Porto Alegre,

Anuncie no JC
Assine agora

Publicada em 09 de Julho de 2024 às 18:21

General Motors vai fazer aporte bilionário em sua fábrica gaúcha

Complexo automotivo em Gravataí teve até agora três expansões em 24 anos de operação

Complexo automotivo em Gravataí teve até agora três expansões em 24 anos de operação

PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
Compartilhe:
Patrícia Comunello
Patrícia Comunello
Investimentos acima de R$ 1 bilhão não são tão inusitados no Rio Grande do Sul. A gigante de celulose CMPC confirmou aporte de R$ 24 bilhões. O Grupo Zaffari acelerou projetos de R$ 1,5 bilhão. Mas tem um que será oficializado nesta quinta-feira (11) que tem um charme, renovando uma agenda que se renova a cada quatro a cinco anos. A única fábrica de automóveis gaúcha vai engatar a quarta ampliação que terá cifra bilionária.
Investimentos acima de R$ 1 bilhão não são tão inusitados no Rio Grande do Sul. A gigante de celulose CMPC confirmou aporte de R$ 24 bilhões. O Grupo Zaffari acelerou projetos de R$ 1,5 bilhão. Mas tem um que será oficializado nesta quinta-feira (11) que tem um charme, renovando uma agenda que se renova a cada quatro a cinco anos. A única fábrica de automóveis gaúcha vai engatar a quarta ampliação que terá cifra bilionária.
Para isso, o investimento será de R$ 1 bilhão na planta em Gravataí, na Região Metropolitana de Porto Alegre. A cifra bilionária integra o novo ciclo de investimentos da companhia norte-americana no Brasil que envolverá R$ 7 bilhões até 2028.
O montante reservado ao Rio Grande do Sul foi apurado pelo Jornal do Comércio. O anúncio, que trará a cúpula da GM na América do Sul para um ato às 9h na sede gaúcha da montadora, faz parte da nova rodada de aportes da montadora. Em 2023, o plano chegou a ser colocado em xeque, em meio a discussões na reforma tributária sobre incentivos fiscais a montadoras estabelecidas no Nordeste, criticadas pelas companhias estabelecidas em outros estados, como São Paulo e Rio Grande do Sul. 
Os recursos vão ser usados para a modernização da planta e desenvolvimento de um novo veículo, que será lançado no mercado em 2026. Pela apuração do JC, não vai ser ainda um modelo eletrificado, que ganha cada vez mais adesão, vendas entre consumidores brasileiros e entrantes, como chineses, que conseguem fazer preços abaixo de marcas como a da General Motors, que vende elétrico importado dos Estados Unidos. A expectativa de ser um modelo híbrido também pode sair frustrada.
Em 2019, quando foi lançado a última versão do Onix, que é o atual carro produzido em Gravataí, já se acenava para o ciclo que entra em cena agora e que deve ser detalhado no evento, no qual o governador Eduardo Leite terá ao lado o presidente da GM América do Sul, Santiago Chamorro, e o vice-presidente da empresa, Fabio Rua. 
A nova injeção de recursos no polo automotivo gaúcho teve um fator decisivo, segundo fontes do Palácio Piratini. O novo ciclo foi consolidado após a renegociação dos incentivos estaduais, que tiveram melhoria na forma e na aplicação, com menos burocracias, indicam as fontes ouvidas. 
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí (Sinmgra), Valcir Ascari, se reuniu em fevereiro com a alta cúpula da montadora, incluindo Chamorro, no Centro Tecnológico da GM, em São Caetano do Sul, em São Paulo, para discutir a situação da fábrica na cidade gaúcha e afirmou à reportagem, na época, que investimentos viriam para o Estado.
"Estamos com uma boa expectativa. A gente não imaginava investimento no Brasil sem passar por Gravataí e agora, com a reunião, sabemos que terá investimento, sim", confirmou Ascari na ocasião. 
O objetivo dos investimentos da multinacional será adequar as fábricas instaladas no País para a produção de novos veículos, incluindo automóveis híbridos flex - capazes de rodar com eletricidade, etanol e gasolina. 
Em 2023, a GM atingiu a marca histórica de 4,5 milhões de carros produzidos em Gravataí. Além da fábrica da GM, o complexo em Gravataí conta ainda com outras 13 sistemistas que formam ainda hoje a unidade mais moderna da montadora no mundo, com cerca de cinco mil trabalhadores diretamente beneficiados, e até quatro vezes este volume em empregos indiretos.
Em 24 anos de implantação do Centro Industrial Automotivo de Gravataí (Ciag), que se completam no dia 20 de julho, foram três expansões. Em 2025, serão um quatro de século da montadora no Estado e 100 anos no Brasil. A montadora estima em R$ 4,5 bilhões os aportes desde a implantação até a última ampliação, realizada entre 2017 e 2019.   
O veículo que teve a primeira certidão gaúcha foi o Celta. A primeira expansão ocorreu em 2004, com lançamento do Prisma em 2006. A segunda ampliação, oficializada em 2010, foi marcada pela chegada da primeira versão do Onix, em 2012, nas lojas.
Em 2017, a GM anunciou R$ 1,4 bilhão na terceira ampliação para produzir a nova família do Onix (dois modelos), lançada no fim de 2019. A capacidade de produção passou a 350 mil veículos ao ano, acima dos 330 mil na ampliação anterior. 
A Chevrolet, como é mais conhecida pelos gaúchos, estreou a produção em Gravataí em julho de 2000. A atual plataforma marcou o encerramento da fabricação do antigo Onix e do Prisma em Gravataí, que passaram para a planta em São Caetano do Sul (SP).

Todos os ciclos da fábrica da GM em Gravataí: 

  • 2000: estreia do Centro Industrial Automotivo de Gravataí (Ciag), oriundo do Projeto Arara Azul, e com primeira fábrica da montadora no Brasil fora de São Paulo. A construção começa no fim dos anos de 1990. Inauguração em 20 de julho de 2000. O primeiro modelo foi o Celta, projeto nacional de um carro popular. A GM inaugurou também o conceito de condomínio industrial, ao reunir os principais fornecedores, inédito no setor automotivo mundial, na mesma área.
  • 2006: Prisma, primeira ampliação.
  • 2012: Onix, segunda expansão.
  • 2019: Onix e Onix Plus, terceira expansão.
  • Investimentos totais: R$ 4,5 bilhões desde implantação. 
Fonte: General Motors

Notícias relacionadas