A empresa petroquímica Braskem recebeu a aprovação para se tornar uma Empresa Brasileira de Navegação (EBN), tendo o início das operações marítimas previsto para os próximos meses. Com a conquista da licença, a companhia poderá alugar ou ter navios com tripulação contratada para realizar o transporte marítimo de produtos.
Segundo nota divulgada pela companhia, a primeira operação na cabotagem está prevista para ser realizada entre a Bahia e o Rio de Janeiro. No caso do Rio Grande do Sul, além da possibilidade de atuar na costa marítima gaúcha, a diretora de Logística de Olefinas da Braskem, Silvia Pires Migueles, ressalta que o grupo já possui a outorga de Empresa Brasileira de Navegação de Interior (EBNI).
O documento, conforme a dirigente, permite as operações nas hidrovias do Estado e a nova empresa habilita a Braskem a agir na cabotagem em todo o Brasil. “O que gera forte sinergia no momento que precisamos operar tanto na cabotagem como nas hidrovias do Rio Grande do Sul”, reforça Silvia. Ao ser uma EBN, a Braskem pretende transportar produtos líquidos e gases diversos produzidos nas centrais petroquímicas situadas no Nordeste, Sudeste e Sul (Polo Petroquímico de Triunfo).
Ainda de acordo com o comunicado da Braskem, o planejamento adotado está alinhado à estratégia de expansão da disponibilidade de embarcações modernas na cabotagem brasileira, além da diminuição dos custos com fretes, da ampliação do nível de segurança nas operações marítimas e da redução da emissão de CO2 nas operações por meio de otimizações logísticas. A companhia é inclusive a primeira do segmento a operar com embarcações próprias na cabotagem.
A estimativa da Braskem é que haja uma economia de aproximadamente R$ 10 milhões por ano com as operações marítimas. "E essa evolução contribuirá inclusive para aumentar a competitividade de toda a cadeia da indústria petroquímica brasileira, já que poderemos avaliar a oferta deste serviço para outras empresas parceiras no mercado nacional", diz o gerente de logística da Braskem, Eduardo Ivo Cavalcanti.
Mudança de realidade
Antes de se tornar Empresa Brasileira de Navegação, a Braskem utilizava uma embarcação com tripulação estrangeira e, a cada três meses, era preciso que o navio saísse do Brasil para realizar a renovação do visto obrigatória para embarcações internacionais. “Isso acarretava um aumento dos custos na cabotagem”, reforça Cavalcanti. A petroquímica tem ainda a ambição de construir embarcações para suportar o crescimento da Empresa Brasileira de Navegação e da cabotagem no Brasil. Para o início das operações, os navios serão arrendados.