, começará um ou dois anos antes da operação da nova planta ou até mais cedo em alguns casos.
O projeto Natureza vai representar uma capacidade de produção de 2,5 milhões de toneladas de celulose ao ano e deve absorver um investimento de aproximadamente R$ 24 bilhões. O empreendimento também significará um aumento de arrecadação para o Estado. Lacerda informa que atualmente a CMPC paga, entre ISS e ICMS, cerca de R$ 100 milhões por ano. Com a fábrica de Guaíba, essa contribuição praticamente dobrará.