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Publicada em 29 de Julho de 2024 às 16:00

'Empresários contábeis devem ser gestores dos seus negócios'

Aproximação com o associado está entre as metas, diz Paula

Aproximação com o associado está entre as metas, diz Paula

THAYNÁ WEISSBACH/JC
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Caren Mello
Caren Mello
Com 18 anos de profissão, Paula Dahmer passou por vários momentos de atuação funcional, começando pelo trabalho manual de digitação em papel. Atuando na Dahmer Contabilidade, empresa familiar há 40 anos no mercado, adaptou a função para uma atuação mais analítica, como é o novo papel do contador, permitido pela adoção de tecnologias. Agora, ao assumir o Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas do Estado (Sescon-RS), a meta é o aprimoramento da gestão das empresas.
Com 18 anos de profissão, Paula Dahmer passou por vários momentos de atuação funcional, começando pelo trabalho manual de digitação em papel. Atuando na Dahmer Contabilidade, empresa familiar há 40 anos no mercado, adaptou a função para uma atuação mais analítica, como é o novo papel do contador, permitido pela adoção de tecnologias. Agora, ao assumir o Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas do Estado (Sescon-RS), a meta é o aprimoramento da gestão das empresas.
Formada em Contabilidade pela Ufrgs em 2006, e com pós-graduações - Controladoria de Gestão, Perícia e Auditoria e Gestão de Empresas, a empresária assumiu a entidade em 1º de maio, um dos piores momentos para a classe contábil no Estado. Em entrevista ao JC Contabilidade, Paula fala de sua preocupação em relação aos escritórios se tornarem empresas. "É preciso pensar na gestão das empresas, de, por exemplo, terem segurança financeira em momentos de crise", pontuou.
JC Contabilidade - A senhora é a primeira mulher a assumir o sindicato. Ainda é importante destacarmos este feito?
Paula Dahmer - Acredito que sim. Acho que demorou (para termos uma mulher na presidência), mas isso nada mais é do que o reflexo próprio da nossa profissão. Comecei a frequentar os Sescon há mais de 15 anos e, no início, chegávamos nos eventos e, entre os empresários, víamos muitos homens e poucas mulheres. Quando a gente ia para a parte dos cursos técnicos, entre os funcionários dominavam as mulheres. Aos poucos foi mudando, fomos participando e vendo cada vez mais e aumentando a presença de empresárias mulheres. Acredito que é um reflexo de as mulheres estarem mesmo mais à frente dos negócios contábeis. É o caminho natural de uma representatividade feminina.
Contab - Logo após a posse, aconteceram as enchentes. Como foi esse período?
Paula - Foi, de fato, um período difícil. Trabalhamos em algumas frentes. Primeiro, para verificar se os associados precisavam de suporte, de assistência. A preocupação era com a vida das pessoas. Depois, a preocupação foi com as condições de trabalho. Fizemos uma frente com as entidades contábeis, o Conselho Regional (CRCRS), o Ibracon ( Ibracon - Instituto de Auditoria Independente do Brasil), Fecontabil (Federação dos Contadores e Técnicos em Contabilidade do Estado do RS), trabalhando junto aos órgãos públicos - Receita Federal, Sefaz - para o adiamento de entrega de obrigações acessórias e dos impostos. As empresas contábeis não tinham condições de fazer essas entregas. Cumprir prazos faz parte da atividade do contador. E muitas empresas que não foram afetadas não podiam trabalhar porque os clientes não conseguiam fornecer informações. Outra frente foi o Conta Conosco, com a aquisição de notebooks para doar para quem não tinha mais os equipamentos. Foram 340 pedidos de apoio naquele momento.
Contab - Esses problemas ainda podem se estender?
Paula - Com certeza. Nós trabalhamos muito a presença junto ao associado. Esse é o desafio do dia a dia. O que aconteceu foi uma intensificação do trabalho que a gente já faz. Mas ainda terão alguns reflexos. Agora, todos estão trabalhando para colocar em dia o que ficou para trás por conta dos adiamentos de prazo. Temos dado o suporte também em relação às atualizações de legislação. Ainda temos a preocupação de como nossa economia vai se comportar a partir de agora e todo reflexo nas empresas e como vai afetar a classe contábil.
Contab - A senhora fala bastante em gestão das empresas. Qual a importância?
Paula - Essa é uma preocupação que temos, a de pensar o escritório como uma empresa. É preciso pensar na gestão das empresas, de, por exemplo, de estarem com uma segurança financeira para suportar um momento como esse. Cada vez mais, ao longo dos anos, os empresários responsáveis devem ser gestores dos seus negócios. Queremos dar ênfase, para que, em momentos com esse, as empresas tenham recursos para ir adiante.
 

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