O dólar acelerou os ganhos ao longo da tarde com o aumento da aversão ao risco no exterior e encerrou a sessão desta quarta-feira (24) em alta de 1,25%, cotado a R$ 5,6562 — maior valor de fechamento em mais de 20 dias. Na máxima, a moeda atingiu R$ 5,6618. Apesar da cautela com o quadro fiscal doméstico ainda permear os negócios e induzir à manutenção de prêmios de risco na taxa de câmbio, o real sofreu hoje com o ambiente adverso para ativos emergentes.
Uma nova rodada de fortalecimento do iene levou a mais um episódio de liquidação de posições em divisas de países com juros altos, em especial as latino-americanas, mais utilizadas para operações de "carry trade". O real amargou as piores perdas em relação ao dólar, seguido de perto pelo peso mexicano. Além de rumores de nova intervenção do Banco do Japão (BoJ) no mercado cambial, há expectativas de elevação de juros na reunião de política monetária do BoJ na semana que vem.
Analistas apontaram ainda um aumento de incertezas em relação à economia americana, em meio à corrida presidencial à a safra de balanços nos EUA, que trouxe resultados decepcionantes de gigantes da tecnologia. Isso elevou o sentimento de risco nos mercados globais, prejudicando ainda mais as divisas emergentes. O índice VIX — apelidado de termômetro do medo — subiu mais de 20%, alcançando os maiores níveis desde abril.
O economista-chefe da Western Asset, Adauto Lima, identifica uma piora na "visão de emergentes" como classe de ativos como um dos propulsores da alta do dólar em relação a moedas latino-americanas, movimento turbinado recentemente pela valorização do iene, que leva a um rearranjo das operações de "carry trade".
"Quando se coloca tudo isso no papel é possível entender porque o real vem sofrendo. Além disso, temos uma piora da questão doméstica", afirma Lima, ressaltando que o mais recente relatório bimestral de receitas e despesas, divulgado na última segunda-feira (22), "deixou a desejar", apesar da contenção de gastos. "Não tivemos ainda um alívio com a questão fiscal".
Enquanto se valoriza na comparação com divisas emergentes, o dólar recua em relação a seus pares. Termômetro do desempenho da moeda americana frente a seis moedas fortes, o índice DXY já apresenta queda de quase 1,30% em julho. As taxas dos Treasuries tomaram rumos distintos à tarde. Enquanto o retorno dos papéis de 10 e 30 anos subiram, a taxa da T-note de 2 anos — mais ligada ao rumo da política monetária no curto prazo — recuou mais de 1,5%, para a casa de 4,41%.
Amanhã, sai a primeira leitura do PIB americano no segundo trimestre e o índice de preços com consumo (PCE) trimestral, o que pode ensejar um aumento das apostas em torno da magnitude da redução de juros pelo Federal Reserve neste ano, que no momento estão em 75 pontos-base.
Lima lembra que a expectativa majoritária há alguns meses era de que as divisas emergentes ganhassem terreno à medida que se consolidasse a perspectiva de alívio monetário nos EUA. O dólar, contudo, continua a se apreciar na comparação com emergentes, enquanto perde força em relação a moedas fortes.
Para o economista, esse movimento pode ser explicado, em parte, pela "piora da percepção" sobre a economia chinesa, o que deprime preços de commodities e, por tabela, prejudica moedas de países latino-americanos exportadores de produtos básicos.
"E há também a questão eleitoral nos EUA. Quando Trump foi eleito pela primeira vez, as divisas da região, principalmente o peso mexicano, sofreram muito. Ele fala em desvalorização do dólar contra moedas fortes e isso cria um clima de incerteza que aumenta a percepção de risco", afirma Lima.
Uma nova rodada de fortalecimento do iene levou a mais um episódio de liquidação de posições em divisas de países com juros altos, em especial as latino-americanas, mais utilizadas para operações de "carry trade". O real amargou as piores perdas em relação ao dólar, seguido de perto pelo peso mexicano. Além de rumores de nova intervenção do Banco do Japão (BoJ) no mercado cambial, há expectativas de elevação de juros na reunião de política monetária do BoJ na semana que vem.
Analistas apontaram ainda um aumento de incertezas em relação à economia americana, em meio à corrida presidencial à a safra de balanços nos EUA, que trouxe resultados decepcionantes de gigantes da tecnologia. Isso elevou o sentimento de risco nos mercados globais, prejudicando ainda mais as divisas emergentes. O índice VIX — apelidado de termômetro do medo — subiu mais de 20%, alcançando os maiores níveis desde abril.
O economista-chefe da Western Asset, Adauto Lima, identifica uma piora na "visão de emergentes" como classe de ativos como um dos propulsores da alta do dólar em relação a moedas latino-americanas, movimento turbinado recentemente pela valorização do iene, que leva a um rearranjo das operações de "carry trade".
"Quando se coloca tudo isso no papel é possível entender porque o real vem sofrendo. Além disso, temos uma piora da questão doméstica", afirma Lima, ressaltando que o mais recente relatório bimestral de receitas e despesas, divulgado na última segunda-feira (22), "deixou a desejar", apesar da contenção de gastos. "Não tivemos ainda um alívio com a questão fiscal".
Enquanto se valoriza na comparação com divisas emergentes, o dólar recua em relação a seus pares. Termômetro do desempenho da moeda americana frente a seis moedas fortes, o índice DXY já apresenta queda de quase 1,30% em julho. As taxas dos Treasuries tomaram rumos distintos à tarde. Enquanto o retorno dos papéis de 10 e 30 anos subiram, a taxa da T-note de 2 anos — mais ligada ao rumo da política monetária no curto prazo — recuou mais de 1,5%, para a casa de 4,41%.
Amanhã, sai a primeira leitura do PIB americano no segundo trimestre e o índice de preços com consumo (PCE) trimestral, o que pode ensejar um aumento das apostas em torno da magnitude da redução de juros pelo Federal Reserve neste ano, que no momento estão em 75 pontos-base.
Lima lembra que a expectativa majoritária há alguns meses era de que as divisas emergentes ganhassem terreno à medida que se consolidasse a perspectiva de alívio monetário nos EUA. O dólar, contudo, continua a se apreciar na comparação com emergentes, enquanto perde força em relação a moedas fortes.
Para o economista, esse movimento pode ser explicado, em parte, pela "piora da percepção" sobre a economia chinesa, o que deprime preços de commodities e, por tabela, prejudica moedas de países latino-americanos exportadores de produtos básicos.
"E há também a questão eleitoral nos EUA. Quando Trump foi eleito pela primeira vez, as divisas da região, principalmente o peso mexicano, sofreram muito. Ele fala em desvalorização do dólar contra moedas fortes e isso cria um clima de incerteza que aumenta a percepção de risco", afirma Lima.