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Publicada em 30 de Julho de 2024 às 17:45

Sondagem da Fiergs mostra cenário de redução da produção e do emprego na indústria gaúcha

Menor produção influenciou nos estoques de produtos, que permaneceram abaixo do desejado pelas empresas

Menor produção influenciou nos estoques de produtos, que permaneceram abaixo do desejado pelas empresas

Arezzo/Divulgação/JC
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A Sondagem Industrial do RS de junho, divulgada pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs) nesta terça-feira (30), mostra um cenário de redução no emprego e na produção. A menor produção influenciou nos estoques de produtos, que permaneceram abaixo do desejado pelas empresas, apesar do aumento na utilização do parque fabril.
A Sondagem Industrial do RS de junho, divulgada pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs) nesta terça-feira (30), mostra um cenário de redução no emprego e na produção. A menor produção influenciou nos estoques de produtos, que permaneceram abaixo do desejado pelas empresas, apesar do aumento na utilização do parque fabril.
O índice de evolução da produção industrial registrou 46,9 pontos no mês passado e, abaixo de 50, mostra recuo em relação ao mês anterior. Em maio, a produção havia registrado perdas históricas: 33,8 pontos. “São claras as mostras de que a indústria gaúcha foi bastante impactada pelas enchentes. Os preços da matéria-prima, por exemplo, aumentaram, e as dificuldades de logística e transporte, também. Agora que as águas baixaram, muitas indústrias encontram restrições no acesso ao crédito, fundamental neste momento de recuperação. O setor industrial tem um papel importante na reconstrução que o Estado necessita, representa 24% do PIB do Rio Grande do Sul”, diz o presidente da Fiergs, Claudio Bier.

O emprego também caiu em junho. O índice de evolução do número de empregados ficou abaixo dos 50 pontos, em 47,6. Essa foi a terceira queda consecutiva, similar à esperada para o mês e à apurada em maio (47 pontos).

Em compensação, a indústria gaúcha aumentou a utilização da capacidade instalada (UCI), em junho, para 65%, após operar com pouco mais da metade da capacidade em maio (57%). A combinação de aumento da utilização com redução da produção, embora pareça contraditória, pode estar relacionada à perda de parte da capacidade produtiva das empresas atingidas pelas enchentes. Apesar de menor, a ociosidade na indústria gaúcha continuou elevada em junho, pois a UCI estava 3,6 pontos percentuais abaixo da média histórica do mês. O mesmo contexto é mostrado pelo índice de UCI em relação ao usual, que cresceu 7,5 pontos entre maio e junho, para 40, ficando ainda distante da marca de 50 que separa UCI abaixo e acima do usual.
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Com a nova contração da produção, os estoques de produtos finais continuaram, em junho, com níveis menores que o esperado pelas empresas pelo segundo mês consecutivo. Ambos abaixo de 50 pontos, o índice de evolução e o de estoques em relação ao planejado registraram, respectivamente, 46,3 e 47,3 pontos. Indica que a redução da produção no mês não foi provocada apenas por um ajuste à demanda, mas também por restrição à oferta relacionada às enchentes.
Em relação ao segundo trimestre, a Sondagem da Fiergs revela que a elevada carga tributária e a demanda interna insuficiente foram os maiores entraves enfrentados pelas indústrias. Seguidas pelas dificuldades de logística de transporte e pela taxa de câmbio, que ganharam muita relevância entre os principais problemas em decorrência das enchentes e da desvalorização do Real. Mas o percentual de assinalações da carga tributária caiu de 38,6% para 31,9% e o da demanda interna, que vinha na primeira posição desde o primeiro trimestre de 2023, de 40,2% para 31,3%.

Ao mesmo tempo, a logística de transporte e a taxa de câmbio foram os problemas que assumiram o terceiro e quarto lugares no período, após ocuparem, respectivamente, a 15ª e a 13ª posição no trimestre anterior. A dificuldade na logística de transporte registrou o maior percentual desde a inclusão do item no primeiro trimestre de 2015: 28,8% das empresas, 24,4 pontos percentuais acima do trimestre anterior (4,4%) e 1,9 ponto percentual superior ao recorde anterior (26,9%) registrado no segundo trimestre de 2018 com a paralisação dos caminhoneiros.

Para os próximos seis meses, as expectativas da indústria gaúcha melhoraram na pesquisa realizada entre 1º e 9 de julho, com 163 empresas, sendo 33 pequenas, 58 médias e 72 grandes. Porém, os empresários passaram a projetar aumento apenas para a demanda (+4,6 pontos, para 54,5) e para as compras matérias-primas (+4,6 pontos, para 52,5). A perspectiva para o emprego passou de 47,9 para 49,7 pontos no mesmo período, enquanto o índice para as exportações manteve-se no campo negativo, de 48,1 para 48,4. A intenção de investimento da indústria gaúcha, embora permaneça acima da média histórica de 51,4 pontos em julho, diminuiu 1,8 ponto ante junho, para 53,1.

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