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Publicada em 25 de Julho de 2024 às 18:10

Chuvas no Rio Grande do Sul podem impactar em R$ 97 bilhões a economia nacional

Tragédia climática pode resultar em prejuízo de 195 mil empregos no Estado

Tragédia climática pode resultar em prejuízo de 195 mil empregos no Estado

FELIPE SCOTT/Divulgação/JC
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Agência Brasil
A tragédia climática no Rio Grande do Sul (RS) pode representar perdas de até R$ 58 bilhões no próprio Estado e de R$ 38,9 bilhões em outras unidades da Federação, com um impacto de cerca de R$ 97 bilhões na economia brasileira em 2024. Há possibilidade ainda de atingir 9,86% do Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul, com reflexo de até menos 1% no PIB do Brasil.
A tragédia climática no Rio Grande do Sul (RS) pode representar perdas de até R$ 58 bilhões no próprio Estado e de R$ 38,9 bilhões em outras unidades da Federação, com um impacto de cerca de R$ 97 bilhões na economia brasileira em 2024. Há possibilidade ainda de atingir 9,86% do Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul, com reflexo de até menos 1% no PIB do Brasil.
No mercado de trabalho, a tragédia causada pelas enchentes pode resultar em prejuízos de 195 mil empregos no Estado e 110 mil em outras unidades da Federação que, somados, correspondem a 7,19% do estoque de empregos formais no Rio Grande do Sul e a 0,69% no País. As estimativas são de estudo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), divulgadas nesta quinta-feira (25).
A CNC mostra que além de atingir a atividade econômica, a tragédia tende a impactar a inflação e a dinâmica fiscal de todo o País. "O comércio, os serviços e o turismo sofrerão duramente caso as medidas mitigatórias não sejam implantadas de maneira efetiva", alerta o estudo.
A perda diária do comércio foi estimada em R$ 5 bilhões, que representa 31,5% do previsto para maio. Na infraestrutura e no abastecimento, muito atingidos, a previsão é de uma queda de 28% no fluxo de veículos de carga nas estradas. Em situação de normalidade, o Estado responde por 7% do volume de vendas no varejo brasileiro. "As perdas no comércio podem chegar a R$ 10 bilhões, 5% do faturamento de 2023", acrescentou a CNC.
Os prejuízos no turismo devem chegar a mais de R$ 49 milhões por dia, acumulando até R$ 2 bilhões de perdas até junho e fechar o ano com impactos de R$ 6 bilhões. "O Rio Grande do Sul foi responsável por 6% do faturamento do turismo no Brasil em 2023. A perda de faturamento pode representar até 21,4% do total faturado em 2023, no Estado. A infraestrutura de transporte comprometida é um grande risco, com a interrupção do fluxo de turistas, por conta do fechamento do aeroporto de Porto Alegre e rodovias afetadas", aponta a CNC.
O setor agrícola, do qual o Rio Grande do Sul é um grande produtor, responde por cerca de 6% do PIB estadual, com a produção de arroz representando 1%. "A indústria do Rio Grande do Sul, relevante na transformação de máquinas, produtos químicos e veículos, também será afetada", diz a entidade.

Reconstrução

Na esteira da reconstrução da economia do Estado, o estudo propõe medidas complementares ao pacote do governo federal de apoio no valor de R$ 46,1 bilhões, incluídos recursos, antecipações de benefícios e crédito. De acordo com a CNC, as estimativas são de que o Rio Grande do Sul precisa de R$ 19 bilhões para reconstruir sua infraestrutura. "Esses esforços precisam ser complementados com outras ações", defende a CNC.
Para preservar empregos, a CNC indica a redução proporcional da jornada de trabalho e salários, a suspensão temporária de contratos com compensação financeira, a flexibilização do trabalho remoto, a antecipação de férias e a utilização de bancos de horas.
Na área de acesso ao crédito, a entidade destaca a necessidade de um programa de crédito para pagamento de folha salarial na forma standstill, em que se evita o pedido de recuperação judicial ou a criação de processos jurídicos individuais por parte dos credores que estão em busca da satisfação de um empréstimo, para crédito público; renegociação de dívidas tributárias e a redução a zero do spread bancário do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
No sentido de um alívio tributário, o estudo aponta para o diferimento de 6 meses para pagamento do Simples Nacional e impostos federais, além da criação do Programa Perse-RS, com redução de alíquotas para o setor de turismo até 2027.
De acordo com a CNC, ao fazer as estimativas e propor medidas para a recuperação, a instituição quer orientar a retomada econômica do Rio Grande do Sul e minimizar os impactos negativos da tragédia climática. "A rápida implementação das medidas de auxílio é muito importante para evitar efeitos prolongados e danos adicionais à economia gaúcha e à brasileira como um todo", defende o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros.
 

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