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Publicada em 29 de Julho de 2024 às 16:36

Tesouro reduziu volume de emissões em junho por ambiente mais incerto, diz coordenador-geral

Em julho, valores maiores passaram a ser emitidos

Em julho, valores maiores passaram a ser emitidos

IJEAB VIA FREEPIK.COM/DIVULGAÇÃO/JC
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Agência Estado
O coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Helano Borges Dias, afirmou nesta segunda-feira (29) que o Tesouro Nacional reduziu o volume de emissões em junho diante do cenário econômico mais incerto. Ele destacou ainda que no mês passado houve uma elevação na curva de juros doméstica, o que refletiu no aumento das taxas dos títulos públicos.
O coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Helano Borges Dias, afirmou nesta segunda-feira (29) que o Tesouro Nacional reduziu o volume de emissões em junho diante do cenário econômico mais incerto. Ele destacou ainda que no mês passado houve uma elevação na curva de juros doméstica, o que refletiu no aumento das taxas dos títulos públicos.
Dias destacou que o movimento observado no ano continua sendo as maiores emissões em papéis remunerados pela Selic, as Letras Financeiras do Tesouro (LFT). Em junho, o aumento da parcela da Dívida Pública Federal (DPF) atrelada ao câmbio ocorreu por emissão e desvalorização cambial, explicou.
O coordenador-geral disse ainda que o estoque da dívida começou, no mês de junho, a se aproximar dos parâmetros estabelecidos pelo Plano Anual de Financiamento (PAF). As balizas do plano precisam ser cumpridas até dezembro. A diversificação na composição da dívida, segundo ele, garante uma certa estabilidade no custo médio da DPF.
Dias ressaltou ainda que a reserva de liquidez registrada em junho está em valor bem acima do nível prudencial. O Tesouro, segundo ele, prevê uma redução de colchão nos próximos meses em decorrência do alto volume de vencimentos esperados para o próximo trimestre. "É provável que nos próximos períodos o índice de liquidez vá para casa de 7 meses", disse.
Dias afirmou que houve em julho uma melhora na percepção de risco dos investidores em relação aos países da América Latina. Segundo ele, os sinais de corte de juros nos Estados Unidos, a desaceleração na inflação doméstica e as sinalizações da política fiscal do Brasil contribuíram para este cenário.
"Chamamos atenção para indicadores de inflação e prêmio dos Estados Unidos que aumentaram a expectativa de corte de juros nos a partir de setembro. Também contribuíram para esse movimento a desaceleração da inflação doméstica, sinalização da política fiscal doméstica, e melhor percepção de risco dos investidores em relação aos pares, que contribuiu para apresentar melhora na curva de juro", disse Dias.
Em julho, segundo ele, o Tesouro passou a emitir volumes maiores e, provavelmente, vai caminhar mais na média das emissões que foram feitas ao longo do ano. Dias esclareceu que as emissões líquidas do Tesouro Nacional na Dívida Pública Federal (DPF) não alteram o nível da Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG).
"Questão fundamental para dívida é resultado primário e pagamento de juros. E aqui a gente tem que atentar para o conceito de dívida que a gente está trabalhando. No caso da DBGG, Tesouro fazer emissões líquidas na DPF não altera nível da DBGG, altera composição porque reduz as [operações] compromissadas. Grande parte da DBGG é formada pela DPF e compromissadas", disse. Ele reiterou que se há um aumento na DPF, reduz-se assim as operações compromissadas do Banco Central.
A DBGG chegou a 77,84% do PIB em junho, o maior nível desde novembro de 2021 (78,20%). Os dados foram divulgados hoje pelo Banco Central. Na coletiva para comentar os dados, o chefe do Departamento de Estatísticas da instituição, Fernando Rocha, chamou a atenção para a contribuição das emissões líquidas de dívida e dos juros nominais para o aumento.

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