O levantamento das necessidades para a recuperação do Aeroporto Internacional Salgado Filho, que inclui a reconstrução de boa parte da pista de 3.200 metros de extensão, será apresentado ao governo Federal pela direção da Fraport na próxima semana. Em nota, a empresa informou que pretende divulgar em breve o resultado do levantamento realizado na infraestrutura do aeroporto atingido pelas enchentes de maio de 2024. O estudo será mostrado ao Ministério de Portos e Aeroportos, Secretaria Extraordinária de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Em função da enchente, o terminal está fechado desde o dia 3 de maio e ainda não tem data certa para retomar a operação.
Durante uma inspeção realizada em junho com a presença da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec), deputados estaduais e federais e do presidente eleito da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Claudio Bier, a comitiva foi guiada pela CEO da Fraport, Andreea Pal. Segundo a empresa alemã, seriam necessários ao menos R$ 300 milhões em investimentos para o aeroporto voltar a operar. O valor, porém, pode ser maior, uma vez que a concessionária não finalizou ainda a vistoria de todos os equipamentos e estruturas.
A Fraport Brasil reforça que entregou todos os projetos de infraestrutura acordados no contrato de concessão como reforma e ampliação do terminal de passageiros, a construção de novo edifício garagem e bolsões de estacionamento e a instalação do BHS (Bagagge Handling System). Também foram feitas a construção de novas subestações de energia elétrica, adequação das pistas de taxiamento e do sistema de drenagem, a implantação de novas zonas de segurança de pista, a ampliação da pista de pouso e decolagem e a adequação dos auxílios de navegação. Para essas obras, foram necessários o investimento de R$ 2 bilhões.
Além dos itens acordados no contrato, a empresa construiu um novo Terminal de Cargas Internacionais, realizou a atualização da barra de parada e substituição das luzes ALS com LED, a reforma e melhoria da pista (na parte antiga) e construiu um novo data center. Para 2024, está em desenvolvimento o projeto de troca das pontes de embarque antigas, projeto que já estava em andamento antes da enchente e será mantido mesmo com o impacto da inundação no Aeroporto Salgado Filho.
Na próxima segunda-feira (15), a Fraport retomará os embarques e desembarques no Salgado Filho. Os voos seguirão ocorrendo na Base Aérea de Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Os guichês de atendimento das companhias aéreas no Park Shopping Canoas serão desmontados. A operação contempla a utilização de parte do terminal de passageiros que não foi impactada pela enchente e possibilita viabilizar embarque, desembarque e procedimentos de segurança para um número maior de passageiros, considerando o incremento de voos projetados para a Base Aérea de Canoas.
Na quarta-feira (10), a Anac aprovou novos horários para pouso e decolagem na Base Aérea de Canoas, ampliando de 49 para 87 voos por semana. A estrutura está sendo usado temporariamente para voos comerciais enquanto o Aeroporto de Salgado Filho, em Porto Alegre, está interditado para operação. A mudança foi trabalhada pelo Ministério de Portos e Aeroportos, na tentativa de minimizar o impacto negativo do fechamento do Salgado Filho. O ministro Silvio Costa Filho disse que a ampliação de voos ameniza o problema, mas "o Ministério está empenhado na retomada da operação do aeroporto de Porto Alegre porque ela é fundamental para apoiar a reconstrução econômica do Rio Grande do Sul".
Com a aprovação da Anac, a Base Aérea de Canoas poderá ter até 13 pousos e 13 decolagens por dia, ampliando o número de passageiros para 35 mil por semana. Os novos horários estão concentrados em 21h e 7h30min. A mudança entra em operação entre 10 e 15 dias.
Com a aprovação da Anac, a Base Aérea de Canoas poderá ter até 13 pousos e 13 decolagens por dia, ampliando o número de passageiros para 35 mil por semana. Os novos horários estão concentrados em 21h e 7h30min. A mudança entra em operação entre 10 e 15 dias.