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Publicada em 17 de Julho de 2024 às 16:47

BeGreen espera produzir amônia verde a partir do final de 2026

PCHs serão a fonte de energia para abastecer os empreendimentos

PCHs serão a fonte de energia para abastecer os empreendimentos

Divulgação Abrapch/JC
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Jefferson Klein
Jefferson Klein Repórter
Entre as destinações do hidrogênio verde (feito a partir de fontes renováveis de energia, como a eólica, a solar e a hídrica) está a geração da amônia verde. Mirando esse nicho de mercado, a empresa BeGreen pretende construir três unidades para produzir esse insumo da cadeia dos fertilizantes agrícolas e a expectativa é que as primeiras plantas possam operar no segundo semestre de 2026.
Entre as destinações do hidrogênio verde (feito a partir de fontes renováveis de energia, como a eólica, a solar e a hídrica) está a geração da amônia verde. Mirando esse nicho de mercado, a empresa BeGreen pretende construir três unidades para produzir esse insumo da cadeia dos fertilizantes agrícolas e a expectativa é que as primeiras plantas possam operar no segundo semestre de 2026.
Os três projetos atualmente planejados serão implementados em Passo Fundo, Tio Hugo e Vacaria. De acordo com o sócio e diretor técnico da BeGreen, Luiz Paulo Hauth, a partir da obtenção da licença ambiental prévia, serão necessários mais cerca de 20 meses para que os projetos de Tio Hugo e Passo Fundo, que estão mais adiantados, possam iniciar as atividades. A perspectiva é que seja possível conquistar o licenciamento ainda neste ano.
A energia necessária para produzir o hidrogênio verde e na sequência a amônia verde será oriunda de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs). Para chegar ao produto final, será feito o processo de eletrólise, com a quebra da molécula da água, separando o hidrogênio do oxigênio. Os empreendimentos de Tio Hugo e Passo Fundo contratarão a energia de usinas já implementadas e o de Vacaria de PCHs que ainda serão instaladas na região.
Hauth adianta que o investimento na planta tio-huguense deverá ser em torno de R$ 60 milhões, para uma capacidade de produção de 4 mil toneladas de amônia anidra ao ano. Já na estrutura passo-fundense serão aportados mais cerca de R$ 40 milhões, para um potencial de 2 mil toneladas anuais de amônia anidra. Os números para o complexo de Vacaria ainda não foram fechados. “Uma das grandes vantagens desse processo é a descentralização, podendo ser feito em várias cidades e o objetivo da BeGreen é ter mais unidades, mais adiante, em outros municípios”, comenta o dirigente. A companhia, que tem sede em Panambi, é resultado da união de três investidores, as empresas Phama Energias Renováveis, Migratio e Grupo Torao.
O diretor da BeGreen recorda também que é um planejamento estratégico do governo do Estado apoiar a cadeia no hidrogênio verde no Rio Grande do Sul e ele espera que a empresa possa, em breve, assinar um memorando de entendimento a respeito dos seus projetos com o poder público. Hauth diz que, após o documento firmado, serão discutidos eventuais incentivos para que as iniciativas sejam materializadas.
O mercado-alvo da futura produção de amônia verde, detalha Hauth, será o setor agrícola gaúcho. Ele comenta que as culturas que mais consomem fertilizantes nitrogenados são as gramíneas como o trigo, o milho e o arroz. Sobre a unidade passo-fundense, Hauth informa que a estrutura será implementada dentro da Universidade de Passo Fundo (UPF), com a ideia de se tornar uma “empresa-escola”. “Claro que a gente vai vender o produto, mas também vamos fazer um ‘hub’ de desenvolvimento do conhecimento sobre o hidrogênio verde. Vamos formar profissionais lá com a prática junto a uma fábrica”, finaliza o dirigente.

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