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Publicada em 11 de Julho de 2024 às 18:31

'Investimento é sinal de confiança no RS', diz executivo da GM

Presidente da GM América do Sul, Santiago Chamorro aposta no sucesso do novo modelo que será produzido em Gravataí

Presidente da GM América do Sul, Santiago Chamorro aposta no sucesso do novo modelo que será produzido em Gravataí

EVANDRO OLIVEIRA/JC
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Claudio Medaglia
Claudio Medaglia Repórter
O presidente da GM América do Sul, Santiago Chamorro, aposta na resiliência do Rio Grande do Sul como estratégia para alavancar as vendas da empresa a partir de um novo modelo, a ser lançado em 2026. Para isso, manteve investimento de R$ 1,2 bilhão na modernização da fábrica de Gravataí e planeja produzir 320 mil veículos por ano, sendo 80 mil somente com o novo projeto. Nessa entrevista concedida após a solenidade em Gravataí nesta quinta-feira, Chamorro fala sobre investimentos no Estado e no País.
O presidente da GM América do Sul, Santiago Chamorro, aposta na resiliência do Rio Grande do Sul como estratégia para alavancar as vendas da empresa a partir de um novo modelo, a ser lançado em 2026. Para isso, manteve investimento de R$ 1,2 bilhão na modernização da fábrica de Gravataí e planeja produzir 320 mil veículos por ano, sendo 80 mil somente com o novo projeto. Nessa entrevista concedida após a solenidade em Gravataí nesta quinta-feira, Chamorro fala sobre investimentos no Estado e no País.
Jornal do Comércio - Por que a montadora escolheu o Rio Grande do Sul para dar início a essa nova fase do processo de investimentos no País até 2028?
Santiago Chamorro - Esses R$ 1,2 bilhão são parte de um projeto maior, de investimento de R$ 7 bilhões nas fábricas do País. Nos próximos dias estaremos anunciando os demais investimentos que fazem parte desse pacote. Decidimos começar por Gravataí por se tratar de um momento importante para a comunidade (após o desastre climático no Estado), para dar esse sinal de confiança e de apoio e por se tratar de um modelo novo a ser incluído no nosso portfólio, que acreditamos irá chamar poderosamente a atenção dos clientes.
JC - De que forma esse aporte de R$ 1,2 bilhão anunciado para a planta de Gravataí deverá impactar os negócios da montadora?
Chamorro - Esse investimento é para modernizar a fábrica e para um novo modelo. Ele será lançado em 2026, e pretendemos produzir cerca de 80 mil unidades por ano na fábrica de Gravataí. Será um produto que nos permitirá concorrer em um segmento no qual ainda não estamos atuando e no qual temos muita expectativa junto ao consumidor, tanto no Brasil quanto em novos mercados da América do Sul. É um volume de investimento importante em se tratando de um novo modelo apenas.

JC – O que já se pode dizer sobre esse novo modelo?
Chamorro – Não podemos avançar muito ainda, mas ele será produzido sobre a plataforma do Onix e do Onix Plus e movido a combustão interna. Já temos segmento, já temos motorização, já temos uma proposta de design, que está belíssimo. E é tudo que eu posso falar por hoje.
JC – Por que, apesar de um movimento global de fortalecimento do uso de combustíveis limpos, a GM ainda planeja novos modelos a combustão?
Chamorro - A gente acredita, nesse mercado grande, que a pluralidade tecnológica faz sentido. Então, temos veículos de combustão interna e teremos um futuro de veículos elétricos e veículos híbricos ainda localizados e industrializados no País.
JC - Como encara a produção de veículos elétricos na China que acaba desembarcando aqui no Brasil?
Chamorro - A gente, em condições iguais, não tem medo de ninguém. É mais concorrência para o mercado, faz bem para o mercado, faz bem para o consumidor. E nós estamos há 99 anos no Brasil. Este é o quarto ciclo de investimentos, só aqui em Gravataí. A gente tem um processo de industrialização profundo.

JC - Como a GM pensa fazer desse novo modelo a ser fabricado em Gravataí um produto que vai emplacar no Brasil e no exterior, se o custo de produção nacional é elevado?
Chamorro - Estamos também trabalhando numa agenda para reduzir o custo Brasil. Nós temos um custo logístico alto. Temos uma carga tributária alta nos veículos, o que acaba resultando em uma falta de competitividade dos nossos produtos no mercado fora do Brasil. Nós temos tudo neste país. Nós temos minério de ferro, capacidade de fabricar aço, capacidade fabril e de engenharia. Tomara que consigamos, junto com o governo federal, trabalhar em uma regulação que nos permita aumentarmos os volumes e exportar mais para a região. Se você soma todos os países da América do Sul, é um mercado de mais de 4 milhões de unidades, que se coloca no quarto lugar do mundo como país.
JC - Do ponto de vista ambiental esse investimento agrega algum avanço na planta da GM?
Chamorro - Estamos avançando para trazermos energia elétrica limpa para a fábrica de Gravataí. Avançamos no processo de redução de água e de energia elétrica na fabricação dos veículos. Avançamos também na reciclabilidade dos materiais incorporados na fabricação dos nossos veículos e nessas novas gerações cada vez mais melhoramos um pouco.

JC - O senhor acredita que a reforma tributária irá gerar impacto nos preços dos automóveis?
Chamorro - Estamos trabalhando com o governo federal para chamar a atenção de que qualquer aumento dos impostos, por exemplo, impostos seletivos nos veículos, simplesmente por elasticidade de preço, vai trazer uma redução no consumo. Pode afetar o nível de emprego no País, pode afetar o ritmo de desembolso desses investimentos que estamos anunciando todos. E, no momento, a indústria automotriz está investindo pesado para modernizar os seus produtos. Isso traz consigo um efeito negativo. O consumidor, se vê, pelo preço, é encaminhado para comprar um veículo semi-novo, que talvez contamine mais (o ambiente). E isso vai em sentido contrário do espírito desse imposto. Então, estamos contra o impostos seletivos para os veículos.

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