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Publicada em 07 de Agosto de 2024 às 16:58

CMPC fará dragagens em hidrovias para desassorear acesso a terminais

Antonio Lacerda informa que maior urgência por desassoreamento é na cidade de Guaíba

Antonio Lacerda informa que maior urgência por desassoreamento é na cidade de Guaíba

TÂNIA MEINERZ/JC
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Jefferson Klein
Jefferson Klein Repórter
Considerada pela CMPC como fundamental para a movimentação de matéria-prima (toras de madeira) e celulose no Rio Grande do Sul, a hidrovia gaúcha foi afetada pelas chuvas intensas que atingiram o Estado. O diretor-geral da companhia, Antonio Lacerda, adianta que será necessário fazer dragagens de desassoreamentos nos canais de acesso aos terminais que a empresa opera em Pelotas e em Guaíba, principalmente nesse último. O dirigente informa que cerca de 20% da madeira que abastece a fábrica do grupo em Guaíba chega ao complexo através de barcaças e 100% da celulose exportada é encaminhada pela hidrovia até o Porto do Rio Grande.
Considerada pela CMPC como fundamental para a movimentação de matéria-prima (toras de madeira) e celulose no Rio Grande do Sul, a hidrovia gaúcha foi afetada pelas chuvas intensas que atingiram o Estado. O diretor-geral da companhia, Antonio Lacerda, adianta que será necessário fazer dragagens de desassoreamentos nos canais de acesso aos terminais que a empresa opera em Pelotas e em Guaíba, principalmente nesse último. O dirigente informa que cerca de 20% da madeira que abastece a fábrica do grupo em Guaíba chega ao complexo através de barcaças e 100% da celulose exportada é encaminhada pela hidrovia até o Porto do Rio Grande.
Jornal do Comércio (JC) - A CMPC possui operações de transporte hidroviário através dos seus terminais nos municípios de Guaíba e Pelotas. As recentes enchentes impactaram de alguma forma essa atividade?

Antonio Lacerda - A gente já detectou a necessidade de fazer dragagens nos canais (de acesso aos terminais), porque estão assoreados depois da inundação. Não temos ainda o total de investimento necessário, mas tem que ser rápido, especialmente em Guaíba. Fizemos a análise em Guaíba e detectamos que 700 metros vão precisar de dragagem. É muito recente isso, mas não é totalmente uma surpresa. Com tudo que desceu com a inundação, a gente já esperava que alguma coisa seria necessária.

JC - Em Pelotas também há ingerência da empresa pública Portos RS, eles poderão auxiliar nas ações?
Lacerda - A gente está estudando isso ainda.

JC - Então pode ser feita uma parceria para fazer a dragagem?
Lacerda - Isso mesmo.

JC - As enchentes de alguma forma alteraram os planos da CMPC quanto à construção de uma fábrica com capacidade para a produção de 2,5 milhões de toneladas de celulose ao ano em Barra do Ribeiro?
Lacerda - Reafirmamos nosso comprometimento de investir mais de R$ 24 bilhões em uma nova fábrica, em Barra do Ribeiro. Não mudou, e é importante que isso fique bem claro, o nosso plano de começar a produção em 2029. Isso continua da mesma forma.

JC - Qual o acréscimo de área de plantio de eucaliptos que será necessário para abastecer a futura fábrica de celulose?
Lacerda - Precisamos mais cerca de 80 mil hectares, através de fomento, junto com os agricultores, para trazer esse novo projeto.

JC - Atualmente, com quantos hectares a CMPC conta?
Lacerda - No total, entre área própria e fomento, é em torno de 500 mil hectares, incluindo área de preservação.

JC - Para escoar o aumento de produção de celulose que a CMPC terá com a planta em Barra do Ribeiro, a empresa pretende implementar um novo terminal no Porto de Rio Grande. Como está essa iniciativa?
Lacerda - Recentemente fizemos uma manifestação de interesse público (em uma área portuária), porque é uma concessão. Estamos seguindo os ritos para que tenhamos esse processo concluído em meados do ano que vem e fazermos os investimentos também em Rio Grande. Trata-se de uma área (de cerca de 25 hectares) que era de movimentação de fertilizantes no passado.

JC - Qual o investimento previsto para esse empreendimento?
Lacerda - Algo em torno de R$ 300 milhões a R$ 400 milhões.
JC - O governo do Estado implementou um comitê de monitoramento quanto ao projeto de ampliação da CMPC no Estado. O que representa essa medida?
Lacerda - Quando assinamos o protocolo de intenções com o governo, antes da enchente, um dos pontos era a criação desse comitê de acompanhamento do projeto. Isso é bastante comum nesses projetos de grande porte e fará com que a gente continue essa colaboração que temos com o governo estadual, com os governos municipais e as respectivas agências envolvidas, para que todos possamos acompanhar o andamento do empreendimento. Além disso, ajudará a entender quais são os pontos que a gente precisa atuar, que precisa ter mais foco, quais os pontos de atenção.
JC - O senhor assumiu em junho o cargo de diretor-geral da CMPC, como estão sendo esses primeiros meses nessa função?
Lacerda - Esse é o maior investimento privado de uma empresa chilena no Brasil, são R$ 24 bilhões. É o maior projeto, que eu tenha notícia pelo menos, em investimento no Rio Grande do Sul. Existe melhor momento para estar em uma empresa do que esse? Em um momento de reconstrução do Estado. Realmente é o lugar certo, na hora certa, para fazer com que esse projeto se concretize e saia do papel, fazendo uma analogia com a celulose.

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