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Publicada em 15 de Julho de 2024 às 18:23

Fabricantes de eletroeletrônicos comemoram alta nas vendas

Nascimento disse que o setor e o governo trabalham no programa de descontos na linha branca para moradores do RS

Nascimento disse que o setor e o governo trabalham no programa de descontos na linha branca para moradores do RS

Eletros/Divulgação/JC
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Luciane Medeiros
Luciane Medeiros Editora Assistente
De São Paulo
De São Paulo
A 17ª edição da Eletrolar Show começou nesta segunda-feira (15) em São Paulo em clima de otimismo com as vendas de eletroeletrônicos no primeiro semestre do ano, mas também de expectativa quanto ao que vai acontecer nos próximos meses. Com crescimento de 34% nas vendas gerais do setor de janeiro a junho e números recordes em alguns segmentos, a indústria nacional de eletroeletrônicos acompanha com cautela o desenrolar de questões macroeconômicas. Temas como ajuste fiscal, controle da inflação e a taxa de juros são fundamentais para ditar o comportamento do consumidor, além de variáveis como a aprovação da reforma tributária e os impactos de eventos climáticos.
A Eletrolar Show reúne fabricantes de produtos eletroeletrônicos nacionais e internacionais e varejistas. Durante os quatro dias do evento, os visitantes poderão conhecer os lançamentos de diversas linhas de produtos e novas tecnologias.
Na entrevista coletiva de abertura da feira, Jorge Nascimento, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), atribuiu o bom desempenho no primeiro semestre à melhoria de alguns indicadores como geração de emprego, controle da inflação, crescimento da renda e redução da taxa de juros.
“É importante que tenha o controle real da inflação. Sem isso, o consumo retrai e o nosso setor é o primeiro a sentir”, ponderou. Sobre a reforma tributária, Nascimento diz que é preciso que ocorra uma melhoria do ambiente de negócios, sem aumento da carga tributária. “Se ela aumentar, os produtos ficarão mais caros. O Brasil é continental e nós, como uma associação que temos associados de Norte a Sul, estamos atentos para que não ocorra uma migração entre os estados, causando um desequilíbrio”, alertou. A Eletros possui 33 associadas, 51 fábricas em 11 estados e gera 200 mil postos de trabalho no País.
Em relação aos eventos climáticos, Nascimento lembrou a enchente de maio de 2024 no Rio Grande do Sul. “Nosso produto é um dos mais demandados nesse momento. Só que o Rio Grande do Sul precisa se recuperar porque ele é um mercado importante e a enchente comprometeu a economia”, ressaltou.
Questionado sobre as facilidades na compra de produtos da linha branca por moradores de cidades atingidas pelas inundações no Estado, o dirigente disse que a Eletros está em negociação com o governo federal para definir como será feito, e deve ter uma definição nos próximos dias. A ideia é que seja dado desconto de IPI, PIS, Cofins e um cashback via Caixa, que vai funcionar como um grande incentivador para a retomada da economia do Rio Grande do Sul. A iniciativa vai abranger a compra de geladeira, fogão, lavadora de roupa e tanquinho.
Na outra ponta do Brasil, a preocupação é com os reflexos da estiagem e falta de chuvas na Amazônia. “Isso traz problemas ambientais e sociais, com cidades isoladas e um grande prejuízo na economia porque teremos dificuldade com a entrada de insumos e saída de produtos da Zona Franca de Manaus”, destacou.
Carlos Clur, presidente do Grupo Eletrolar, que promove a feira, afirmou que as vendas da indústria do varejo sempre foram impulsionadas pelos lançamentos e pelas novas tecnologias. “A Eletrolar Show é uma feira de tecnologia e relacionamento com a indústria e varejo nacional e também internacional. Temos varejistas da América Latina e importadores. A missão é integrar varejo e indústria e a América Latina. Enquanto a Europa está integrada, aqui estamos mais distantes”, comparou.

Vendas de ar-condicionado crescem 88% no primeiro semestre

Levantamento da Associação Nacional dos Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros) mostra que foram comercializados 51.530.634 milhões de unidades de aparelhos eletrônicos no Brasil no primeiro semestre deste ano. O grande destaque de vendas de eletroeletrônicos de janeiro a junho de 2024 foi no segmento de ar condicionado, que teve uma alta de 88% na comparação com os seis primeiros meses de 2023, um reflexo da onda de calor registrada em praticamente todo o País. Apesar disso, o item está presente em apenas 17% dos lares brasileiros, o que mostra que ainda há espaço para crescer. O Brasil é o segundo maior fabricante de aparelhos de ar condicionado do mundo, perdendo apenas para a China.
A linha marrom, composta por televisores, aparelhos de som, home theater e outros, cresceu 20%, puxada principalmente por TVs em decorrência dos eventos esportivos. “Tivemos Eurocopa e Copa América. Vamos ter as Olimpíadas, isso faz com que o consumo desses eletrônicos cresça”, explicou Jorge Nascimento, presidente da Eletros.
Nos portáteis, que tiveram avanço de 40%, a campeã de vendas segue a Airfryer, que caiu no gosto dos brasileiros. Para manter os bons números, a indústria segue com inovações no produto.
Nascimento chamou atenção para o baixo crescimento de vendas na linha branca, que ficou apenas em 16%. “É um ponto de atenção porque tem muito a crescer”, afirmou.
Já os produtos de Tecnologia da Informação (TIC), o aumento nas vendas foi de 14%, com destaque para a comercialização de monitores.

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