O Rio Grande do Sul vai receber a primeira fatia dos R$ 7 bilhões de investimentos anunciados pela General Motors (GM) para o Brasil até 2028. A planta gaúcha terá um aporte de R$ 1,2 bilhão. Dirigentes da montadora destacaram a modernidade, eficiência e produtividade do complexo industrial de Gravataí para a tomada de decisão. Citaram ainda a qualidade dos trabalhadores locais.
Mas um outro ponto pesou, conforme fontes ouvidas pela colunista Patrícia Comunello, que antecipou a notícia do investimento da GM no JC. O novo ciclo de modernização da montadora foi consolidado após a renegociação dos incentivos estaduais, que tiveram melhoria na forma e na aplicação, com menos burocracia.
O governador Eduardo Leite confirmou essa informação tanto em seu discurso na solenidade quanto na coletiva de imprensa em Gravataí. O chefe do Executivo gaúcho destacou a atualização nos trâmites de incentivos fiscais pela Secretaria Estadual da Fazenda e a agilidade na concessão dos benefícios.
"O governo do Estado atuou para atualizar a legislação, modernizar, e ajustar o fluxo de processos de incentivos tributários para permitir que esse investimento (da GM) acontecesse, porque sabemos que é importante para o Estado. Injeta confiança, entusiasmo em relação ao futuro", afirmou Leite.
O governador observou que algumas montadoras encerraram atividades no Brasil há pouco tempo, o que gerou "um clima de apreensão no setor", com o temor de outras desistências no negócio. E relatou que o Piratini agiu junto com a General Motors antes do anúncio do investimento.
Afirmou, ainda, que a manutenção dos empregos existentes "é uma grande vitória em um setor que tem tido condições de difícil competitividade, especialmente porque a reforma tributária traz desequilíbrios concorrenciais entre unidades da federação".
Por isso, Leite defendeu que o governo gaúcho use todas as ferramentas disponíveis para manter a montadora de veículos no Rio Grande do Sul, dando condições de competitividade. "Assim, ajudamos a criar condições não apenas para a manutenção de uma fábrica que é um orgulho para o Rio Grande do Sul, como também para garantir novos investimentos", sustentou.
Segundo o governador, o trabalho feito junto com a GM identificou "necessidades de melhorias nas ferramentas e fluxos, com simplificação para usufruir os incentivos fiscais". Leite defendeu a medida argumentando que o investimento é importante por si só, "mas é ainda mais importante como símbolo de confiança no Estado do Rio Grande do Sul", exemplicando com outros anúncios recentes, como a nova planta de celulose da CMPC em Barra do Ribeiro e o complexo logístico da Lojas Lebes em Guaíba.
O governador não quantificou o montante do incentivo fiscal concedido à GM, mas ressaltou que está satisfeito porque o Estado fez o que tinha capacidade de fazer "com suas ferramentas de incentivo, garantindo condições para que esse investimento aqui aconteça".