Apesar da evolução das relações de trabalho com o passar dos anos, ainda há muita desigualdade entre homens e mulheres em diversos setores da economia e o de energia não foge a esse cenário. Com o objetivo de apoiar iniciativas que promovam a equidade nesse segmento serão realizados em agosto os eventos 3º Congresso Mulheres da energia e o Elas Conectam.
Esse último encontro acontecerá em 27 de agosto, durante a Intersolar South America, que acontecerá no Expo Center Norte, em São Paulo. A iniciativa, entre outras ações, abrangerá temas relacionados à igualdade de gênero, empreendedorismo e a apresentação da proposta do Selo “+mulheres na energia” que está sendo desenvolvido pela Rede Brasileira de Mulheres na Energia Solar (MESol), com apoio financeiro do CNPq (e em parceria com a Ufrgs). A meta do selo é desenvolver uma metodologia para a avaliação e reconhecimento da prática de equidade de gênero em empresas do setor de energia solar fotovoltaica.
Também na ocasião será feita a divulgação das companhias vencedoras do edital “Projetos de diversidade e equidade de gênero em projetos de descarbonização e promoção de uma transição energética justa”. As inscrições nesse edital podem ser feitas através do link https://linktr.ee/RedeMesol até a próxima quinta-feira (1).
A professora do curso de Engenharia de Gestão de Energia da Ufrgs e coordenadora da MESol, Aline Pan, frisa que medidas como essa são muito importantes para melhorar o ambiente de trabalho no setor. Ela recorda que uma pesquisa feita em 2021 pela Rede Brasileira de Mulheres na Energia Solar e outros parceiros aponta que cerca de 80% das mulheres que atuam no segmento de energia solar fotovoltaica sofreram discriminação.
A professora revela que algumas de suas alunas, depois de formadas, já manifestaram dificuldades dentro do mercado de trabalho. “Elas têm formação, mas na hora de fechar um projeto de uma usina a pessoa quer falar com ‘o’ engenheiro e não com ‘a’ engenheira”, diz Aline. A coordenadora da MESol defende que seja instituída uma política pública que favoreça a equidade de gênero e que incentive as empresas a desenvolverem essa prática. Aline enfatiza que não basta apenas contratar mulheres, mas também é preciso criar um ambiente propício para essas profissionais trabalharem.
Antes do Elas Conectam, no dia 26 de agosto, ocorrerá o Congresso Brasileiro Mulheres da Energia, no Hotel Renaissance, também em São Paulo. As inscrições para esse encontro podem ser feitas no site https://mulheresdaenergia.com.br/. Realizado pela Yes Produções, da empresária e idealizadora Lúcia Abadia, o evento reúne engenheiras, advogadas, investidoras, empreendedoras, pesquisadoras, jornalistas, entre demais profissionais do segmento, além de diversas autoridades e representantes de entidades no setor. “Em um segmento responsável por gerar 11,5 milhões de empregos no mundo e com perspectiva de criar 42 milhões de empregos até 2050, as expectativas para as mulheres são as mais positivas possíveis”, projeta Lúcia.