A gestão dos aeroportos de Canela e Torres pela Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) será importante para o fortalecimento do turismo tanto na Serra quanto no Litoral Norte gaúcho. A avaliação é de gestores municipais das duas cidades que esperam um incremento no movimento de turistas.
No dia 12 de julho, o governador Eduardo Leite assinou o documento que repassa para a Infraero a outorga de operação dos aeroportos dos municípios de Canela e de Torres, terminais que eram operados pelo governo do Estado. A transferência ocorreu a partir de um compromisso da empresa de ampliar voos nos dois aeroportos, após a gestão retornar à União.
Segundo a Infraero, em ofício remetido ao governo estadual, a partir da retomada da gestão pela empresa da União, em até duas semanas os aeroportos estarão aptos para operar voos regulares com transporte de até nove passageiros (Grand Caravan) por viagem em Canela e de até 72 passageiros (ATR-72) em Torres. No documento, a Infraero prevê também que, em 45 dias, serão viabilizados voos transportando até 165 passageiros (Airbus e Boeing) no aeroporto do Litoral Norte e 72 passageiros no terminal da Serra gaúcha.
O secretário municipal de Turismo de Canela, Gilmar Ferreira, diz que as obras feitas pela Infraero vão resultar em uma melhora na estrutura do aeroclube de Canela. "A Infraero se comprometeu com obras de alargamento, o que vai possibilitar que a cidade receba aeronaves do modelo ATR 42 (42 passageiros) e um ATR 72 (72 passageiros)", destaca. Segundo Ferreira, com essa duas aeronaves haveria preços mais acessíveis de passagens e a cidade de Canela poderia receber voos diretos de São Paulo e distâncias não muito longas. "A concessão é super importante desde que a Infraero consiga realmente cumprir as obras de melhorias no terminal de passageiros e faça o alargamento da pista. As obras são bem-vindas para o turismo na Serra gaúcha", ressalta.
O Aeroporto de Canela tem condições de receber, hoje, uma aeronave Caravan com capacidade para até 14 passageiros, onde a Azul operava antes das enchentes de maio. "O principal para Canela e para a Serra gaúcha é que a Infraero consiga fazer o alargamento", comenta. A pista do aeroclube de Canela tem 1.160 metros de extensão. A largura deveria chegar a 30 metros para que pudesse descer, por exemplo, um ATR 72 e que ele conseguisse manobrar na pista", acrescenta.
Ferreira explica que as obras são importantes para o município e para toda a Serra gaúcha. "Vamos pegar o exemplo de dois voos diários descendo em Canela com um ATR 72 - seriam cerca de 140 pessoas por dia. Uma companhia que decida operar com três voos diários totalizaria 210 pessoas por dia ou 6 mil pessoas por mês voando direto para Canela. Para o turismo da Serra, seria sensacional", afirma.
O secretário de Turismo de Canela revela que a administração espera que, no prazo de 180 dias, a Infraero consiga realizar as obras. "Se eles conseguirem fazer os trabalhos em seis meses, deixaremos um legado para 2025 em toda a Serra gaúcha", explica.
O prefeito de Torres, Carlos Alberto Matos de Souza (PP), comenta que a partir dos gargalos formados com o fechamento do Aeroporto Internacional Salgado Filho um movimento se iniciou no Litoral Norte para a retomada dos voos comerciais. "Empresários e lideranças políticas se mobilizaram para tentar sensibilizar os governos estadual e federal sobre melhorias no terminal de Torres", destaca.
Segundo Souza, um dos trunfos é a possibilidade do aeroporto de Torres ser uma alternativa ao turismo regional. Atualmente, a área de pousos e decolagens têm 1.527 metros de extensão, mas existe uma área, já desapropriada, que poderia estender a pista para três mil metros. Neste momento, o Aeroporto Regional de Torres não recebe voos diários. A estrutura é utilizada apenas para voos particulares.