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Publicada em 25 de Julho de 2024 às 18:20

Dólar tem leve queda com menor aversão externa a risco e recuo do iene

Leitura acima do esperado para o PIB estadunidense contribuiu para ajustes

Leitura acima do esperado para o PIB estadunidense contribuiu para ajustes

Arte/Jc
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Agência Estado
Após dois pregões consecutivos de alta, em que acumulou valorização de 1,54%, o dólar à vista encerrou a sessão desta quinta-feira (25) em queda de 0,15%, cotado a R$ 5,6478. Segundo operadores, houve um movimento de ajustes amparado pela diminuição de aversão ao risco no exterior, após a leitura do PIB dos EUA no segundo trimestre sugerir pouso suave da economia americana. Houve ainda relatos de entrada de exportadores, aproveitando o fato de a divisa ter se aproximado de R$ 5,70 na abertura, quanto tocou R$ 5,6904.A cautela com o quadro fiscal doméstico e com a dinâmica inflacionária, em dia de IPCA-15 acima do esperado, continua, porém, permeando os negócios. Não por acaso o dólar reduziu o ritmo nas duas últimas horas de sessão, afastando-se da mínima de R$ 5,6195 registrada no início da tarde, após o Broadcast informar que a equipe econômica admite que não é possível bancar o aperto de R$ 25 bilhões no Orçamento de 2025 caso não haja compensação da desoneração da folha de pagamentos.No exterior, o índice DXY — termômetro do comportamento da moeda americana em relação a uma cesta de seis divisas fortes — operou entre ligeira queda e estabilidade, abaixo da linha dos 104,400 pontos no fim da tarde. O iene perdeu força hoje, o que pode ter contribuído para a recuperação da moeda brasileira. A depreciação do real nos últimos dias esteve ligada ao fortalecimento da divisa japonesa, que levou a desmonte das chamadas operações de carry trade com moedas de países de juros altos.O economista-chefe da JF Trust, Eduardo Velho, vê a leve apreciação do real hoje como um "ajuste técnico", em razão da diminuição do estresse nas bolsas em NY, após crescimento do PIB americano acima da expectativa, e o recuo do iene. Ele ressalta, contudo, que a taxa de câmbio ainda apresenta "rigidez" na faixa de R$ 5,60, sobretudo por conta do quadro fiscal."Não temos uma resolução da compensação para as perdas com a desoneração da folha de pagamento e há ainda a questão das dívidas dos estados. Além disso, o fluxo cambial não empolga, com déficit já acima de US$ 2 bilhões na conta financeira em julho", afirma Velho.Principal indicador do dia lá fora, a primeira leitura do PIB americano no segundo trimestre revelou crescimento anualizado de 2,8%. Trata-se de uma aceleração na comparação com o primeiro trimestre (1,4%). Já o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) — medida de inflação preferida pelo Federal Reserve — mostrou desaceleração na passagem do primeiro para o segundo trimestre."Embora o dado do PIB tenha vindo mais forte, o mercado mantém a precificação de início de corte de juros nos Estados Unidos em setembro, com três reduções de 25 pontos-base cada uma neste ano", afirma a economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, lembrando que a divulgação, amanhã, do PCE de junho, pode chancelar a continuidade do processo de desinflação.
Após dois pregões consecutivos de alta, em que acumulou valorização de 1,54%, o dólar à vista encerrou a sessão desta quinta-feira (25) em queda de 0,15%, cotado a R$ 5,6478. Segundo operadores, houve um movimento de ajustes amparado pela diminuição de aversão ao risco no exterior, após a leitura do PIB dos EUA no segundo trimestre sugerir pouso suave da economia americana. Houve ainda relatos de entrada de exportadores, aproveitando o fato de a divisa ter se aproximado de R$ 5,70 na abertura, quanto tocou R$ 5,6904.

A cautela com o quadro fiscal doméstico e com a dinâmica inflacionária, em dia de IPCA-15 acima do esperado, continua, porém, permeando os negócios. Não por acaso o dólar reduziu o ritmo nas duas últimas horas de sessão, afastando-se da mínima de R$ 5,6195 registrada no início da tarde, após o Broadcast informar que a equipe econômica admite que não é possível bancar o aperto de R$ 25 bilhões no Orçamento de 2025 caso não haja compensação da desoneração da folha de pagamentos.

No exterior, o índice DXY — termômetro do comportamento da moeda americana em relação a uma cesta de seis divisas fortes — operou entre ligeira queda e estabilidade, abaixo da linha dos 104,400 pontos no fim da tarde. O iene perdeu força hoje, o que pode ter contribuído para a recuperação da moeda brasileira. A depreciação do real nos últimos dias esteve ligada ao fortalecimento da divisa japonesa, que levou a desmonte das chamadas operações de carry trade com moedas de países de juros altos.

O economista-chefe da JF Trust, Eduardo Velho, vê a leve apreciação do real hoje como um "ajuste técnico", em razão da diminuição do estresse nas bolsas em NY, após crescimento do PIB americano acima da expectativa, e o recuo do iene. Ele ressalta, contudo, que a taxa de câmbio ainda apresenta "rigidez" na faixa de R$ 5,60, sobretudo por conta do quadro fiscal.

"Não temos uma resolução da compensação para as perdas com a desoneração da folha de pagamento e há ainda a questão das dívidas dos estados. Além disso, o fluxo cambial não empolga, com déficit já acima de US$ 2 bilhões na conta financeira em julho", afirma Velho.

Principal indicador do dia lá fora, a primeira leitura do PIB americano no segundo trimestre revelou crescimento anualizado de 2,8%. Trata-se de uma aceleração na comparação com o primeiro trimestre (1,4%). Já o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) — medida de inflação preferida pelo Federal Reserve — mostrou desaceleração na passagem do primeiro para o segundo trimestre.

"Embora o dado do PIB tenha vindo mais forte, o mercado mantém a precificação de início de corte de juros nos Estados Unidos em setembro, com três reduções de 25 pontos-base cada uma neste ano", afirma a economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, lembrando que a divulgação, amanhã, do PCE de junho, pode chancelar a continuidade do processo de desinflação.

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