Entre as micro e pequenas indústrias (MPIs) do Rio Grande do Sul, 69% foram impactas pelas enchentes, com consequências em diversos graus em suas atividades. Em pesquisa do Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo (Simpi), entre aquelas que tiveram suas atividades prejudicadas em consequência das chuvas entre final de abril e início de maio, 39% estão pessimistas quanto à retomada da produção.
De acordo com a 13ª Pesquisa Indicador Nacional de Atividade da Micro e Pequena Indústria Simpi/Datafolha, no grupo de empresas prejudicadas, 48% tiveram grande prejuízo e 21% registraram perdas de menor monta. Outra questão apontada pelo instituto é que uma em cada cinco MPI (24%) teve seus negócios diretamente lesados pelas chuvas e enchentes, sendo a maior parte no fornecimento de matérias-primas e insumos (39%) e, também, nas vendas (29%).
Conforme o presidente do Simpi, Joseph Couri, a pesquisa é realizada bimestralmente em todo país, mas nesta mais recente a entidade direcionou os questionários para o Estado, em função do impacto em todo o território nacional. Entre aqueles que responderam, de 50% a 54% dos dirigentes de indústrias acreditam que o ocorrido desencadeará prejuízos em todo país, como prejuízo nos custos de matérias-primas e insumos, na cadeia de fornecedores, na oferta de produtos e serviços, na taxa de inflação ou, até mesmo, na economia brasileira de forma geral.
Na edição de maio, a pesquisa avaliou o quadro de empregados, entre as 712 indústrias ouvidas. O índice de contratações e demissões seguiu estável desde janeiro deste ano, caindo apenas 1 ponto. O número foi positivo apenas para as pequenas indústrias que subiu de 111 para 118 pontos, enquanto nas micro indústrias decaiu de 101 para 99 pontos. Quando o foco é contratações, o saldo é bastante positivo e 19% das MPI's abriram vagas no último bimestre. O saldo segue parecido para as demissões das MPI's e 18% das empresas fecham vagas no último bimestre.
A realidade sobre empregabilidade não deverá se repetir no levantamento que está em curso, na avaliação do presidente do Simpi - RS, José Leodoro Rodrigues. “A pesquisa foi feita quando as empresas ainda estavam tentando se organizar. Acredito que, depois desse período, houve muita demissão”, diz Rodrigues. Para o dirigente, o percentual de empresários pessimistas tem relação com as dificuldades de acesso às linhas de crédito disponíveis. A demora no processo poderá, segundo ele, avançar durante o ano de 2025 para a retomada de muitas atividades.